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Após problema cardíaco, baiano busca sucesso no futebol austríaco

Aos 21 anos, Janderson revelou quer chegar na Seleção Brasileira

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31/03/2015 às 13:57 • Atualizada em 27/08/2022 às 10:53 - há XX semanas
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Com apenas 15 anos de idade, ele saiu da casa em São Gonçalo dos Campos, no interior da Bahia, para tentar uma vida melhor. Hoje, aos 21, depois de passar por alguns times — um deles o Vitória — e ultrapassar um problema no coração que o deixou em estado de pânico, Janderson Maia já pode se considerar um vencedor. O baiano começou a carreira no Bahia de Feira e aos 18 anos recebeu uma proposta de empréstimo para atuar pelo Leão, em 2012. A oportunidade não poderia ser melhor para a carreira.
O empréstimo de um ano era a chance de se firmar e ficar em Salvador por definitivo, mas um problema tirou o sono do então garoto de 18 anos, que não sabia exatamente do que se tratava e se viu em pânico com a possibilidade de dar fim ao sonho. Janderson foi diagnosticado com arritmia cardíaca. Segundo o próprio, em entrevista ao iBahia, foi a parte mais difícil da curta jornada. "Eu nunca sofri tanto, quanto quando recebi a notícia. Desci para a academia e, quando cheguei lá, o preparador físico e o médico me chamaram para falar que eu estava com esse problema no coração. Eu tive o problema antes do Willie. Fiquei dois meses parado. Um mês só esperando a cirurgia. Mas depois que fiz, voltei em 15 dias", contou, antes de explicar como foi a rápida recuperação. "Fiquei com muito medo. Falaram que eu ia ter que dar uma parada. Fiquei um mês fazendo exames de rotina para saber se era isso mesmo. Fiz um procedimento cirúrgico, que não chegou a ser uma cirurgia... Eles colocaram um cateter pela virilha, tudo muito tranquilo. Durou uma hora e no outro dia eu já fui para casa, já estava andando normal. Foi só um furinho na virilha. Com 15 dias voltei a treinar, mas antes disso foi difícil demais. É difícil até de lembrar. Na hora, quando a gente recebe a notícia, não quer saber se é ruim ou não. Eu só imaginava ter que parar de jogar futebol. Foi tudo bem, por isso não tenho mágoa do Vitória. Pelo contrário, eu agradeço o que eles fizeram por mim". Segundo o atacante, o retorno aos gramados não foi como esperado. "Quando eu voltei, não tive a mesma evolução que vinha tendo. Aí complicou um pouco. Eu tive oportunidade de jogar, mas não tive o mesmo rendimento. Acho que o psicológico estava um pouco abalado ainda, e o meu contrato terminava em junho. Então, no final de fevereiro, depois do Carnaval, eu pedi para voltar ao Bahia de Feira, porque queria ficar perto da minha família", justificou.
Janderson passou por vários clubes até chegar ao Grödig
RecomeçoHoje, Janderson goza de um momento diferente. Após sair do Vitória, jogou o Campeonato Baiano pelo time de Feira de Santana e logo arrumou as malas rumo ao Atlético-PR. No entanto, depois da demissão do diretor e do treinador que o queriam na equipe, acabou se transferindo para o Arapongas. Surpreendentemente, a vida começou a mudar. "Um grupo de investidores viu um jogo meu e me compraram do Arapongas, no Paraná. Em novembro do ano passado eu vim para cá (Áustria) conhecer a empresa, os empresários. Assinei por dois anos e retornei no dia 6 de janeiro, quando acertei minha transferência para o Grödig, que é um time da primeira divisão e joga a Liga Europa. Foi um pouco complicado chegar até aqui, mas graças a Deus está tudo bem", comemorou. Seleção BrasileiraO SV Grödig é um time da cidade de Grödig, onde Janderson reside atualmente. O jovem atleta disse estar se adaptando rapidamente ao local, que ele julga ser bem melhor do que por onde passou anteriormente. "Eu gostei daqui. Graças a Deus, está muito melhor do que aí no Brasil. Eu acho que todo mundo tem o sonho de jogar na Europa e eu consegui isso. Estou bem, conseguindo me manter. Estou feliz e é isso que importa. Sem contar que aqui é o caminho mais rápido para chegar na Seleção Brasileira. Trabalhando firme, procurando o meu espaço, tenho certeza que um dia a oportunidade vai chegar. Aqui é tudo muito diferente, organizado. Eu não penso nem em voltar ao Brasil agora. Quero ficar aqui um tempo", assegurou, antes de falar mais sobre o sonho de vestir a amarelinha.
Jornal local anunciou a estreia de Janderson pelo Grödig
"Todo jogador sonha em chegar à Seleção. É um pouco difícil, a concorrência é muito alta, mas o objetivo como jogador é esse. Graças a Deus eu consegui alcançar a meta de ser profissional, agora é buscar os outros objetivos. Meu outro maior sonho é poder ajudar toda a minha família, as pessoas que precisam... Poder ajudar as crianças que estão crescendo e possuem o mesmo sonho que eu tive", revelou. Vida na Áustria, família e namoroJanderson deve voltar ao Brasil apenas no final do ano, embora uma janela de 15 dias após o término da temporada europeia seja um belo incentivo para ver os pais e a namorada, Heloísa. "Eu tenho férias no final do ano, um mês: de 6 de dezembro até 7 de janeiro. Mas a temporada acaba no dia 31 de maio e eles vão dar 15 dias de férias em junho. Estou vendo se eles me liberam, porque eles não liberam todos os jogadores. Quando liberam, dão um plano de treinamento. Estou vendo com meus empresários. Quero ir no Brasil sim. Era para a minha namorada estar aqui, mas ela está estudando, então está meio complicado", contou o atleta, sem esconder a saudade e admiração pela amada. "Estou morando sozinho aqui. Me deram uma casa para eu trazer quem quisesse, mas hoje não há ninguém disponível na minha família. Seria a minha namorada, mas ela está fazendo faculdade. O que sinto mais falta no Brasil é isso: a minha família, a minha namorada e o calor. Isso faz falta, não é fácil. O clube disponibilizou a casa para mim até o meio do ano, mas no meio do ano eu vou trocar de moradia. Talvez meu pai e minha mãe venham visitar em junho e eu preciso morar mais perto do Centro de Treinamento. A vida aqui é muito mais tranquila, a cultura é totalmente diferente do Brasil. O clima é muito frio, mas o lugar é muito bonito. Eu gosto muito daqui, sinceramente. Para quem quer sossego, é ótimo", disse ele, que já fez a estreia pelo campeonato nacional.
Jovem atacante segue buscando seu espaço no clube austríaco
"Fiz minha estreia tem pouco tempo. No começo, a adaptação estava muito ruim. Estava muito frio, nevando, mas agora está melhorando. O clima está esquentando. No início, foi muito difícil. O treinador é alemão e é muito complicado se comunicar, mas graças a Deus já deu para aprender o básico. Dá para se virar por aqui. A relação com os companheiros é a melhor possível, porque aqui é muito diferente. O grupo é unido. Tudo o que um faz, convida o outro, é um companheirismo muito grande", avaliou. Amigos no Brasil e admiração pelos paisO rapaz de São Gonçalo dos Campos, contudo, não esqueceu das amizades no Brasil e finalizou a entrevista elogiando os pais, símbolos de apoio em sua vida, e claro, a namorada. "Tenho contato com jogadores no Brasil. Graças a Deus, por onde passei, fiz bastante amizade. Tenho muitos amigos mesmo, mas se for para citar, os dois amigos mesmo são Jackson, que está no Colo-Colo, e o Lecão, que está no Parnaíba, do Piauí. Esses dois aí são amigos, irmãos mesmo. Tem outros também que já joguei e hoje temos muita amizade, mas não há muito contato porque o destino nos separou: o Anderson Talisca, do Benfica; o Railan, do Bahia; Josué, do Vitória. São muitos jogadores". "Eu nasci em São Gonçalo dos Campos, próximo a Feira de Santana. Tenho duas irmãs e sou muito apegado aos meus pais. Sou muito grato a eles porque sempre estiveram junto, dando força, me apoiando. Com 15 anos, quando eu não ganhava um real, eram eles que me davam o sustento, mas graças a Deus eu estou colhendo os frutos de toda a dificuldade que passamos. Sempre tive o apoio deles. E tem a minha namorada, né? Estou amadurecendo muito com ela, que é muito inteligente. Hoje sou outra pessoa, outro homem fora de campo, graças também a ajuda dela", encerrou.

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