Drubscky comeu calado até a primeira oportunidade em frente aos microfones. Cotado para ser demitido depois do Ba-Vi, sua permanência dependia muito de uma boa noite de quarta-feira, em Natal. E no apagar das luzes na Arena das Dunas, o Vitória sacou dois gols da cartola e venceu o América-RN por 3x1, assumindo a liderança do Grupo A do Nordestão. Minutos depois, lá estava o ameaçado professor para a sua primeira entrevista coletiva após a efervescência dos bastidores. Como era de se esperar, Ricardo Drubscky, que tem 66,6% de aproveitamento em nove jogos no comando do Vitória, desabafou.
“Isso é uma situação que me incomoda em termos de conjuntura. Se tivermos lucidez, o trabalho que tem sido feito é para o Vitória crescer muito. Não se dá tempo para o trabalho vingar, aparecer. Estou chateado. Fui pego de surpresa de sofrer essa pressão prematura. Já ultrapassei fases assim. Lamento pelo futebol brasileiro. Se as autoridades maiores não impuserem regras, vamos seguir nessa bagunça”, comentou Drubscky, que ontem completou exatos 60 dias de trabalho na Toca. Durante essa mesma declaração, o treinador, que viu o Vitória ser vaiado pela torcida em três dos cinco jogos no Barradão (Colo Colo, América-RN e Bahia), relacionou a falta de paciência com os resultados do clube no ano passado, que encerrou com o rebaixamento. “Torcedor vai na balada. É apaixonado, está sofrido, e vai na batida de algumas opiniões, pressões de seguimentos que não têm nenhuma responsabilidade com o resultado do Vitória”, disse. A tensão ganhou tanta proporção, que chegou a circular nos bastidores um possível contato do clube com o técnico Jorginho, tetra mundial em 1994. “Alguém divulgou sem fundamento. Não houve contato com outro técnico. Não estamos satisfeitos, apesar dos resultados, mas todos têm consciência que precisamos melhorar nosso futebol. E precisamos dar tranquilidade para Ricardo trabalhar”, garantiu o vice-presidente do clube, Epifânio Carneiro. Na opinião do dirigente, são necessários ainda alguns detalhes para que se possa analisar melhor o trabalho do treinador. “Ele ainda não teve todos os jogadores à disposição. Luiz Gustavo e Dakson não estrearam, Escudero ainda busca o seu melhor futebol. Tem que ter paciência. Aí sim poderemos cobrar um padrão de jogo definido, com o time jogando melhor”. JuazeirenseMais aliviado, o Vitória desembarcou, ontem à tarde, em Salvador e os jogadores seguiram para a Toca do Leão. Eles voltam a campo hoje, quando Drubscky deve definir a equipe que enfrenta a Juazeirense, domingo, em Juazeiro. Kadu, que sofreu uma fratura no rosto, é desfalque e ficará fora por três semanas. Saimon entra na vaga.
Ricardo Drubscky completou ontem exatos 60 dias à frente do Leão e, mesmo com bons resultados, se viu fortemente ameaçado. Futebol pouco vistoso do time joga contra o treinador |
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