Ativista das causas indígenas, o DJ e produtor musical Alok foi um dos convidados do 19º Acampamento Indígena Terra Livre (ATL), que aconteceu na última segunda-feira (24), na Câmara dos Deputados.
O artista, que faz questão de usar a voz para dar luz às lutas dos povos indígenas, discursou sobre a importância da preservação dos povos originários e da Floresta Amazônica.
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“O Brasil tem uma grande chance de se tornar uma economia verde e uma grande forma de fazer isso é proteger quem a protege: os povos indígenas. Não é sobre qual país queremos deixar para os nossos filhos, mas sobre quais filhos vamos deixar para este país”, disse o DJ.
Assistido por lideranças indígenas, como Célia Xakriabá e a ministra Sônia Guajajara, o DJ afirmou que desconstruiu muitas ideias que foram apresentadas para ele na infância por não ter tido acesso a história de verdade.
"Eu tinha uma visão muito distorcida de como era o indígena, até porque vocês [indígenas] nunca tiveram a oportunidade de contar a história. Sempre foi contada e escrita por nós. Como a Célia fala: antes do Brasil da coroa: existe o Brasil do cocar!."
Em entrevista ao iBahia no início do mês, Alok falou sobre a experiência que teve com artistas indígenas e sobre como o que foi vivido ajudou ele a entender a necessidade de não só preservar, como fazer com que os outros enxerguem as belezas e a história do Brasil.
"Eu sinto que obviamente a gente sempre teve muito essa percepção nossa que tudo que é melhor vem de fora, essa síndrome, foi condicionado para a gente. Eu acho que a nossa cultura é incrível e muito especial, e uma vez que estou tendo essa visibilidade fora, ei sempre tento mostrar que independente de estar ali, é isso aqui [cultura local] que me nutre, é daqui que vem a minha inspiração. E a gente tem que se orgulhar. É por esse caminho."
Em 2022, o DJ produziu um disco com artistas indígenas e detalhou ao iBahia como pensou no projeto para que a arte não fosse perdida com o tempo.
"Através do NFT (tecnologia) pude criar o projeto e ter o blockchain, que você cria a parada em rede e nunca mais apaga essa informação. Coloquei o álbum ali, porque é da cultura indígena passar informações via oral, então, boa parte da cultura deles está pautada nas músicas. Gravei 185 músicas tradicionais em NFT para que eles possam acessar daqui a 100, 200 anos."
Redação iBahia
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