Quando pensamos em transações com criptomoedas, o blockchain e as bitcoins monopolizam a discussão, mas um novo modelo tem ganhado destaque e se constituído em alternativa interessante e produtiva: o hashgraph. Da mesma maneira que o blockchain, ele possui uma tecnologia baseada no distributed ledger, que trabalha no graph como structure, possibilitando uma comunicação de informações, que é relatada pela construção de um gráfico de conexões.
“Para simplificar, hashgraph é um protocolo de consenso que fornece uma plataforma distribuída aos usuários. Ele permite que a comunidade atendida gere transações e concorde com a ordem na qual elas são feitas, considerando que nenhum usuário é confiável”, esclarece Arleys Castro, especialista em modelagem computacional e professor do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Redes de Computadores do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge).
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Como o modelo ainda está se firmando, há muita desconfiança sobre o hashgraph. Apesar disso, ele vem despertando o interesse do setor, uma vez que pretende construir uma alternativa rápida e segura para o blockchain.
Competição acirrada
A Hedera Hashgraph, criadora da nova tecnologia, pretende fazer frente ao blockchain em breve. Recentemente, a empresa investiu US$ 100 milhões na criação de uma nova rede de comércio baseada em sua tecnologia “consenso de hashgraph”.
Para o professor Arleys Castro, porém, ainda é cedo para dizer se essa nova tecnologia baterá de frente com o blockchain. “Seria bem precipitado afirmar que faz frente ao blockchain, mas a proposta é bem ousada. Alguns artigos afirmam que ele é 50 mil vezes mais rápido do que o bitcoin e opera com uma largura de banda de 250 mil por fragmento (shard), ou seja, resolve um problema presente em várias blockchains”, opina o professor.
Comparação direta
Uma das principais vantagens do hashgraph é a velocidade. Ele é capaz de fazer até 200 mil transações por segundo, enquanto o blockchain faz até 100 mil transações, com base na implementação do protocolo. Em relação ao armazenamento de dados, o blockchain garante que os dados não sejam arquivados em um local individual e controlados pela única entidade. Por outro lado, o hashgraph é uma tecnologia de contabilidade distribuída, que trabalha com a estrutura de dados acima de um algoritmo de consenso melhor.
“A princípio, o hashgraph parece ser bem mais atrativo, uma vez que não há mineração e a energia gasta nesse processo é menor. Ele também considera todos os blocos de transações válidos em seu consenso e é assíncrono tolerante a falhas bizantinas”, analisa Castro.
O método de consenso do hashgraph é mais justo do que o blockchain por um motivo simples: ele não pode ser manipulado de nenhuma forma por um minerador. No caso de duas pessoas estarem disputando as ações de uma empresa, por exemplo, o resultado será influenciado pelo bloco onde o minerador colocar a transação. Já no hashgraph, o vencedor será aquele que tiver a melhor conexão com a internet.
Outra vantagem do hashgraph é que ele não permite atrasos nas transações, como acontece com a sua principal concorrente. Diferente do hashgraph, se muitos mineradores recusarem a inclusão de um registro, uma transação no blockchain pode ser atrasada em um ou dois períodos de mineração.
Impactos para a sociedade
Se para os entusiastas das criptomoedas a nova tecnologia pode ser a solução de muitos problemas, a sociedade, de modo geral, não deve sentir esse impacto tão vividamente. “Verdade seja dita, as criptomoedas estão cada vez mais presentes e já existem sites que as aceitam, mas ainda há uma desconfiança do público em geral quanto à legitimidade”, opina o professor.
Para ele, à medida que for ganhando mais informações sobre as criptomoedas, o nível de aceitação da população tende a crescer. “Creio que, em um futuro próximo, esta nova moeda será tão natural quanto utilizar milhas de viagens, que juntamos o ano inteiro para trocar no final do ano. Posso ousar dizer que esta tecnologia será popularizada, mas com cuidado. Ainda não existe nada que possa substituir o velho e bom dinheiro de papel, que todos aceitam sem objeção”, finaliza Castro.
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Redação iBahia
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