Fenômenos como erupções vulcânicas, furacões e terremotos são eventos comuns e aconteceram frequentemente na natureza ao longo de bilhões de anos de história da Terra. Entretanto, o crescimento populacional e a ocupação de áreas terrestres antes não habitadas transformou esses fenômenos naturais em grandes catástrofes.A interferência do homem no planeta também tem gerado mudanças no clima e no solo, provocando tempestades e inundações. O avanço populacional e o padrão de vida moderno são responsáveis pela intensificação de alguns fenômenos. A interferência humana é um dos fatores que incidem sobre o efeito estufa, por exemplo, que vem provocando alterações climáticas anormais em deiversas partes do mundo.
Quanto mais quente, pior A produção agrícola, o abastecimento de água, a biodiversidade e a ocorrência de tempestades e ciclones. Estes são apenas alguns dos acontecimentos que, cada dia mais, sofrem influência direta das alterações climáticas. Os efeitos das mudanças, alguns irreversíveis, atingem de maneiras diferentes as diversas regiões do mundo e, portanto, agem de modo particular sobre a população. Atualmente, um dos principais pontos de discussão é o efeito estufa, que causa o aquecimento global. Mas, ao contrário do que se imagina, o efeito estufa não é o principal vilão da história. Ele é importante para manter a temperatura correta no planeta. Sem esse efeito, a temperatura média no planeta seria de -15º C. Ele só se tornou prejudicial à vida humana porque está ocorrendo em excesso, tornando o planeta muito quente. Esse excesso é provocado porque a emissão de gases do efeito estufa vem crescendo. O aquecimento global é um dos grandes problemas mundiais. O fenômeno ocorre quando gases atmosféricos como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs) absorvem a radiação solar, tornando a superfície terrestre mais quente.“Talvez o que mais assuste nas possíveis consequências de uma gradativa elevação das médias térmicas no planeta seja a tomada de consciência, pela primeira vez na história, da possibilidade de destruição do próprio homem”, explica o professor de Geografia, Yomar Seixas. Responsável por 63% do efeito estufa, o CO2 resulta da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento de florestas tropicais. De acordo com o Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, 40 milhões de toneladas de CO2 são emitidas por ano. Até 2100, esse índice deve subir para 70 milhões de toneladas, aumentando a temperatura em 7ºC.
Rio, 40 graus Já está distante o tempo em que temperaturas iguais ou acima de 40 graus eram raras em todo o território nacional, típicas apenas de regiões mais quentes, banhadas pelo litoral, como o Rio de Janeiro. As alterações climáticas em todo o mundo vêm influenciando com força o clima do Brasil e provocando fenômenos antes desconhecidos da nossa população. Com o aumento da temperatura no planeta, cidades brasileiras já começam a ser atingidas por desastres como terremotos, maremotos, tufões, tornados, além de enchentes e deslizamentos que causam danos materiais às cidades e à população e, em casos mais graves, provocam a morte de pessoas. Mas o Brasil não está preparado para enfrentar esses problemas. “As catástrofes, em virtude do despreparo estrutural das cidades, comprometem a segurança e a qualidade de vida das populações”, alerta o professor de Biologia Thomaz Nova. Contribuem para os desastres a urbanização das cidades e as ocupações irregulares em áreas de risco.
Contribuição individual De acordo com o professor de Biologia Thomaz Nova, para diminuir os efeitos do aquecimento global é preciso que todos colaborem. “A mudança precisa ser pessoal e não só governamental. É necessário que os indivíduos e empresas desempenhem cada um seu papel nesse processo. Isso passa por modificações no estilo de vida e nos comportamentos de utilização de meios de transporte e equipamentos elétricos de maior eficiência”, pontua o professor. Algumas ações práticas, segundo o professor Thomaz, que podem ser adotadas por todos é sempre que possível, trocar o carro por um sistema de transporte coletivo ou bicicleta; regular os automóveis constantemente a fim de evitar a queima desregulada de combustíveis; o plantio de árvores; a coleta seletiva de lixo etc. O professor de Geografia Yomar Seixas reforça a importância da participação individual e cita outras ações. “O aquecimento global afeta a todos, logo, é preciso agir de forma sustentável usando produtos menos poluentes e valorizando fontes alternativas de energia”.
Consequências das mudanças climáticas no Brasil - transformação da floresta amazônica em área de cerrado: essa mudança será causada pela temperatura mais quente e diminuição do nível de chuvas, tudo isso aliado à ação do homem, que torna a floresta cada vez mais vulnerável a grandes queimadas e ao desmatamento. - perda nos ecossistemas e na biodiversidade da região Amazônica - taxas altas de evaporação, o que pode representar problemas para a existência dos açudes e na agricultura de susbsitência - transformação da catinga nordestina em regiões de semi-deserto - menor vazão em rios brasileiros na Amazônia, Pantanal e na bacia do São Francisco - alteração no regime de chuvas e vazões de rios no Sul e Sudeste, afetando a geração de hidroeletricidade, a navegação, o abastecimento de água e a biodiversidade aquática - diminuição da área de cultivo agrícola devido à perda da capacidade do solo de reter umidade provocada pelo baixo índice de chuvas e altas temperaturas, apropriadas para cultivo - crescimento dos casos de malária e dengue - elevação do nível do mar nas cidades litorâneas.