Turismo étnico é uma forte característica da Bahia

Festa da Nossa Senhora da Boa Morte realiza evento anual marcado pelo sincretismo religioso

A Bahia é sem sombra de dúvidas um dos lugares onde o turismo étnico pode ser mais facilmente percebido, seja pela forte cultura africana, ou pelos remanescentes indígenas que ainda resistem no solo baiano. Em Salvador, para maior comodidade dos visitantes e demais interessados, o turismo étnico foi dividido em três circuitos: Centro Antigo-Pelourinho-Cidade Baixa; Curuzu-Liberdade; e Subúrbio Ferroviário.

O Pelourinho, por exemplo, possui vários atrativos religiosos, com igrejas e terreiros. Outro item que chama a atenção é o patrimônio arquitetônico que sozinho, fala muito da herança étnica na Bahia. Ali também podem ser encontrados centros de cultura popular, como o Mercado Modelo e a Feira de São Joaquim, - que possui uma infinidade de artigos artesanais e redutos de comidas típicas. No Pelourinho, a música também é outro item que revela a cultura étnica da Bahia, a exemplo do bloco afro Olodum que já realiza o tradicional show, na terça da benção. A Capoeira também pode ser vista quase que diariamente no Pelourinho, em especial no Terreiro de Jesus. A luta, que para alguns é dança, afro-brasileira, faz parte do cotidiano do centro histórico de Salvador.

Outro Circuito que faz parte do turismo étnico é a Liberdade. Considerado um dos bairros mais negros de Salvador, Curuzu-Liberdade é a sede do bloco Ilê Aiyê, o maior bloco afro do Brasil. Ali se vê presente costumes da cultura africana, quando parte das pessoas usam cabelos com penteados afros, uso de turbantes e roupas com estampas étnicas, que traduzem a estética negra, a religião e a gastronomia.

Uma outra região que vale a pena conhecer é o Subúrbio Ferroviário por ter ali, uma grande concentração de terreiros de candomblé. Neste circuito a culinária é um dos pontos altos do passeio, já que os pratos à base de frutos do mar e vísceras de animais, como o sarapatel (miúdos de porco), a rabada (rabo de boi), a buchada (miúdos de carneiro), apresenta uma gastronomia bem peculiar da região que pode ser degustada em diversos locais daquela região.

Ainda na Região Metropolitana de Salvador, os municípios que fazem parte do Recôncavo, tais como, Santo Amaro, Cachoeira, São Felix, dentre outros, têm forte influência da cultura africana. Isso porque nessa região, muitos negros de origem bantu, foram recrutados para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar. Em Cachoeira, ainda, apresenta a Irmandade da Boa Morte, que realiza durante dias seguidos uma série de atividades voltadas ao apelo religioso, com características peculiares, tais como vestimentas típicas e os rituais do culto.

Para conhecer um pouco de como viviam os negros escravizados na época do Brasil-Colônia, basta visitar as comunidades remanescentes de circuitos quilombolas. As comunidades quilombolas do Dendê, Engenho da Ponte, Calembá, São Tiago do Iguape e Caonge são alguns dos exemplos. Nestes lugares alguns engenhos ainda são bastante preservados. “No Museu Wanderley de Pinho (Museu do Recôncavo), abrigado em um antigo engenho de cana-de-açúcar, estão expostos alguns elementos da cultura escravagista do período colonial, inclusive ferramentas que eram usadas como instrumentos de tortura nos escravos. As festas, a música, as danças e a culinária do Recôncavo refletem aspectos culturais bem diferentes daqueles encontrados em Salvador”, de acordo com informações do site bahia.com.

As comunidades remanescentes de quilombos mais importantes da Bahia estão situadas nas zonas turísticas da Baía de Todos-os-Santos, Chapada Diamantina e da Costa do Dendê. Essas comunidades já se beneficiam do turismo. Nos municípios-sedes, existem pacotes turísticos que incluem receptivo, hospedagem e alimentação nessas comunidades.Com informações do Bahia.com