A Indústria 4.0 já é realidade. A chamada Quarta Revolução Industrial envolve o uso de novas tecnologias com o intuito de promover automação e troca de dados na criação de indústrias inteligentes. Para entender melhor do que se trata, o professor do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas de Computadores da UniJorge, Arleys Castro, simplifica o conceito: “É o aperfeiçoamento da indústria, que engloba as principais tecnologias no que tange a automação, controle e sistemas da informação, aplicadas aos processos de inovação da manufatura”.
A humanidade trilhou um longo caminho até aqui. E cada vez que houve mudanças drásticas no modo de produção caracterizou-se uma revolução. Foi assim em 1760, com o surgimento da máquina a vapor, que deflagrou o processo de automação do que antes eram apenas produtos manufaturados, o que permitiu, consequentemente, a produção em larga escala.
Leia também:
À primeira Revolução Industrial seguiu-se uma nova, marcando os últimos anos do século XIX e início do século XX. Desta vez, a principal inovação foi a eletricidade, que proporcionou a popularização de bens de consumo tão comuns atualmente, como os eletrodomésticos. Na década de 1960, o mundo foi surpreendido por uma nova Revolução Industrial, agora pautada pelo advento da informática e da tecnologia de informação. Com a chegada da internet, nos anos de 1990, os computadores ganharam ainda mais popularidade, integrando-se às rotinas de escritórios e casas.
O futuro é agora
O desenvolvimento tecnológico abre horizontes antes imagináveis apenas em filmes de ficção científica. Mas, junto com a Quarta Revolução Industrial, o futuro já chegou, com impactos profundos nos meios de produção. O professor Arleys Castro explica que a Indústria 4.0 utiliza sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços para permitir que os processos de produção se tornem cada vez mais eficientes, autônomos, customizáveis e, de certa forma, mais simples no alcance do objetivo final.
A ideia da nova onda de mudanças profundas surgiu em 2016, quando o professor alemão e fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, publicou o livro A Quarta Revolução Industrial. “Essa nova revolução tem como característica englobar algumas tecnologias emergentes para a automação e troca de dados, utilizando conceitos de Internet das Coisas, Computação de Nuvem, Big data, Computação em Sensores, dentre outros”, define o professor.
Principais características
A principal característica da Indústria 4.0 é utilizar as inovações tecnológicas para o desenvolvimento de uma indústria inteligente. Assim, conceitos como Inteligência Artificial (AI), Realidade Virtual (VR) e Internet das Coisas (IoT) são aplicados de maneira a tornar a produção mais eficiente.
Essas tecnologias vão conferir à indústria inteligente uma maior agilidade e transformação na cadeia produtiva. Por meio do cloud computing, por exemplo, é possível disponibilizar o armazenamento de arquivos ou banco de dados em servidores que são hospedados por meio da internet.
A comunicação entre máquinas, sistemas, dispositivos e pessoas – conhecida como interoperabilidade – é outra característica muito importante da Quarta Revolução, assim como a transparência da informação e a assistência técnica. Esta integração entre tecnologias e pessoas permite que os sistemas com Inteligência Artificial possam ser mais autônomos, utilizando-se de padrões de produção para tomar decisões simples e descentralizadas.
Integração entre o digital e o físico
Uma das características que mais chamam atenção, porém, é a integração cada vez mais evidente entre o digital e o físico. “O digital está cada vez mais interagindo com o físico e já podemos ver essa integração também na indústria”, afirma Castro. O professor exemplifica a questão citando o monitoramento de uma casa ou indústria por meio de sensores conectados a uma rede ligada à grande Web.
“No caso de uma fábrica de processos petroquímicos, por exemplo, os seus sensores e componentes de medição estarão interligados à rede a todo o momento, monitorando seus estágios. Isto permite também que os sensores possam avisar, com antecedência, uma possível pane em alguma máquina, evitando a ocorrência de um desastre”, esclarece o especialista.
Mudanças positivas
Assim como a maioria das evoluções tecnológicas, apostar em uma indústria inteligente tem muitos benefícios confiáveis e consistentes. Uma dessas vantagens é a capacidade de coletar e computar dados em tempo real, além de entregar conhecimento derivado dessas análises de maneira imediata.
O gerenciamento de estoque também se torna mais eficiente, em todos os níveis do processo - desde a fabricação até o momento da entrega -, o que garante um controle mais fundamentado, substancial e seguro dos resultados da empresa.
“As mudanças nas formas de produção e no trabalho serão evidenciadas na eficiência e eficácia das atividades, quantidades de itens a serem produzidos, redução e prevenção de riscos à vida humana. Também podemos citar as mudanças comportamentais, como a forma de acessar as informações e de efetuar os trabalhos”, garante o professor.
Segundo Castro, os técnicos e especialistas precisarão continuar estudando e pesquisando, para garantir que as mudanças cheguem à população, de forma geral. Por fim, haverá uma alteração significativa também na dinâmica do mercado, que passará a ser mais ágil na informação, inovação e nas respostas que as empresas precisam dar.
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!