A impressora é um equipamento já incorporado ao escritório e também presente em muitos lares. Porém, uma tecnologia inovadora tem ganhado popularidade no Brasil nos últimos anos e pode representar uma revolução no mercado, mesmo que utilizada para fins diferentes: a impressora 3D.
Trata-se de uma máquina que permite a criação de objetos físicos, com rapidez e precisão, a partir de um modelo digital obtido no computador. “Ela utiliza um material diferente, similar ao plástico, e consegue imprimir modelos e estruturas em três dimensões”, explica o professor de Ciência de Dados da Unifacs, Felipe Torres, especialista em análise de dados aplicada na área de saúde.
O conceito pode parecer confuso, mas tem sido muito utilizado, principalmente na nova cultura de makers, que tem ganhado força nas escolas e no empreendedorismo. O funcionamento dessa tecnologia é simples de entender. Após a criação de um modelo digital no computador, o arquivo é enviado ao software da impressora 3D, definindo suas dimensões e detalhes de textura. Em seguida, o desenho em 3D do modelo será fatiado em várias camadas de impressão. Cada uma delas será impressa, até até que o objeto completo se forme.
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A chegada dessa tecnologia foi revolucionária para a indústria. Antes, era necessária a criação de um protótipo manual, para só então criar uma matriz de produção. As impressoras 3D trabalham com um tipo de injetor de matéria quente (similar ao plástico) ou através da emissão de luxes sobre um material moldável.
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A tecnologia surgiu na década de 1980, quando havia uma demanda grande de prototipagem rápida. Atualmente, porém, ela tem se tornado cada vez mais popular, principalmente com o barateamento de alguns modelos. “Hoje, não apenas as impressoras estão se tornando mais baratas, como também o próprio material de impressão 3D”, explica Torres.
Porém, o especialista lembra que esse barateamento ainda não é acessível para a maioria das pessoas. “Alguns escritórios já estão usando a tecnologia. Também já há casos de pessoas com uma impressora 3D em casa, mas ela ainda é cara para a maioria. Um equipamento do tipo, hoje em dia, está custando em torno de R$ 7 mil a R$ 10 mil, o que não é um valor acessível para grande parte da população”, lembra o professor.
Criatividade e empreendedorismo
As startups vêm utilizando impressoras 3D em suas rotinas criativas. É cada vez maior o número de ideias de negócios que surgem a partir do uso desta ferramenta. “Se você consegue pensar em modelar em 3D, você consegue criar também. Basta ter criatividade, e você consegue produzir grandes coisas com o uso dessa nova tecnologia”, opina Torres.
Muita gente tem partido desta premissa para empreender, no rastro de uma ideia inovadora e do uso dessa ferramenta. Principalmente porque há uma variedade de materiais aceitos pelas impressoras 3D: nylon, termoplásticos resistentes, prata, aço inoxidável, entre outros.
A Materialise foi uma das que utilizaram a tecnologia para se projetar no mercado. Em parceria com a designer de moda Melinda Looi, a empresa belga criou acessórios fashion impressos em 3D, em uma coleção inspirada em pássaros. Dentre os itens disponibilizados para compra, estão bijuterias, sapatos e até uma saia.
Um dos casos que ganharam destaque nos últimos anos foi o do Robohand – iniciativa de um empresário que criava mãos para crianças nascidas com problemas congênitos que impediram a formação ou causaram malformação desse membro. O modelo de mão robótica foi criado pelo carpinteiro Richard Van As em colaboração com o designer Ivan Owen. A tecnologia é tão boa que permite, inclusive, a movimentação dos dedos a partir de um comando dado pelo pulso do usuário da prótese.
Imprimindo comida
O desenvolvimento da tecnologia das impressoras 3D continua a surpreender. Atualmente, alguns modelos conseguem criar novos produtos a partir do uso de alimentos como matéria-prima. No mercado, existem tipos que já conseguem moldar comidas prontas, e outros surpreendem ao serem capazes de imprimir e cozinhar o prato.
Esses novos modelos trabalham de forma tradicional: utilizando um protótipo digital para fazer a superposição de camadas, imprimindo uma a uma. Porém, já há equipamentos com um funcionamento diverso, que juntam diferentes materiais em uma espécie de 'cimento comestível'.
Um desses novos modelos é a Foodini, cujo foco é na alimentação saudável. Esta impressora 3D permite o uso de alimentos frescos como matéria-prima, servindo de incentivo para a redução do consumo de processados. Em casa, você precisa preparar os ingredientes previamente e, em seguida, inseri-los na impressora, que fará o processo de moldagem. O usuário pode escolher a receita, e a máquina vai indicar em qual compartimento inserir cada ingrediente.
Já a Mmuse é capaz de transformar chocolate em pequenas obras de arte. O formato do doce vai depender da sua criatividade e do seu desejo. O funcionamento também é relativamente simples: basta depositar os pedaços de chocolate em um recipiente, selecionar o design escolhido e esperar o aparelho entregar o resultado final.
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Redação iBahia
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