Flora conheceu Gilberto Gil em 1981, quando tinha 18 anos. Uma simples carona fez com a, na época, vendedora de uma loja de roupas de São Paulo, encontrasse o amor de uma vida inteira. Da parte dele, paixão à primeira vista, já da dela, um esforço precisava ser feito.
O fato de Gil, já conhecido nacionalmente por seus grandes sucessos, e também pela fama de "mulherengo" não intimidou o "querer" da paulistana que havia acabado ganhar uma viagem à Salvador por ter se tornado a funcionária do mês do estabelecimento em que trabalhava.
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Em 2018, Flora concedeu uma entrevista exclusiva à revista Marie Claire, contou a história ao pé da letra e como se rendeu aos encantos de um dos reis da Música Popular Brasileira (MPB).
"Eu tinha 18 anos e trabalhava em uma loja de roupas em São Paulo porque queria juntar um dinheiro para viajar. Fui a vendedora do mês e o dono me deu uma viagem como prêmio. Disse que eu podia escolher entre Fortaleza e Salvador. Escolhi a Bahia porque adorava os Novos Baianos. Era janeiro quando cheguei, fui a um show da Baby com uma amiga. Quando estava saindo, pedi carona. Um carro parou e era o Gil, com a Regina Casé e a Nara, filha dele, que era uma menina. Quando eles foram me deixar em casa, ele falou para eu ir para o Porto da Barra no dia seguinte. E assim começou aquela convivência com as paulistas que foram passar o verão na Bahia"
disse Flora à Marie Claire em 2018
"Comecei a conversar muito com ele, que era casado com a Sandra [Gadelha], tinha três filhos [Preta, Maria e Pedro, este morto em um acidente de carro aos 19 anos, em 1990], e dois do casamento anterior com a Belina [Aguiar, mãe de Nara e Marília]. Fui-me embora e voltei para Salvador no Carnaval. Nos encontramos de novo e foi aí que tivemos uma coisa e ele fez a música “Flora”. Começou um romance, mas não era nada sério", continuou a empresária.
Autêntica, cheia de carisma e sem ligar para o que pensam sobre ela, Flora encarou desbravar o saberes de uma paixão mesmo com Gil sendo pai de cinco filhos vindos de outros três casamentos.
"Ele era recém-separado da Sandra, tinha toda a classe artística comentando: “Nossa, o Gil separou. Quem é a nova namorada?”. Engraçado que naquela época aquilo não me assustava, eu era espontânea e verdadeira. Não fiquei nervosa quando conheci as filhas dele. Fui muito bem recebida. A Nara, que é cantora, foi a primeira que conheci naquela carona e virou madrinha do meu primeiro filho, o Bem. A Marília, que é psicóloga e produtora, trabalha comigo na Bahia, está sempre sorrindo. Preta, do dia que me conheceu até hoje, a gente nunca se desgrudou. A Maria é madrinha do José, meu filho mais novo. Ela tinha uma coisa mais fechada por causa da mãe, mas depois foi se soltando. Hoje a gente tem uma família e essa família única inclui a Sandra e a Belina. O que eu mais gosto no mundo é ter todos eles dentro de casa. No verão na Bahia, isso acontece", explicou a diretora da GeGe Produções.
Ainda na entrevista à revista Marie Claire, a dona do famoso Camarote 2222, entregou um fato inusitado que aconteceu entre eles logo após o casamento. Os dois foram assaltados poucos dias após os casório. Na época do dono da canção "Andar Com Fé" chegou a discutir com o assaltante.
"Eu voltei para São Paulo, depois ele veio atrás de mim. E aí, sim, começamos a namorar. A gente casou e eu me mudei para o Rio. Fomos morar em um sítio em Jacarepaguá e aconteceu um assalto horrível. O ladrão entrou e perguntou: 'Cadê o cofre?'. O Gil respondeu: 'Você é o ladrão, você que procure. Eu sou o assaltado'. A gente não tinha nada. Era um cofre velho. Pedi desculpas para o ladrão e fui mostrar onde era, rezando para abrir. O cara de escopeta na mão e o Gil lá reclamando. Pensei: 'Não vou ficar com essa pessoa louca' [risos].
Após o episódio, os recém-casados resolveram voltar à cidade grande e chegaram até a passar um 'perrengue de luxo' como pedir adiantamento de salário a gravadora em que Gil trabalhava para pagar as dívidas de um hotel em que eles moravam temporiamente.
"A gente decidiu voltar para a cidade, mas não tinha onde morar porque ele deixou a casa para a Sandra e para os meninos. Fomos viver em um hotel e pagávamos as contas com adiantamentos que pedíamos à gravadora. Depois alugamos um apartamento na Barra, até que me falaram que iriam construir um condomínio superseguro, com câmera, segurança, em São Conrado. Falei: 'É pra lá que eu vou'. Cheguei aqui para conhecer, era caríssimo. Entramos em um financiamento, compramos na Barra e só depois conseguimos comprar aqui, há 31 anos. Foi onde os meninos [Bela, Bem e José] cresceram", disse ela à revista.
Em 2020, ainda na pandemia da Covid-19, a mãe de Bem, José e Bela Gil comentou em entrevista à jornalista Lígia Mesquita, do Universa, o segredo de como manter um casamento por tanto tempo.
"É uma pergunta simplista mesmo. Casamento é como tempo: venta, faz sol, chuva, tem flores. E vamos nos adequando a esse tempo. Não somos um casal que briga ou que fica toda hora voltando a um problema. Nos conhecemos muito. Gil é muito calmo, eu sou, evidentemente, mais ativa. Agora tô aqui fazendo essa entrevista e ele tá lá numa live sobre sustentabilidade. Quando unimos tudo isso, a família, o resultado é muito positivo", completou Flora, um dos pilares da família Gil.
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Redação iBahia
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