Em abril deste ano, Gilberto Gil, que completa 80 anos no dia 26 de junho, se tornou “imortal”. Ele ganhou um lugar na Academia Brasileira de Letras reforçando a sua importância na cultura do país. E foi em Salvador, que este “imortal” nasceu, mas foi em Ituaçu, no sudoeste da Bahia, um município de apenas 19.095 habitantes, que ele viveu seus primeiros nove anos de vida.
Os pais de Gil moravam na cidade, mas se mudaram para Salvador, distante 470km, antes dele nascer. O retorno para Ituaçu aconteceu três meses depois de Gilberto Passos Gil Moreira nascer na capital.
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Quando completou 78 anos, em 2020, Gil fez uma publicação no Instagram em homenagem a sua infância e à cidade onde nasceu. Na legenda, ele descreveu como eram seus dias de criança no interior.
“Ainda sonho frequentemente com Ituaçu. A mesma coisa, a cidade, os dois bairros principais, aquelas pessoas importantes do lugar, os meninos com quem eu brincava, tudo isso ainda sonho muito, frequentemente, como se eu ainda estivesse lá”, escreveu o cantor.
Essa não foi a primeira vez – nem a única - que Gil citou a infância e Ituaçu. O baiano sempre fala da cidade com carinho e saudosismo. No documentário “Tempo Rei”, de 1996, ele vai à cidade e comenta como desejava ter voltado antes ao município e fala também sobre suas “visitas” durante a noite. “Sonho constantemente com Ituaçu. É difícil passar um ano que eu não sonhe quatro ou cinco vezes com Ituaçu”, diz em um trecho do doc, em que aparece dirigindo pela estrada de barro da cidade.
Ituaçu é uma cidade de vale, cercada de montanhas. Quando era “menino”, Gil conta que “projetava o olhar infantil por aqueles morros e imaginava por trás daqueles morros”. “Imaginava: para lá, é o resto do mundo”, disse também no documentário.
Ao visitar a cidade na década de 90, durante as filmagens de “Tempo Rei”, o cantor comenta que a cidade está “igualzinha”. Gil ainda reconhece a casa em que ele morava e reencontra antigos vizinhos. E mais uma vez ele usa a palavra sonho: “Nem acredito que estou aqui, parece um sonho”, resume.
Inspiração
Em outra entrevista, para a minissérie “Infinito Brasileiro”, Gil conta que uma das principais lembranças que tem de Ituaçu é do serviço de alto-falante que passava nas ruas da cidade. Foi através deles, que ainda menino ele conheceu Luiz Gonzaga.
A cidade também está presente em canções do artista. Por exemplo, “Procissão”, uma das faixas de “Louvação”, disco de 1967, foi composta através das lembranças das festas religiosas de Ituaçu.
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Cláudia Callado
Cláudia Callado
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