A história do primeiro Carnaval do Brasil. Hoje, a Praça Castro Alves é do povo, mas já foi da elite. O Largo do Theatro já foi palco da festa presenciada até por Charles Darwin quando esteve aqui, em 1832, com o navio Beagle: Salvador fez parte da pesquisa que deu origem à famosa Teoria da Evolução das Espécies. Não é pouca coisa não. Mas, voltando ao Carnaval, o nosso começou com os jesuítas: fazia parte do calendário católico.
No livro "História do Carnaval da Bahia", o pesquisador @nelsonvaroncadena nos presenteou com descobertas preciosas. Encontrou registros comprovando a realização do Carnaval em Salvador desde o século XVI, portanto, desde a fundação da Cidade do Salvador.
No início a festa era realizada pelos jesuítas com os indígenas como parte da catequese. A partir do século XVIII se tornou mais popular e incluiu danças realizadas pelos escravizados além do entrudo, um costume trazido da Europa: os foliões atiravam coisas uns nos outros.
Nos salões da elite, as pessoas jogavam bolas de cera com perfumes. Nas ruas, o povo jogava ovo, tripa de porco, água, farinha e tomate. Em 1884, o Carnaval foi oficialmente reconhecido e ganhou regras. O entrudo foi proibido e anos depois o desfile de carros enfeitados passou a dominar o cenário, especialmente na Rua Chile e Praça Castro Alves com a chegada dos primeiros veículos motorizados vindos da Europa. Nessa época surgiram os bailes fechados e caríssimos. Também surgiram os primeiros clubes carnavalescos com destaque para o Cruz Vermelha e o Fantoches.
As músicas eram instrumentais: marchinhas, sambas e frevos. No final do século XIX surgiram os afoxés com cânticos em nagô e batucadas, trazendo o candomblé para as ruas. A elite se incomodou e em 1905 o desfile de afoxés foi proibido.
O Carnaval só ganhou o formato que conhecemos com a invenção do Trio Elétrico, em 1950: Dôdo e Osmar com sua Fobica mudaram pra sempre a história. No ano seguinte, o amigo Temistocles Aragão se juntou à dupla e surgiu o trio que deu origem ao nome Trio Elétrico. Era que eles usavam instrumentos elétricos, inclusive o pau elétrico, a invenção que deu origem à guitarra baiana.
*Texto de Louti Bahia do perfil @amoahistoriadesalvador
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Redação iBahia
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