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Dia Internacional da Mulher: conheça 11 baianas que inspiram

iBahia preparou lista com onze mulheres baianas que representam a diversidade e a potência feminina do nosso estado ; confira

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Redação iBahia

08/03/2022 às 12:51 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:48 - há XX semanas
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O Dia Internacional da Mulher é principalmente um convite à reflexão sobre o que é ser mulher na sociedade atual. Por vezes, as características femininas mais divulgadas reduzem mulheres a um estereótipo que não condiz com a realidade da maioria e que não abarca as infinitas possibilidades que há em ser mulher. Para destacar a diversidade e a potencialidade de diferentes mulheres, o iBahia apresenta onze mulheres baianas para conhecer e se inspirar. Confira:

Foto: Reprodução / Instagram
Wanda Chase é jornalista, nascida em Manaus, porém foi por Salvador que se apaixonou e mantém um "casamento" de 30 anos. É possível dizer que essa paixão de Wanda é recíproca, pois a jornalista foi abraçada pela cidade e é conhecida como grande conhecedora da cultura baiana, com destaque para a cultura negra.

Ao refletir sobre o significado de ser mulher, Wanda conta também sobre sua herança ancestral: "Ser mulher no século 21, apesar dos avanços e das conquistas, ainda nos é muito difícil, porque as adversidades continuam nos perseguindo. Cada vez mais a violência doméstica aumenta. Quanto mais nós tentamos nos impor, quanto mais nós avançamos, mais dificuldades encontramos. Mas eu gosto de ser mulher. Eu gosto de ser mulher porque eu me inspiro em muitas que vieram antes de mim, nas minhas avós, que deixaram uma herança afetiva muito grande, uma herança de luta, uma herança de dias melhores. Eu gosto de me olhar no espelho e ver que mulher eu sou hoje." refletiu a jornalista.

Aos 71 anos, Wanda Chase é um exemplo de vitalidade e autoestima: "Quando eu me olho no espelho, aos 71 anos, eu me acho uma mulher interessante. Eu não perdi aquele vigor, aquela força, aquela vontade de que amanhã e depois de amanhã os dias serão melhores. E que as minhas sobrinhas, minhas sobrinhas-netas, principalmente, vão ter dias melhores que os meus. Vão desfrutar de todo um caminho, de toda uma construção feita, arquitetada por nós." afirma a jornalista.

Ao pensar sobre o significado de ser mulher, Wanda olha para sua própria trajetória com orgulho e satisfação: "Quando era adolescente eu não sonhava como as meninas da minha época que queriam casar e ter filhos, sem nenhum desrespeito às mulheres que casaram e tiveram filhos. Mas eu queria me formar. Eu queria morar sozinha. Eu queria desfrutar do que o mundo poderia me oferecer, em termos de oportunidades. E eu consegui. Eu sinto que eu que Deus foi muito generoso comigo e eu fui muito determinada, escolhi a profissão que eu sonhava, consegui me realizar dentro desta profissão. (...) Eu me sinto realizada pelos amores que passaram na minha vida. Pelos homens que me ensinaram e por aqueles que eu não quis continuar a jornada porque não tinham muito a me ensinar." contou ao iBahia.

E conclui demonstrando prazer e orgulho em ser a mulher que se tornou:

“Eu sou muito feliz sendo mulher, eu me contento muito em ser mulher, eu sou mulher. Eu amo ser mulher!”

Foto: Reprodução / Instagram
Empreendedora de Feira de Santana, Dani Lacerda está no comando de uma rede de supermercados com faturamento de 285 milhões de reais só em 2020. A CEO, que é uma referência no varejo, representa a Bahia na lista "Under 30" da Forbes. Para ela ser mulher é:

“Mostrar nossa força além do que se é caracterizado. Onde a determinação e a ousadia faz com que a gente conquiste o nosso espaço no mundo” afirmou a empreendedora.

Foto: Reprodução / Instagram
Carla Akotirene atua no SUS como assistente social, pesquisa sobre raça e interseccionalidade, e é militante da causa. Além disso, Carla é doutora em estudos de mulheres, gênero e feminismo pela UFBA. A soteropolitana também é autora dos livros "O que é interseccionalidade?" (2018) e "Ó paí, prezada! Racismo e sexismo institucionais tomando bonde nas penitenciárias femininas" (2020).

Para Carla: "Ser mulher pra mim é levantar todos os dias ciente de que o patriarcado racista não tem motivo algum para se dar por vitorioso, pois a cada dia estamos mais insubmissas e descolonizadas." afirmou ao iBahia.

Foto: Acervo pessoal
Mila, ou "Mila Mesmo" como é conhecida nas redes sociais, é advogada e atua pelos direitos das pessoas com deficiência. Além disso, a soteropolitana de 34 anos é idealizadora do projeto "Bora mesmo?", que vem desde 2019 destacando locais para conhecer em Salvador que dispõe de acessibilidade.

Sobre ser mulher, Mila destaca que o dia “é estar sempre lembrando a todos de que sou uma mulher, também. Não apenas uma pessoa com deficiência, mas uma mulher com deficiência. Que os desejos e medos, que todas as mulheres sentem, também os sinto, além de outros mais, que nem sempre são escutados. Inclusive por outras mulheres. Ser mulher é ter que lembrar sempre do papel difícil e fundamental que temos na sociedade, sem a valorização merecida, ao mesmo tempo em que sabemos que, sem nós, não haveria nada." afirmou a advogada.

  • Luena Pataxó:
Foto: Acervo pessoal
Luena Maria Ferreira dos Santos é indígena da etnia Pataxó e lidera uma associação de pescadores em uma tribo de Coroa Vermelha, distrito de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia. Luena foi ganhadora do Prêmio de Empreendedorismo feminino do Sebrae em 2014, na categoria Produtora Rural, e levou medalha de bronze na etapa nacional da premiação. Muito orgulhosa de si e da sua luta, Luena acredita que ser mulher é: "Ser resistência, lutar sempre sem desistir jamais." refletiu.
Foto: Reprodução / Instagram
Nascida em Salvador e criada no Nordeste de Amaralina, Monique é empresária, jornalista e ativista. Já aos 16, criou o Desabafo Social, laboratório de tecnologias sociais. É fundadora da Inventivos, plataforma de formação de empreendedores. Em 2021 , foi reconhecida entre os 50 profissionais mais criativos do Brasil pela Revista Wired.

Para Monique ser mulher é: "Ser uma mulher, preta e nordestina, significa ter que reforçar de onde a gente veio e o que a gente deseja, para que nenhuma outra pessoa se sinta à vontade para decidir isso por nós. Porque o machismo, racismo e as outras estruturas que nos excluem, tentam determinar o que podemos alcançar e até onde podemos chegar. Ser mulher, preta e nordestina, é estar com os mecanismos de defesa sempre a postos, o que torna o ser mulher, também, um estado de cansaço. E sabendo disso, junto com nossa rede de afetos, buscamos nossa humanidade diariamente." contou ao iBahia.

Foto: COB / Divulgação
Ana Marcela Cunha é nadadora baiana que se consagrou como campeã olímpica na categoria de maratona aquática nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. Além disso, Ana é campeã do prêmio de maior nadadora de águas abertas do mundo por seis vezes.

Para a baiana ser mulher é: "É ter a liberdade de escolher, de fazer acontecer, de lutar, correr atrás com fé e ter o poder de transformar sonhos em realidade, de ser feliz e de dizer que lugar de mulher é onde ela quiser!" afirmou a nadadora ao iBahia.

Foto: Reprodução / Instagram
Thiffany Odara foi a primeira travesti a se formar em Pedagodia na UNEB em 2017, é pesquisadora, Mestranda em educação e contemporaneidade, é escritora e autora do livro: “Pedagogia da desobediência travestilizando a educação”, ativista do movimento negro e LGBTQIO+ e liderança comunitária. Atualmente ela atua na assessoria parlamentar, e é educadora social e redutora de danos, trabalhando junto a usuários de álcool, crack e outras drogas, realizando atividades educativas e culturais, facilitando e mediando o acesso destes usuários na Rede de Atenção à Saúde para o cuidado em seu território. Para Thiffany, ser mulher: “É ser a força da resistência feminina diária” relatou ao iBahia.
  • Ana Pires:
Foto: Reprodução / Instagram
Ana Pires é fundadora da Clara Ideia, estúdio de Inovação que busca descomplicar a inovação para promover o crescimento sustentável das organizações. Foi eleita uma das 50 profissionais mais criativas do Brasil pela Revista Wired.

Apesar de nascer no Rio de Janeiro, Ana afirma que "adotou e foi adotada pela Bahia desde 1987".

Ao pensar no significado de ser mulher, Ana explica: “Para mim, o feminino é isso: uma síntese de razão e emoção; uma dádiva. Somos empáticas por natureza, criativas, múltiplas, geniais. Somos testadas o tempo todo em territórios ainda dominados pelos homens, mas somos guerreiras incansáveis, lutamos com o coração e a sabedoria. Como mães, preferimos a educação à força, o amor ao medo, a tolerância à rejeição. E assim, seguimos consolidando nosso espaço, fortalecendo nossa voz, contribuindo com a construção de um país melhor. Assim me sinto e assim espero inspirar outras mulheres." contou a CEO.

Foto: Reprodução / Instagram
Samira Soares é ativista do Movimento Negro Unificado, mestranda em Literatura e Cultura ela pesquisa sobre representação das trabalhadoras domésticas na literatura brasileira. Para além disto, Samira desenvolve desde 2014 o projeto Narrativas Negras, nele desenvolve conteúdos sobre relações raciais, questões de gênero e LGBTQIA+, sociedade, política, literatura e autocuidado popular e ancestral. Sua participação se estende também à fundação da Marcha do Empoderamento Crespo em Salvador.

Ao refletir sobre o que é ser mulher, Samira relembra um poema de Maya Angelou, que diz:

"Pode me atirar palavras afiadas,

Dilacerar-me com seu olhar,

Você pode me matar em nome do ódio,

Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.",

para afirmar que: "Ser mulher é ser sagrada, mas tornar-se mulher é um grande ato de coragem. Ainda que o sistema queira nos silenciar. Tenho orgulho de ser uma mulher negra por saber que do crespo do meu cabelo ao negro da minha cor eu tenho a memória viva e pulsante da minha ancestralidade preta. "

Foto: Acervo pessoal
Lívia Sant’Anna Vaz é Promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia, e foi eleita uma das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo. É mestre em direito público, pela UFBA, e doutoranda em Ciências Jurídico-Políticas na Universidade de Lisboa.

Lívia é uma das 18 juristas do Brasil a ser convidada para integrar a Comissão da Câmara dos Deputados para avaliar e propor estratégias de combate ao racismo no país. Ao pensar sobre o que é ser mulher, ela afirma:

“Ser mulher é vivenciar diariamente o desafio de se tornar a mulher que você almeja ser e não apenas aquela que a sociedade racista/patriarcal impõe que você seja. Nesse sentido, nós, mulheres negras, buscamos força na nossa ancestralidade, para romper as barreiras impostas pelo racismo e pelo sexismo; honrando os passos que vieram antes dos nossos, para continuar abrindo caminhos na construção de uma sociedade pluriversal. O nosso (afro)futuro será ancestral e feminino!” refletiu a promotora.

Leia mais sobre o Dia das Mulheres no iBahia.com e siga o portal no Google notícias.

*Sob orientação da repórter Cláudia Callado

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