O mundo passa por mudanças aceleradas, e as invenções tecnológicas causam rupturas em diferentes áreas, como educação, saúde, indústria e negócios. É neste contexto que surge a transformação digital – processo que integra a tecnologia digital a todos os aspectos da empresa.
O impulso para a mudança vem das novas ofertas e descobertas tecnológicas, da digitalização das operações e da maior relevância dada aos canais e às dinâmicas de relacionamento com os clientes. Não há como as empresas passarem longe da transformação. A mudança não espera, e exige que todos estejam a bordo, os líderes e os funcionários, cada qual exercendo o papel que lhe foi designado.
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Resistência esperada
Como qualquer mudança mais radical, a transformação digital também tem sofrido resistência dentro das empresas. Pode parecer difícil entender o motivo, afinal, ela chega para trazer benefícios. Mas é preciso lembrar que a transformação digital altera tudo: a visão, a estratégia, a cultura e a forma de trabalho. Logo, a adaptação não é tão simples.
Para o consultor e especialista em Administração e Marketing de Serviços, Roberto Mosquera, as pessoas precisarão se adequar às substituições de funções e aos novos cargos que devem surgir com o avanço da transformação digital. “Tudo o que a máquina pode fazer de forma mais rápida e sem erros deve gerar uma substituição dos humanos. E isso já está acontecendo. No telemarketing, por exemplo, a substituição vai ocorrer à medida que a inteligência artificial for avançando”, explica.
O especialista lembra também que as empresas vão precisar adaptar suas rotinas para atender com maior agilidade às aspirações e necessidades dos clientes e da concorrência. “É uma mudança na forma de pensar. Hoje, os líderes têm a cultura de controle total das coisas, das decisões. Será necessário dar mais autonomia às equipes para responder às demandas”, afirma Mosquera.
Muitos desafios à vista
A resistência dentro das empresas, porém, não é o único desafio que a transformação digital enfrenta. O medo da mudança também é um adversário a ser vencido. O grande problema é que a transformação digital não é apenas uma ruptura brusca, mas uma série constante de adaptações, pois as tecnologias continuam sendo aprimoradas e, assim, as possibilidades seguem imprevisíveis.
Como o período atual é de transição, muitas decisões podem ser consideradas 'saltos no escuro', sem que as empresas estejam de posse de todas as informações. Por isso, antes de deflagrar a estratégia de digitalização das operações, as empresas precisam dar segurança aos seus funcionários para que eles ajam com confiança, minimizando os erros.
Outro desafio é oferecer forte concorrência diante da quantidade de startups que vêm surgindo no mercado por conseguirem se adaptar melhor às novas tecnologias, e entregar produtos e serviços em um tempo mais curto.
As estratégias atuais ainda geram segurança às empresas e, por isso, muitas ainda resistem em mergulhar no processo de transformação digital. A questão é que os clientes e colaboradores também estão imersos no processo e as empresas precisam não apenas observar este comportamento, como também incorporá-lo em suas rotinas.
Medidas para aceitação
Para que a mudança aconteça de forma mais consistente, é preciso que as equipes – líderes e colaboradores – estejam seguras. Algumas ações podem ajudar a fortalecer a confiança, garantindo maior chance de sucesso no processo de digitalização.
O primeiro passo é ter sempre transparência e manter uma comunicação sincera, especificando quais os objetivos de cada ação e os caminhos necessários para que eles sejam alcançados. A desinformação pode tornar a equipe resistente às novidades.
Além disso, as mudanças devem ser mostradas como um desenvolvimento positivo. As equipes precisam entender que é normal reconsiderar algumas etapas do processo, para trabalhar melhor as medidas que já foram iniciadas.
Os líderes também devem demonstrar que os erros podem ocorrer, uma vez que o caminho percorrido ainda está sendo desbravado. Isso torna mais fácil abrir novas oportunidades para que as equipes possam aprender algo e, consequentemente, gerar valor agregado à empresa.
A transformação digital pede agilidade, reconhecimento e eliminação dos elementos que não estão funcionando, ainda no estágio inicial. Ela possibilita pensar estratégias alternativas ou repensar aquelas que já estão sendo usadas, mesmo que, para isso, seja necessária – como muitas vezes é – uma mudança na postura das equipes e na cultura das empresas.
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Redação iBahia
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