Conhecidas pelo termo em inglês “smart cities”, as cidades inteligentes são aquelas que conseguem utilizar a tecnologia para planejar uma cidade criativa e sustentável. Ou seja, através da tecnologia, são propostas soluções para resolver os problemas da cidade.
“Uma cidade inteligente utiliza os recursos da tecnologia – como sensores e captadores de dados – para fazer o cruzamento de informações e tomar decisões que vão melhorar a vida das pessoas. Semáforos, placas câmeras, antenas de telefonia, celulares são equipamentos que produzem uma série de dados e ajudam a entender o comportamento e as necessidades das pessoas”, explica Rafael Molina, especialista em engenharia da informação e gestor de projetos de inovação da Cittati.
Para o especialista, as smart cities utilizam o processamento desses dados para criar soluções em mobilidade, transporte urbano, segurança e outras áreas. E o tratamento desses dados não deve ser feito apenas com o intuito de resolver problemas, mas também de antever problemas que ainda não existem.
Presentes em todo o mundo
No Brasil, algumas cidades começam a se consolidar com o título de “smart city”, mas o processo ainda se encontra nos primeiros estágios. Porém, nós temos bons exemplos de cidades inteligentes pelo mundo.
Quando falamos no termo “smart city”, logo pensamos em cidades como Nova York e Tóquio. No ano passado, a IESE Center for Globalization and Strategy considerou Nova York como a cidade mais inteligente do mundo. E a cidade não recebeu esse título em vão. Uma plataforma lançada na metrópole converteu sistemas telefônicos públicos antigos em uma fonte de internet para todos os residentes.
Paulo Victor Noronha, gerente de Oferta Corporativo da Oi, destaca o conceito pode funcionar de maneiras distintas em determinado local. “Devemos também ter em mente que cada cidade tem um contexto distinto e agenda política própria. Algumas cidades buscam fomentar o turismo, outras criar melhor ambiente de negócios a assim sucessivamente. Mesmo nas áreas comuns as cidades como melhoria da educação, saúde, mobilidade, ordem pública e segurança, cada cidade busca superar desafios distintos. Na educação por exemplo, enquanto uma cidade com área rural está buscando forma de apoiar os alunos a chegarem na escola, outra pode buscar melhorar a distribuição e uso dos recursos disponíveis”, explica.
Por exemplo, a capital do Japão, Tóquio tem investido em medidas que ajudem a controlar os gastos com energia em casas e edifícios comerciais. Isso é feito por meio de um gerenciamento inteligente da eletricidade utilizada por esses locais. E essas medidas têm sido realizadas com a ajuda de empresas do setor privado também. Um bom exemplo foi o bairro ecológico construído pela Panasonic onde ficava localizada a sua antiga fábrica. As casas desse bairro são baseadas no uso de energia renovável e aparelhos ultra eficientes, que conseguem inclusive determinar o melhor horário para lavar roupa, utilizando informações da previsão do tempo.
Como no exemplo acima, as empresas privadas também podem auxiliar na formação de cidades inteligentes. “Empresas como a Oi tem em seu DNA a inovação e a prestação de serviço continuado podendo ser o parceiro estratégico das cidades na implantação, operação e gestão das soluções tecnológicas nas jornadas de Cidades Inteligentes. Conectividade, tanto fixa quanto móvel são elementos indispensáveis em todos as soluções de cidades inteligentes viabilizando transmissão de dados de sensores, acesso a sistemas e troca de informações”, exemplifica Noronha.
Agricultura inteligente
Outro segmento que tem sido bastante aprimorado pelo uso da tecnologia é o setor da agricultura. Na Europa, por exemplo, algumas cidades têm desenvolvidos fazendas urbanas – uma espécie de prédios de agricultura. “Esses prédios possuem vários andares com plantações de produtos que serão consumidos na própria cidade. Ao invés de trazer o alface ou outra verdura de fazendas distantes, você o produz no próprio espaço urbano onde ele será consumido”, esclarece Rafael Molina.
O sistema de fazendas ECT é um desses exemplos de sucesso. Eles utilizam a aquaponia – combinação entre criação de peixes e a agricultura – para a produção comercial. Localizada em Berlin, cerca de 70% do total da água utilizada no sistema é proveniente da chuva. O local tem capacidade para produzir anualmente cerca de 25 toneladas de peixe e 35 toneladas de verduras e legumes.
Cidades pela Europa
Amsterdã é um bom exemplo a ser citado quando o assunto são as smart cities. A capital dos Países Baixos é destaque quando o assunto é investimento em tecnologia e sustentabilidade. Com quase 900 mil habitantes, o principal meio de transporte da cidade é as bicicletas. Além disso, o departamento de infraestrutura apostou na ampla disponibilização de estacionamentos, táxis e ciclovias.
Em Viena, na Áustria, quase 15% do uso de energia na cidade é renovável, mostrando que o desenvolvimento de uma cidade inteligente precisa ser sustentável. A Associação Internacional de Transportes Públicos considerou o transporte público da cidade como o melhor de todo o mundo, graças aos investimentos feitos no setor.
A mobilidade também é um destaque nas ações inteligentes de Copenhagen, na Dinamarca. Quase metade da população utiliza a bicicleta como principal meio de transporte e os semáforos se desligam automaticamente quando percebe ausência de trânsito nas ruas. Mais os investimentos da cidade em qualidade de vida não param por aí. Em Copenhagen, há medidores de qualidade do ar instalados em postes de iluminação pública e muitos espaços públicos são iluminados com o uso de energia solar.
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Redação iBahia
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