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Conceição Evaristo e Alex Simões abordam a preparação das poesias

Escritores também falaram sobre suas influências para a criação dos textos

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Redação iBahia

15/10/2016 às 18:39 • Atualizada em 30/08/2022 às 20:23 - há XX semanas
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A oitava mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, neste sábado (15), contou com a presença de Conceição Evaristo e Alex Simões, com mediação de Lívia Natália. Durante o bate-papo, os escritores falaram sobre o processo de escrita das poesias e as influências para os textos.

				
					Conceição Evaristo e Alex Simões abordam a preparação das poesias
Conceição Evaristo, Livia Natália e Alex Simões em mesa da Flica. (Foto: Egi Santana/ Divulgação)
"Em nenhum momento eu esqueço que estou trabalhando com a arte da palavra. Literatura é a arte da palavra. Eu gosto muito de trazer palavras do vocabulário umbanda e do português arcaico. Eu adoro escutar histórias alheias. As vezes o assunto não é nem comigo e eu gosto de prestar atenção", contou a multiescritora criada na favela Pendura Saia, em Belo Horizonte.O soteropolitano Alex Simões comentou que busca manter um "olhar de criança", para sempre buscar algo novo nas situações. "Eu sou negro, gay. Não é fácil. Sou de uma cidade preconceituosa e homofóbica. É importante a gente manter esse olhar de criança, com tudo me mostrando pela primeira vez. Dói muito viver em Salvador", afirmou ele, que completou dizendo escrever todos os dias e que tenta manter uma disciplina.

				
					Conceição Evaristo e Alex Simões abordam a preparação das poesias
Foto: Egi Santana/ Divulgação
Questionada sobre a literatura negra, Conceição Evaristo criticou as pessoas que deixam de lado as influências afrodescendentes na obras literárias. "Por que se reconhece uma música negra e toda influência das músicas negras? Também não temos dificuldade em falar de uma culinária negra. Mas quando chega na área da literatura existe esse impasse. A literatura é vista e publicada pelas classes hegemônicas. Até hoje se tem a ideia de que esse processo da escrita tenha um lugar nessa classe própria. Mas por que não acreditar que a experiência do sujeito negro possa ser um diferencial dessa produção de texto? Por que podemos pensar numa literatura judaica e não numa literatura negra? Eu não tenho dificuldade nenhuma em afirmar que a minha experiência como negra na sociedade influência no que escrevo. Tudo está muito ligada a minha experiência como negra mineira. Para se pensar literatura negra, é preciso pensar nas forças extra literais", afirmou ela.Já Simões disse "acreditar na política da coerência". "O texto literário pode muito pouco, mas eu acredito na potência política da coerência. A gente tem que agir com a coerência com nossos princípios. Eu gosto de momentos que esperam que eu vá falar no lugar de negro e gay, mas falo só de literatura. É muito mais importante manter essa relação de coerência. Eu sou negro, falo de questões que tem haver com as questões que são negras. Mas a mim me interessa muito mais o que está nos campos extras literais. O problema é ainda existir, nesse contexto que estamos vivendo, o machismo, o racismo e a homofobia", pontuou.

				
					Conceição Evaristo e Alex Simões abordam a preparação das poesias
Foto: Egi Santana/ Divulgação
Com uma programação gratuita envolvendo a cultura e literatura até o próximo domingo (16), a Flica é um evento do Governo do Estado da Bahia, realizado pela iContent (empresa da Rede Bahia) em parceria com a Cali.Assista, na íntegra, a mesa com Conceição Evaristo e Alex Simões na Flica 2016:

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