Cultura trazida pelo colonialistas, o Terno de Reis aos poucos foi praticado por negros e indígenas. Através da experiência com o sagrado, populações negras reestruturaram-se no Novo Mundo e superaram as grandes divisões entre os povos. Os elementos sagrados, muito utilizado pelos jesuítas na catequização, para os povos africanos e os índios brasileiros significava uma forma de resistir a condição de pobreza que eles viviam. Com o passar do tempo, os rituais passaram a se misturar, tanto no conceito quanto na prática. Era uma forma de afirmação da própria identidade. Então, no Natal e Ano Novo, por exemplo, os jesuítas com a intenção de conquistar novas almas e converter as pessoas ao cristianismo dramatizavam a passagem bíblica dos Reis Magos que iam em busca do Menino Jesus na manjedoura. A tradição europeu, ganhou o som dos batuques e danças dos afro-indígenas. Com o passar do tempo, as elites coloniais foram afastando-se desses festejos, que passaram a ser sustentados, cada vez mais, pelas populações de origem africana e indígena. Ainda hoje, as festas em louvor aos Reis Magos são manifestações populares da cultura mais presentes em todos os municípios baianos. A estrutura fundamental do Reisado é o cortejo de um grupo de foliões, que sai pelas ruas das cidades e estradas da zona rural, tocando e cantando na porta das casas, entrando naquelas em que os moradores queiram recebê-los. No interior das residências, diante do presépio, cantam para o deus menino; sambam em torno da mesa de comida; recebem donativos; cantam o agradecimento e a despedida e saem para repetir o mesmo ritual na casa seguinte.
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