O Farol da Barra fez o público viajar no tempo, ontem, durante o desfiles das charangas no Circuito Sérgio Bezerra. O fazendeiro Donato Zottoli, 51 anos, lembrou-se dos bailes nos clubes sociais de Salvador: “Eu ia muito à Associação Atlética, ao Bahiano de Tênis, à Casa D’Itália no comecinho dos anos 80... Eu gostava mais da música daquela época. Esse negócio de É o Tchan, essas coisas, gosto não”.
Donato também passou pela fase de ouro do axé, entre os anos 90 e 2000, quando saiu em alguns blocos, como Corujas, Ara Ketu e Internacionais. “Mas hoje gosto mesmo é de acompanhar as fanfarras. Camarote, você paga caro e nem vê o Carnaval porque, quando passa um trio em frente, todo mundo vai ver ao mesmo tempo e aí fica muita confusão”.
Jovens
Mas os mais jovens também foram à Barra aproveitar o “lado B” do Carnaval baiano, longe das grandes estrelas, como Bell, Ivete e Claudia Leitte. Um grupo de estudantes uniformizados, ao lado de um isopor chamava a atenção: era o Bloco dos Cabras, com integrantes entre 21 e 22 anos de idade. “Muitos vieram do interior, de cidades como Ipiaú, Cravolândia, Campo Formoso... A quarta-feira é um dia ótimo para a gente se reunir aqui, mais tranquilo”, disse o estudante Ian Lapa, 22.
Uniformizados e com canecas ostentando a marca do pequeno bloco criado por eles, os jovens se diziam contra o carnaval “elitista”, dos camarotes e blocos tradicionais. “Aqui, é muito melhor, o clima é de brincadeira. Aqui, a gente vive a essência do Carnaval”, defendeu Isaac Argolo, 22.
Os músicos, embora estivessem a trabalho, também diziam se divertir muito. O trombonista profissional China, 31, toca há três anos no bloco Pinguço. “Comecei a tocar trombone para ganhar um dinheiro. Depois, me apaixonei pelo instrumento. O repertório tem de tudo: das marchinhas como Cabeleira do Zezé e Abre Alas até as coisas mais novas, como Me Libera, Nega e Santinha”.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!