Não é de hoje que o bairro do Cabula, em Salvador, está passando por grandes mudanças. Atualmente tomada por grandes edifícios, um comércio forte, shopping center, universidade, escolas e metrô, a região guarda histórias de diferentes povos. Inicialmente, a localização foi povoada por grupos africanos que vieram de países como Angola e Congo. Inclusive, é por isso que o bairro conta com vários terreiros de candomblé.
Em seguida, já no século XIX, a região passou a ter muitas chácaras produtoras de laranja-da-baía ou laranja de umbigo. Essa subespécie da laranja não tem semente e se reproduz assexuadamente, por meio de mudas e enxertia. Em 1873, o fruto foi levado para técnicos de citricultura na Califórnia, nos Estados Unidos.
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De acordo com etnólogo e professor Valdeloir Rego, o nome do bairro é de origem africana, vindo de “Kabula”, podendo ser utilizado como nome próprio, verbo, ou se referir a um ritmo religioso.
A partir de 1910, a prefeitura passou a vender terras na região. Com o tempo, então, a população foi comprando esses espaços, principalmente os que haviam sido atingidas pelas inúmeras pragas que atingiram as plantações de laranja.
O historiador Rafael Dantas conta que foi a partir da segunda metade do século XX que surgiram novos planos e perspectivas de expansão urbana, juntamente com o aumento populacional entre 1945 e 1969, mesma época marcada pelos rumos das transformações em Salvador.
Ele destaca ainda que a criação do Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade do Salvador (EPUCS) na década de 1940, a construção das Avenidas de Vale e a Avenida Paralela, possibilitando o surgimento de novos centros de lazer, comerciais e habitacionais no final da década de 1960 e década de 1970, na gestão do Governador Antônio Carlos Magalhães (1971 – 1975).
"É nesse tempo que a região do Cabula começa a ganhar a formação atual com o surgimento dos primeiros conjuntos habitacionais no lugar das antigas chácaras e áreas verdes. Em 1983 tivemos a criação da Universidade do Estado da Bahia, UNEB", contou Dantas.
O Cabula, então, passou por uma grande expansão horizontal e observou o surgimento de diversos condomínios residenciais. O bairro começou a receber um público de classe média e de edifícios variados, com casas de 1 e 2 pavimentos e prédios de 4 pavimentos.
Já nos anos 2000, a região começou a passar por uma nova transformação em sua ocupação, passando a ter edifícios com mais de 10 pavimentos, principalmente depois da inauguração do Shopping Bela Vista, do funcionamento das Linhas 1 e 2 do Metrô e da criação de novos acessos ao bairro.
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Redação iBahia
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