O que uma tecnologia como o Big Data tem a ver com o esporte? Para muitas pessoas, é difícil compreender a relação entre as duas áreas, mas não apenas o relacionamento é possível, como também equipes de esportistas já utilizam a estratégia em benefício próprio.
O termo Big Data define um conjunto de dados gerados e armazenados a todo o momento. A essência deste conceito é a geração de valor a partir da análise de dados, principalmente no desenvolvimento de estratégias de marketing, redução de custos e tomada de decisões, sendo essencial para as relações econômicas e sociais.
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E o mercado esportivo também pode se beneficiar. Esta área teve uma receita de cerca de US$ 90 bilhões, exibindo crescimento de 100% nos últimos 12 anos. Pode parecer que esses números nada têm a ver com Big Data, mas é preciso lembrar que, no mesmo período, o uso da mineração de dados no segmento passou por crescimento proporcional. A projeção é que o setor de análises esportivas chegue a um orçamento de US$ 4,7 bilhões em 2021, contra US$ 125 milhões em 2014.
Monitoramento de dados fisiológicos
Os investimentos nas análises esportivas são bastante necessários ao setor, principalmente porque o uso de ferramentas automatizadas ajuda na análise de diversas variáveis, cuja medição seria impossível sem elas.
Mas qual a necessidade do tratamento desses dados? Uma das finalidades é fazer uma coleta de informações em tempo real, que serão usadas para entender quais os limites físicos de cada atleta, além de outros dados, como a capacidade biomecânica e as reações neurológicas em cada situação.
A ferramenta também é importante no monitoramento de dados fisiológicos, que são enviados à equipe técnica. De posse dessas informações, é possível conhecer a frequência cardíaca do atleta, assim como a distância percorrida, aceleração, potência e velocidade. Assim, torna-se viável para a equipe fazer uma análise dos pontos fortes e fracos de cada atleta, inclusive dos adversários.
Essa parceria entre Big Data e esporte, inclusive, já virou roteiro de cinema. Lançado em 2011 e estrelado por Brad Pitt, o filme O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball) conta a história real de Billy Beane, gestor do time de baseball Oakland Athletics. Ele usou os cruzamentos de estatísticas de desempenho de diversos atletas considerados medianos na modalidade esportiva e, assim, montou uma equipe a partir do diagnóstico completo das limitações de seus adversários. Com isso, o time comandado por ele quebrou o recorde de vitórias consecutivas na liga americana de baseball.
Aprimoramento de performance
Não é apenas no baseball que as análises de dados feitas por supercomputadores têm sido utilizadas no aprimoramento da performance dos atletas. As ferramentas automatizadas já existentes são capazes de processar grandes quantidades de dados, inclusive em tempo real. Estas informações são necessárias para entender em quais pontos o atleta precisa melhorar, como o limite físico ou a velocidade.
Durante os treinamentos, o monitoramento e análise desses dados de desempenho permitem que a equipe técnica e os preparadores físicos conheçam as falhas cometidas durante o jogo. Assim, o técnico pode fazer, quase em tempo real, um diagnóstico tático do time, permitindo que a estratégia de jogo seja revista durante o intervalo da partida.
Além disso, poder conhecer melhor as características do time adversário é uma vantagem grande dentro das competições de alto desempenho, principalmente no momento de traçar as estratégias ideais. É possível usar os dados sobre as lutas antigas de um boxeador, por exemplo, para entender os vícios de esquiva, garantindo que a preparação do atleta seja muito mais assertiva.
Aplicação fora das quadras
O uso do Big Data no setor esportivo não se restringe aos limites das quadras. A NBA, por exemplo, oferece ao público uma experiência mais revolucionária no entretenimento esportivo graças ao uso do Big Data - ela integra o seu app com uma plataforma de mineração de dados. Com isso, a NBA consegue oferecer informações em detalhes sobre a performance dos atletas, simulação de cenários e a análise de jogadas.
Porém, essas informações são obtidas de maneira muito mais rápida atualmente. Antes, era preciso uma análise dos comentaristas – o que podia demorar horas para ficar pronto, pois era necessário ver e rever as gravações diversas vezes. Agora, esta análise e estas informações já são obtidas em tempo real, levando ao espectador uma experiência ainda mais imersiva, em que ele pode entender, durante o jogo, o que é preciso para o seu time sair vitorioso.
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Redação iBahia
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