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Alimentação com insetos é defendida por pesquisador de Feira

Iguarias exóticas, - mas que de acordo com professor já é comum em muitos países, é alvo de pesquisas em Feira de Santana

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19/08/2014 às 14:25 • Atualizada em 28/08/2022 às 8:21 - há XX semanas
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Que tal comer uma farofa de formiga tanajura, uma cocada de larvas de besouro ou uma pizza de grilos? O canal Caminhos da Bahia foi resgatar em Feira de Santana a proposta de alimentação saudável através de insetos do professor Eraldo Medeiros Costa. O professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), alagoano que mora em Feira, há 19 anos, defende que o futuro da humanidade é adotar hábitos mais alternativos para suprir o risco da falta de comida. "A alimentação por insetos será a alternativa daqui a algum tempo. Em 2050, seremos 9 bilhões e não teremos como suprir a fome de todo o mundo. Não será ecologicamente correto, devastar florestas inteiras para criar mais gado e teremos que ter uma alimentação mais alternativa", explica Eraldo.
Eraldo defende uso de insetos na alimentação
Sob essa leitura, é que o professor iniciou suas pesquisas, há 20 anos, sobre o uso de insetos na alimentação popular. A iniciativa ganhou o mundo e transpôs os muros da universidade, de Feira de Santana, da Bahia e do Brasil. Em 1999, ele foi ao México participar de um Congresso Internacional e comprovou que os hábitos são saudáveis, legítimos e mais comuns do que se pensa. Cada vez mais entusiasmado, decidiu em 2009, fazer um encontro em Feira, quando realizou o I Congresso Brasileiro Antropoentimofagia, na Uefs, recebendo pesquisadores, professores e curiosos do México, Colômbia e Argentina. Na oportunidade, oficinas de gastronomia tendo como ingredientes os "bichinhos" foram realizadas e degustadas pelos participantes. "Infelizmente no Brasil, ainda não tem muita aceitação. A reação de nojo e aversão é grande, mas quando as pessoas experimentam acabam aceitando, principalmente, as crianças e jovens", explica o pesquisador. Ano passado, a própria Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), divulgou um relatório em que incentiva a criação em larga escala de insetos para o consumo humano. Há pelo menos uma década a organização analisa dietas baseadas na ingestão de insetos como fonte de proteínas, especialmente na Ásia e na África.
Alerta - Mas não é qualquer inseto que pode ser consumido. Importante é que eles sejam criados em locais apropriados. "Existem mini-fazendas de insetos que criam os animais de forma correta e livre de contaminação. As pessoas não devem utilizar qualquer um. Esses de rua, de mato não servem. A maioria está contaminada e é portadora de parasitas", explica. De acordo com o professor, qualquer um pode solicitar pela internet. "Peço de um criadouro que fica em Minas Gerais e é confiável", orienta.
Entretanto os criados em condições ideais são portadores de diversos nutrientes. Alguns possuem mais vantagens nutricionais que a própria carne, por exemplo, o equivalente a dez quilos de grilos possui mais proteínas que a mesma quantidade de carne. "A formiga Tanajura, exemplo, tem 60% a mais de proteínas, do que a mesma quantidade de equivalente a um bife, que tem somente 24%, além de sais minerais e vitaminas", diz.
Como utilizar - Os ingredientes ainda inusitados, dentro da cultura brasileira, podem ser utilizado em diversos momentos: na entrada, prato principal e na sobremesa. De acordo com o professor eles podem ser consumidos inteiros ou amassados, em pó e utilizados em bolos, panquecas, pizzas, doces, entre outras receitas. As larvas de besouro, por exemplo, na versão mais seca, podem ser vistos como uma espécie de cereal e os grilos podem ganhar uma cobertura de chocolate. "Cada inseto tem seu sua funcionalidade nas receitas e devem acompanhar o sabor do que se quer preparar", explica.

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