Seis personagens para uma pessoa só interpretar. Calma, não é um filme de Eddie Murphy, mas o astro norte-americano é uma das inspirações do baiano Leozito Rocha, que nesta quinta (18) estreia o espetáculo de humor 'Ao Léo', no Teatro Jorge Amado, em Salvador.
O baiano, nascido e criado no bairro da Liberdade, não esconde a ansiedade de levar para os palcos seu novo trabalho que levou 4 meses para ser roteirizado ao lado dos humoristas baianos Daniel Ferreira, Danrlei Carvalho e Romarinho.
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"Eu tô pra chocar um ovo. Já tem dois dias que eu nem durmo direito de ansiedade para mostrar esse trabalho. As expectativas são as melhores, porque é algo novo que eu tô fazendo. Já fiz um show de stand up, só que agora são seis personagens que eu vou fazer no palco, então é algo totalmente diferente para mim, não sei como é que a galera vai receber, mas o público vai assistir algo muito legal", contou o humorista em entrevista ao iBahia.
A peça explora a maneira que o humorista enxerga as suas criações. No palco, Leozito, que hoje já conta com mais de 5 milhões de inscritos no canal '10ocupados', do qual é sócio-fundador, apresenta os personagens Tio Paulo, o coroa que banca os novinhos, Conde Dacúla, Seu Alírio, Moisés e Sóbrio.
Ao iBahia o artista falou sobre a carreira no humor e seus planos para o futuro, entre eles o de estar em um filme e de levar o 'Ao Léo' para outras cidades brasileiras. Confira a entrevista com Leozito Rocha:
Quando você começou a se interessar pela comédia?
"Eu comecei a me interessar ainda mais pelo palco depois de assistir Luis Miranda na peça 7 Conto e Renato Piaba. Meu pai pegava uns DVDs dele na Lapa, os falsos mesmo (risos), e passava o dia, eu, meu pai e minha mãe assistindo. Na época, além de não ter condições de ir no show no teatro, tinha aquele preconceito 'Será que vai ser legal mesmo? Ou é aquele negócio chato?'. Até o dia que meu pai comprou um ingresso para eu assistir ele em Lauro de Freitas e eu me apaixonei pela área".
Além dos palcos, você também tem sua carreira na internet com o humor. Quando você percebeu que era uma boa investir na área?
"Eu gostava muito do Porta dos Fundos, do canal 'Mais Um Filmes' aqui de Salvador, de João Pimenta e Alex Gama. Eles foram que foi a minha maior inspiração para criar o 'Desocupados' com meus amigos. Foi ali começou meu interesse mesmo em ingressar para poder fazer alguma coisa na internet. E surgiu de uma brincadeira, a gente que gostava de se reunir para resenhar, era só os amigos mesmo do bairro e do colégio que a gente estudava, e tomou uma proporção que a gente nem imaginava".
Você saiu de um lugar onde você tinha que batalhar para ter esse espaço na comédia, pelo status de iniciante. Hoje, a gente consegue dizer que você tem o seu espaço, na internet e nos palcos. Como você faz para que pessoas que estão iniciando o trabalho tenham espaço para mostrar o talento também?
"As pessoas querem oportunidade. Hoje, com a proporção que o meu trabalho tomou, eu acho importante a gente que tá lá em cima poder puxar outras pessoas também, porque uma hora a gente pode estar no alto, e no outro momento a gente já tá lá embaixo. É uma roda gigante. Eu não me importo muito com o negócio de 'Ah, ele tem mais seguidores que eu'. Tem uma galera que eu faço conteúdo que ainda tá começando, tem meus amigos também, Odair, por exemplo. E eu dou dicas sobre quais os melhores aplicativos para gravar, ajudo com o roteiro. Comigo não tem essa, quero levantar todo mundo que é bom.
No seu show você apresenta seis personagens para o público, como você desenvolveu eles e quais foram suas inspirações?
"Uma das minhas grandes inspirações é Chico Anysio, que é um cara que tem quase 300 personagens. Outro também é Eddie Murphy, que eu me senti um idiota quando descobri que tinha um filme que ele fazia praticamente todos os personagens. Pô é tudo maquiagem! Eu sou muito observador, mas na internet a gente fica refém dos filtros. Ali eu baixo um espírito na hora que eu não consigo nem explicar (risos). E fora da internet são coisas do meu dia a dia, que eu vou lapidando. Vou vendo o que o pessoal tá gostando, as tendências, a internet é o meu termômetro".
Além dos seus personagens, você tem os covers de artistas baianos na internet. Como você começou com esse projeto e foi ele que te levou a ser amigo dos artistas?
"Eu comecei com os vídeos de Kannário, Márcio Vitor e Léo Santana. Fiz uma paródia com áudios que eu achava engraçado e pensei aqui que eu vou chegar nos artistas. Eu sou pagodeiro nato e gosto de trazer esse tema para meus trabalhos. Os vídeos começaram a chegar nos artistas, comecei a receber mensagem. Teve um artista que eu demorei três dias para responder, porque eu fiquei pensando 'Rapaz, o que vou falar para esses caras?' ficava pensando para não falar alguma coisa errada. E com o passar do tempo acabei virando amigo dos artistas aqui da Bahia e da galera de fora, que abraçou meu trabalho".
Esse trabalho, inclusive, fez com que você tivesse repercussão nacional. Como foi foi ser convidado para lançar um vídeo exclusivo no Encontro com Fátima Bernardes? Você teve medo?
"Foi f*da esse dia aí velho. Chorei, porque fazer um trabalho desse e ser reconhecido nacionalmente, no estrear num programa antes de ir para o Instagram. Sobre o medo, eu me preocupo muito com isso. Porque tudo que eu faço eu uso o trabalho do cara, eu só faço reproduzir de forma humorística, a galera sempre gosta, não tem como. Não teve nenhum que falasse apaga aí velho".
Leozito, você se considera realizado profissionalmente? E qual o seu maior sonho que ainda falta realizar?
"Me sinto realizado. É muito gratificante ser reconhecido pelo meu trabalho, porque é uma luta da gente aqui, né? Ainda mais que é humor. Venho buscando fazer a diferença com o meu trabalho. Tem algumas coisas que eu quero fazer,
que é levar para o Brasil, tem até planos de levar para São Paulo já em outubro. Quero muito estar em um filme, já fiz uma série pela Wolo TV, que era streaming, mas eu quero muito voltar a fazer esse tipo de trabalho. Eu gosto de atuar, então qualquer oportunidade pode chamar aí. O número tá na bio (risos)".
SERVIÇO
Espetáculo Leozito Rocha em 'Ao Léo'
Quando? 18 e 19, 25 e 26 de agosto (quinta e sexta-feira), às 21h
Onde? Teatro Jorge Amado
Ingressos? R$ 35 (meia) / 70 (inteira)
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Bianca Andrade
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