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"Foi um mal entendido", diz Dimus sobre acervo de Smetak

Bárbara Smetak, filha do artista que completaria 100 anos em 2013, rebate posicionamento do órgão

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31/10/2012 às 18:21 • Atualizada em 01/09/2022 às 21:45 - há XX semanas
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O acervo da exposição 'O Alquimista do Som', de Walter Smetak, no Solar Ferrão, no Centro Histórico
Desde segunda-feira (29), admiradores, familiares e personalidades do meio cultural iniciaram uma mobilização, por meio do Facebook, contra um suposto despejo do acervo da exposição 'O Alquimista do Som', de Walter Smetak. A mostra permanente está em cartaz no Solar Ferrão, no Centro Histórico, que deve entrar em reforma em breve. Prestes a completar seu primeiro centenário, o artista Walter Smetak, morto em 1984, tem seu acervo de esculturas-instrumentos envolvido em uma polêmica. Tudo começou com uma carta aberta da filha do artista, Bárbara Smetak, compartilhada nas redes sociais. "O acervo só poderá ficar em exposição até o segundo semestre de 2013 (setembro). Haverá uma reforma no Solar Ferrão, eles estão fazendo licitações e como o acervo de Smetak não pertence ao Estado e sim à família, não poderá ficar mais no local", diz um trecho da carta assinada por Bárbara.
O músico Walter Smetak nasceu na Suiça e foi radicado na Bahia
Em entrevista concedida por telefone ao iBahia, Ana Liberato, coordenadora técnica da Diretoria de Museus (Dimus), tenta esclarecer a situação. "Houve um mal entendido. A Secretaria de Cultura está dedicando toda a atenção ao acervo. Em nenhum momento a Dimus sugeriu o despejo", esclarece. Segundo Ana, na reunião foi sugerido que o acervo ganhasse itinerância, para que outros públicos possam conhecer o trabalho do artista suíço, radicado na Bahia. "Eu digo a você que não foi um mal entendido. Mantenho minha palavra. E quem sugeriu a itinerância foi a produtora da exposição", rebateu Bárbara. Em trecho da carta, ela dá sua versão sobre o que lhe disseram na reunião. "A família deverá procurar um outro local para abrigar o acervo (...) recebemos esta triste notícia e não sei o que dizer", disse.
"Em pleno ano de centenário, acho que foi uma falta de respeito", diz Bárbara Smetak
De acordo com os familiares, a notícia foi uma surpresa. "Nós estávamos preparando os projetos e ações do centenário quando eles (da Dimus) disseram que o acervo não podia mais ficar", disse a herdeira. "Em pleno ano de centenário, acho que foi uma falta de respeito", completou. Sobre a retirada das 105 peças do acervo, Ana falou que não sabe quando deve começar a reforma do Solar Ferrão. "Não tem previsão da saída (do acervo) porque não tem previsão nem de quando começa a reforma", disse. Em nota de esclarecimento, a Dimus afirma que para 2013, a Secretaria de Cultura da Bahia planeja uma homenagem ao centenário de nascimento do músico. "O acervo não está desamparado", completou Ana.
"O acervo não está desamparado", diz coordenação da DIMUS
Redes Sociais No Facebook, mensagens foram compartilhadas em favor do acervo e do artista. "Sou aqui do sul e me beneficiei da genialidade e conhecimento de Walter Smetak ouvindo o que disse e fez em pesquisa sonora", disse na rede social Sergio Veleda, coordenador e idealizador da Escola Aberta Vale do Ser, no Rio Grande do Sul. Pedidos de ajuda também se difundiram na cena cultural baiana através das redes sociais. "Por favor, caros amigos, jornalistas e meio cultural. É importante saber do que irá acontecer com o acervo de Smetak em 2013. Se alguém puder ajudar, vamos repercutir isso por aí", postou o jornalista e produtor cultural, Emmanuel Mirdad. O artista inventor
Walter Smetak era músico erudito e inventor
Se estivesse vivo, Walter Smetak completaria 100 anos em 2013. Nascido em Zurique, filho de imigrantes tchecos, estudou violoncelo em uma das mais conceituadas escolas de música do mundo, o Mozarteum de Salzburg, na Áustria. Em 1937 emigrou para o Brasil e, em 1957, a convite do maestro Hans Joachim Koellreutter, mudou-se para Salvador, passando a lecionar na Faculdade de Música da Universidade Federal da Bahia. Foi na capital baiana que Smetak se tornou muito mais do que um músico erudito. Passou a ser conhecido como o “mago do som” por elevar ao estado de arte sua atividade de luthier, profissão especializada na confecção e reparo de instrumentos de corda. Conhecido por influenciar o movimento tropicalista, Smetak produziu muitas esculturas através da sua forma mítica de encarar a música. "Essa é a memória de Walter Smetak, que trabalhou tanto tempo fazendo essas pesquisas que são de valia para tantos músicos, como Carlinhos Brown, Gerônimo, Gereba, Caetano Veloso, Rogério Duarte, Marco Antônio Guimarães (do grupo Uakti - MG), todos que acompanharam o trabalho dele", resume Bárbara Smetak sobre o acervo da exposição 'O Alquimista do Som'.

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