O filme de Bernard Attal nos conduz a um olhar sobre a fragilidade humana revisitando personagens e circunstancias
afetados pelas conseqüências da queda de poder econômico e social.
veja trailer: http://www.youtube.com/watch?v=FgY1s5HasTU
Eles herdaram uma vida farta e luxuosa, mas, em pouco tempo, perderam tudo: a condição financeira, o respeito social, o poder, e em alguns casos até a família e a saúde. A dramática história de três fazendeiros da época de ouro na região cacaueira do sul da Bahia é contada no documentário Os Magníficos, dirigido por Bernard Attal. O filme, que revisita o episódio de uma praga agrícola e seu efeito devastador nos anos 80, tem lançamento no dia 29 de setembro, às 20h, no Espaço Unibanco de Cinema, em sessão gratuita.
Os Magníficos foi um dos projetos baianos selecionados pela quarta edição do Programa de Fomento à Produção e Teledifusão ao Documentário Brasileiro (DOCTV), do Ministério da Cultura, e co-realizado pelo Instituto de Rádiodifusão do Estado Bahia (Irdeb), parceria que garante a sua exibição em cadeia nacional, através da Rede Cultura. A obra, produzido pela produtora Ondina Filmes, é o primeiro documentário de Bernard Attal, autor dos curtas 29 Polegadas (2005) e Ilha do Rato (2006) - que participaram e foram premiados internacionalmente - e o curta A Bicicleta, lançado internacionalmente este ano.
Com seu novo filme, ele retrata o drama pessoal de três personagens que tiveram uma queda vertiginosa em seu padrão social e precisaram se adaptar e reconstruir suas vidas a partir de uma nova realidade. Algumas vezes, essa reconstrução podia significar, inclusive, o isolamento e a invisibilidade social. “O ponto central do documentário não é um relato analítico da tragédia social ou da crise econômica da zona cacaueira, mas o efeito desta época nos homens e mulheres que a viveram”, explica o diretor e roteirista. Com citações à obra Soberba, do cineasta Orson Welles, Os Magníficos explora os motivos e o processo desta decadência, retratando a busca de uma reconstrução socioeconômica mas também individual, espiritual. Bernard se valeu também do formato estético da obra de Welles para fotografar e ambientar seu filme, onde contou na sua equipe com o jovem diretor de fotografia baiano Matheus Rocha.
Fascínio e decadência
“Como reconstruir nosso mundo a partir de novas escolhas éticas e estéticas parece, por vezes, uma tarefa impossível. Sabemos, especialmente aqui no Brasil, que a vida apresenta altos e baixos, porém, raramente estamos preparados para isso”, dimensiona Bernard Attal, francês que mora em Salvador desde 2005, quando começou a desenvolver sua carreira como diretor, depois de estudar cinema em Nova York. Ele aponta que o processo de falência financeira sempre exerceu uma enorme fascinação e o cinema se nutre desses elementos para construir quase uma espécie de “dramaturgia da decadência”. “Uma fascinação seguida pela rejeição diante de aqueles que sofreram as conseqüências sem poder se recuperar”, completa.
O filme utiliza imagens de arquivo e antigas fotografias para ilustrar o processo de apogeu da época de ouro da região, antes da passagem pelo declínio econômico, causado pela praga denominada “vassoura de bruxa”. Bernard também fez o registro audiovisual da atual realidade da zona cacaueira, com imagens das fazendas, prédios, casarões, ferrovias – as fazendas sem donos, os secadores sem função, as igrejas sem fiéis, as cidades esvaziadas.
O documentário, contudo, tem como principal matéria-prima os depoimentos. Toda a narração do filme é feita pelos entrevistados, que contam sua história e tratam do processo interno pelo qual passaram e ainda estão passando. A principal força de Os Magníficos está nessa atualidade e nessa humanidade. Ele dividiu os depoimentos em três fases: as lembranças da vida áurea, a queda social e existencial, e a nova postura de cada um com a vida e o futuro. Assim, o Os Magníficos está dividido em capítulos: A Soberba, A Decadência e A Superação.
Trajetória
'Bernard Attal nasceu na França. Ele estudou cinema na Universidade de Nova York, antes de dirigir os curtas 29 Polegadas (2005) e Ilha do Rato (2006), exibidos e premiados em festivais. Em 2005, com um grupo de investidores, ele adquiriu o Trapiche Barnabé, na Cidade Baixa de Salvador, para realizar um centro dedicado a indústria criativa, cuja primeira fase foi inaugurada este ano. Selecionado no Talent Campus do Festival de Berlim em 2008, Bernard esta desenvolvendo um projeto para seu primeiro longa-metragem, A Coleção Invisível, adaptado dum conto do escritor alemão Stefan Zweig, para ser filmado em 2010. Este ano, além de Os Magníficos, ele lançou também o curta A Bicicleta.
SERVIÇO
Filme: Os Magníficos
Local: Espaço Unibanco Glauber Rocha
Data: 29 de Setembro de 2009, às 20h
Ingresso: Entrada franca
FICHA TÉCNICA
Filme: Os Magníficos
Roteiro e direção: Bernard Attal
Edição: Carlos Shintomi / Bernard Attal
Produção executiva: Diana Gurgel
Produção: Ondina Filmes
Realização: DOCTV
CONTATOS
Bernard Attal (diretor) 71 3242 8797
Diana Gurgel (produtora) 71 3242 8797 / 9961 3515
Joceval Santana (assessor de comunicação) 71.9975-8368 / 3337-1720
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