Os universos profissionais dos médicos, dos policiais e dos mafiosos ambientaram inúmeras séries famosas. Por esse aspecto, “Ilha de ferro”, lançada na última quarta-feira no Globoplay, já sai na frente no quesito originalidade. Acompanhamos um grupo de petroleiros que se dividem entre um período em terra e outro, de semanas, isolados na PLT-137. A plataforma fica localizada na costa brasileira e só é acessível de helicóptero. Na vida real, a equipe buscou — e não achou — uma plataforma onde gravar. Acabaram construindo um cenário físico e lançando mão de efeitos de computador para alcançar um resultado impressionante.
“Ilha de ferro”, aliás, não economiza em efeitos, imagens aéreas e planos em que aquela beleza do Rio chega a emocionar. Além de todas essas qualidades, o protagonista é Cauã Reymond no papel de Dante. Ele domina seu personagem com técnica sem perder de vista a emoção. O ator não é o único valor do elenco, que tem ainda a talentosa Sophie Charlotte (Leona) iluminando tudo e também Maria Casadevall (Júlia), Osmar Prado (João Bravo) e Milhem Cortaz (Astério), todos eles com direito a grandes momentos.
Escrita por Max Mallman e Adriana Lunardi, com supervisão de texto de Mauro Wilson e direção artística de Afonso Poyart, a produção começa narrando uma tragédia causada pelo ciúme entre irmãos. Dante quase mata Bruno (Klebber Toledo) ao saber do caso dele com Leona, sua mulher. A briga acontece durante um voo no helicóptero pilotado por Bruno. O ódio explode e eles passam à luta corporal até caírem no mar, num acidente grave que leva Bruno a um coma, enquanto Dante sai ileso. Essa trama — do triângulo amoroso — corre paralela a outra, envolvendo as disputas entre os colegas na plataforma. A chegada de uma nova gerente, Júlia, agrava as pendengas por lá. Ela precisa provar sua competência e autoridade diante de uma equipe masculina. Não é fácil.
No capítulo de estreia, a história demora a engrenar. “Ilha de ferro” fica no meio do caminho entre duas marés opostas: uma é motivada pela força do elenco e a dimensão humana que alguns atores — destaco Cauã, Sophie e Milhem — conseguem atribuir a seus personagens. Essa onda faz subir a temperatura. Porém, isso às vezes fica preterido pela tentação de ostentar efeitos, planos dramáticos e luz estetizante. Os devaneios da câmera caem na afetação, irritam e esfriam tudo. É uma pena. Mas, noves fora, “Ilha de ferro” é caprichada e sua realização tem recursos que ajudam a tornar todo aquele ambiente muito real e convincente. Vale conferir.
COTAÇÃO: Bom
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Redação iBahia
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