O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começou a ser aplicado no último domingo (13) em mais de 1,7 mil municípios de todo o país. Para ser realizado, a organização começou muito antes, ainda no ano passado. As provas seguem no próximo domingo (20). Após a realização do exame começa uma nova fase até a divulgação dos resultados e das correções das redações.
São milhares de pessoas e diversas instituições engajadas nas várias fases de preparação do Enem. Conheça um pouco do passo a passo da realização do maior exame de ingresso no ensino superior do Brasil.
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O Enem é composto por uma prova de redação e quatro provas com 45 questões objetivas cada: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é o responsável pelas provas, a preparação de uma edição do Enem começa antes mesmo da última edição ser finalizada.
Os itens do Enem são elaborados por especialistas selecionados por meio de chamada pública do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Eles devem seguir a matriz de referência, guia de elaboração e revisão de itens estabelecidos pelo Inep. Após escritos, os itens passam, então, por revisores e depois por especialistas do Inep.
Finalmente, os itens são pré-testados em aplicações feitas em escolas pelo país. O processo é sigiloso e os estudantes não sabem que estão respondendo a possíveis questões do Enem. Com a aplicação, avalia-se a dificuldade, o grau de discriminação e a probabilidade de acerto ao acaso da questão. Os itens aprovados passam a compor o Banco Nacional de Itens (BNI), que fica disponível para aplicações futuras do Enem.
Para ter acesso ao BNI, é preciso seguir um protocolo de segurança. Todos os servidores e colaboradores com autorização de acesso aos itens assinam termos de sigilo e confidencialidade. O BNI fica no Ambiente Físico Integrado Seguro, localizado na sede do Inep, em Brasília. O ambiente fica isolado, possui salas com abertura somente com o uso de digitais e computadores sem acesso à internet ou à intranet da autarquia. Todo o processo de captação, elaboração e revisão de itens para compor o Enem e outros exames do instituto ocorre nesse espaço.
Questões
As questões que vão compor a prova do Enem são selecionadas no final do primeiro semestre do ano, por especialistas do Inep, com auxílio de professores de diversas instituições de ensino básico e superior. As questões são selecionadas de forma que o nível de dificuldade das provas seja o mesmo todos os anos. Assim, é possível comparar o desempenho dos candidatos em anos diferentes.
Selecionados, o tema da redação e as questões da prova, seguindo protocolos de segurança, são levados até a gráfica de segurança máxima, onde o exame é impresso. A videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras) é gravada em um estúdio montado dentro do Ambiente Físico Integrado Seguro, no Inep. Os DVDs com o conteúdo da prova também são enviados para a gráfica.
As provas são empacotadas e recebem lacres de segurança, que registram o momento em que os malotes são abertos. Os pacotes das provas são separados por sala e local de aplicação. Todo esse processo é feito pelo menos três meses antes da aplicação do exame. Apenas no início do quarto trimestre as provas são enviadas às capitais do Brasil. Essa operação conta com escolta da Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ficam em locais vigiados até serem enviadas aos locais de prova.
De acordo com o Inep, cerca de meio milhão de pessoas atuam em toda a logística do Enem. Depois da aplicação começa a chamada operação reversa, para o recolhimento das provas, também com escolta militar. A realização do Enem envolve todas as estruturas de policiamento, desde o Exército, Polícia Civil e Militar, aos Bombeiros, Polícia Federal, Secretarias de Segurança e PRF.
Após o recolhimento começa então o processo de correção, que também segue protocolos de segurança. As redações são todas digitalizadas e desidentificadas para serem enviadas aos corretores. As notas são divulgadas em janeiro do ano seguinte.
Com as notas em mãos, os candidatos podem concorrer a vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e a financiamentos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), além de concorrer a vagas em instituições de ensino portuguesas.
A correção da redação é a última divulgação. O chamado espelho da correção com detalhes de cada um dos critérios avaliados é disponibilizado apenas para fins pedagógicos, ou seja, não cabe recurso. Os estudantes apenas têm acesso à correção, após os processos seletivos dos programas federais, em data divulgada posteriormente pelo Inep.
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Agência Brasil
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