Dica de profissão: Engenharia Mecatrônica

Por Kivia Souza


É preciso ser um amante da área das ciências exatas para encarar a engenharia mecatrônica. O curso é uma mistura de conceitos e técnicas que envolve as engenharias mecânica, eletrônica, computação e produção. A graduação em mecatrônica torna o profissional apto a trabalhar com automação e controle, além de oferecer, na Bahia, um mercado promissor com planos de carreira e salários que, inicialmente, variam entre R$ 3.500 a R$ 6 mil.

Fazer qualquer engenharia não é fácil e achar que o desejo dos pais é ordem, não é o caminho. É preciso ter aptidão com a área e sempre aperfeiçoar os conhecimentos para não ter frustrações futuras. Segundo o engenheiro e coordenador do curso de Mecatrônica da Faculdade Área 1, Lázaro Brito, o perfil do grupo de alunos que procuram o curso ainda merece ser melhor preparado, pois a maioria não tem “a cultura de estudar constantemente”.

“Não temos os alunos que gostaríamos de ter. Eles chegam com muitas dúvidas por falta de explicação específica ainda no ensino médio, independente da escola ser pública ou particular. Estão vindo cada vez mais jovens e imaturos e isso acaba gerando evasão, pois a faculdade é muito puxada”, afirma Lázaro. Para ele, essa é a geração da pressa e o ideal seria haver intervenções das instituições de ensino superior em colégios de ensino médio, realizando feiras e exposições, para que o alunos aprofundassem os temas que são estudados, tanto no curso de engenharia, como em outros.

Com duração cinco anos, as disciplinas de mecatrônica envolvem muitos cálculos e fórmulas, mas a mais apurada e um pouquinho complicada, segundo o engenheiro Lázaro Brito, é Eletromagnetismo. A maioria das faculdades disponibilizam laboratórios e oficinas para, além do conteúdo teórico, treinar e habilitar os estudantes para as áreas de trabalho disponíveis no mercado.

O curso possui três momentos divididos em ciclo básico, intermediário e final. O primeiro diz respeito aos primeiros semestres, em que as disciplinas são voltadas ao nivelamento entre o ensino médio e o superior. “Para que os alunos possam passar adiante, é preciso que eles tenham conhecimento apurado em física e matemática”, explica Lázaro. O segundo ciclo é entre o 3º e 4º semestre, onde as disciplinas servem de alicerce para as matérias mais específicas. Por fim, o terceiro ciclo é o momento do aluno treinar, na prática, toda teoria que foi exercitada durante a maior parte do curso, com as matérias direcionadas ao profissional.

Onde atuar - O engenheiro mecatrônico poderá projetar, construir, testar e manter sistemas robóticos e automação no apoio à construção ou incorporado a produtos ou serviços, principalmente aqueles que requeiram a interação com o ambiente, além do próprio sistema computacional utilizado para o processamento de dados.

Apesar da construção civil estar em alta no estado, o mercado local está aberto para os graduados em engenharia mecatrônica. Segundo Lázaro Brito, há mais de 200 grandes empresas com atividades focadas nesta área, sendo que a maioria estão instaladas em Salvador e Região Metropolitana como por exemplo Bridgestone, Continental, Pirelli, Indaiá e Boch.