No novo mundo do trabalho surgiu um novo conceito: as soft skills. Mas o que significam, e por que apareceram para revolucionar o mercado de trabalho?
As ‘soft skills’, ou seja, as habilidades “não-técnicas” de um profissional, nada mais são do que competências pessoais, que indicam a forma como aquela pessoa lida com os problemas, como se relaciona e interage com os demais. Entre elas, estão: colaboração, empatia, comunicação, liderança, inteligência emocional, flexibilidade, entre outras. Quando experimentamos essas emoções positivas, nos sentimos mais motivados e inspirados para irmos além, conquistando mais e mais.
No momento em que essas habilidades são acionadas, torna-se mais fácil o profissional desenvolver as suas tarefas no trabalho. Mais do que isso, quando um líder ouve e conhece o profissional, juntos conseguem definir o papel mais adequado para o mesmo, de acordo com o seu propósito e perfil. Assim ele trabalha com prazer e alcança um melhor desempenho. Por isso, muitos recrutadores, além de avaliarem as competências técnicas de um candidato, também avaliam o seu comportamento, em busca de um membro que se encaixe dentro de uma determinada equipe.
A felicidade do profissional ajuda nos resultados
O sonho da maioria dos profissionais é conseguir chegar na metade do mês com todas as metas exigidas pela empresa realizadas. Pode parecer clichê o que vou falar, mas quando a pessoa trabalha com prazer, os resultados que precisam ser entregues para o cliente – não importa o setor – surgem de forma natural. Eu falo de forma mais aprofundada sobre esse tema em meu terceiro livro, o best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”.
Em contrapartida, para aquelas pessoas que não trabalham com o que gostam – ou que estão em uma empresa na qual o modelo de gestão não leva em conta essas habilidades “não-técnicas” – e encaram as tarefas como algo desgastante, achando que tudo é chato e difícil -os resultados demoram para aparecer e, muitas vezes, nunca aparecem. Por isso que, quando o profissional identifica suas próprias habilidades emocionais e trabalha em uma corporação que saiba fazer bom proveito de cada qualidade sua, o desempenho da equipe como um todo flui de forma natural.
Na teoria, tudo parece ser muito fácil e você deve estar se perguntando por que as pessoas não desenvolvem logo as ‘soft skills’ e seguem a vida de uma maneira mais leve? O problema é que a maioria das pessoas passa anos sem saber o que realmente as satisfaz profissionalmente. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisa recente, realizada pelo consultor de carreiras Freddy Machado, cerca de 90% das pessoas estão infelizes no trabalho. E, na minha opinião, esse percentual encontra-se tão elevado justamente pelo fato de muitos não desenvolverem as suas ‘soft skills‘ e não encontrarem o seu propósito no trabalho. Mas para que desenvolver essas habilidades?
As metodologias ágeis
As empresas que adotam os métodos ágeis, como o ‘scrum’, ‘lean’ ou ‘kanban’ estão conectadas com essa demanda, buscando criar espaços para o desenvolvimento das ‘soft skills’ dos profissionais, sem as quais o método não funciona. O foco, hoje, passou a ser nas pessoas, como caminho para a agilidade nas entregas, onde a eficácia é o que mais importa. É fazer a coisa certa, na hora certa. Para isso, é necessário conhecer o seu propósito e o da equipe, ouvir as pessoas, exercitar a empatia, atuar com base em uma liderança servidora, em que os profissionais vão desenvolvendo a autogestão, em um ambiente colaborativo. Esse modelo permite, então, que os colaboradores desenvolvam essas habilidades não-técnicas, sem as quais os resultados não aparecem, e com as quais os profissionais ficam mais felizes. Para fazer parte desse novo mundo do trabalho é essencial assumir o protagonismo e buscar esse desenvolvimento.
Portanto, ficou claro que, nos dias de hoje, desenvolver as ‘soft skills’ é uma forma de otimizar o trabalho, tornar os colaboradores e líderes mais felizes e, especialmente, trabalhar a empregabilidade. Aquele modelo convencional, onde existe um alto índice de competição e os funcionários não realizam tarefas que estão alinhadas com o seu propósito, é ultrapassado. Fica a pergunta: e você, já procurou desenvolver as suas ‘soft skills’? A hora é agora: comece já!