Nos dois primeiros textos desta série falei sobre o baixo rendimento do estudante brasileiro e sobre a necessidade de mudanças na forma de ensinar e de estudar. Finalizo hoje traçando a diferença, no campo do aprendizado, entre desejar muito um resultado e agir para que ele seja alcançado. Leia também Parte 1 Parte 2 É da nossa tradição recusar (ou valorizar pouco) a ideia de obter resultados sem grandes esforços. Parece injusto que alguém com a mesma capacidade consiga melhores resultados que o outro. E quando entramos no campo da concorrência por vagas (concursos, vestibulares, empregos), mais do que ocorre em relação a certificações (conclusão de cursos, aprovação em exame de suficiência), a injustiça parece ser mais ofensiva. Ninguém que conviva com a competitividade dos concursos irá pôr em prática o lema “quem espera sempre alcança”. Primeiro porque sempre se quer a aprovação com a máxima rapidez possível, e segundo porque a prática tem mostrado quem é que efetivamente tem conseguido sucesso. Quem deseja muito um resultado poderá fazer isso apenas esperando que ele ocorra, ou até mesmo colocando uma boa parcela de esforço em sua postura. Mas estará bem abaixo, em termos de chances, daqueles que, mais que o desejo, têm o compromisso com o objetivo. E isso não significa apenas esforço e dedicação. Se a nossa intenção é mover uma grande pedra, antes de tomar impulso para tentar abalá-la devemos conhecer mais sobre ela e sobre os possíveis meios que poderão ser usados. Em lugar de empurrá-la com o ombro, devemos usar uma alavanca. Nos estudos isso equivale a usar métodos que potencializem o aprendizado e a capacidade de manter o conhecimento disponível por mais tempo. Assim, com a grande quantidade de matéria que deve ser assimilada em alguns concursos, poderemos estudar com a necessária antecipação, sem risco de esquecimento. Muitos profissionais cumprem satisfatoriamente a tarefa de motivar os alunos, levando-os a grandes esforços. Isso é normalmente feito através da elevação do nível do “querer” e da conscientização acerca de suas possibilidades. Muito melhor poderá ser o resultado se, além disso, forem disponibilizadas ferramentas e técnicas para aumentar o aprendizado. Diversificar a forma de estudar, minimizando aquela feita por meio da simples leitura, tornará o estudo algo prazeroso, afastando o tédio e o cansaço que são dois dos maiores inimigos do estudante. O grande erro consiste em pensar que o que queremos ou preferimos é o que vai acontecer. Se funcionasse, todos empatariam em primeiro lugar. Muito mais importante que querer é decidir ajustar a forma de estudar de maneira a ser mais produtivo o estudo, observando as peculiaridades e as dificuldades de quem estuda.
*Waldir Santos é Advogado da União, Presidente do Tribunal de Ética da OAB/BA e autor dos livros “Concurso público – estratégias e atitudes” e “Mitos, Lendas e Mentiras sobre concursos públicos”. Apresenta aos sábados o programa CBN Empregos e Concursos (FM 91,3, às 11 da manhã). Twitter: @waldirconcursos / E-mail: [email protected]. Facebook.com/waldirconcursos |
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