Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram um debate à Presidência de ânimos exaltados na noite desta sexta-feira (28), durante a programação da TV Globo. O encontro, que foi o último antes da votação pelo segundo turno, foi marcado por discussões e acusações entre os dois candidatos.
O debate começou por volta das 21h30, logo após a novela "Travessia". Ao todo, foram cinco blocos, sendo quatro com perguntas, tendo regras específicas, e o último para considerações finais dos candidatos. A mediação ficou por conta do apresentador William Bonner.
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No primeiro bloco, Lula e Bolsonaro tiveram 15 minutos cada um para discutir temas livres. No segundo bloco, o candidato poderia escolher um tema, entre seis definidos pelo jornalismo, para discutir e perguntar ao concorrente, tendo cada um 5 minutos por tema.
Os candidatos voltaram a poder discutir temas livres no terceiro bloco. Cada um teve 15 minutos para falar. No quarto bloco, os candidatos voltaram a escolher os temas pré-definidos, com 5 minutos para cada um em cada assunto.
Para o quinto e último bloco, cada candidato teve um minuto e meio para fazer suas considerações finais. Seguindo ordem de sorteio, Lula foi o primeiro. Bolsonaro falou em seguida. O debate acabou pouco antes de meia-noite.
Primeiro turno
Seguindo ordem de sorteio realizado anteriormente, quem abriu o primeiro bloco foi Bolsonaro. Os candidatos discutiram sobre economia, salário mínimo, bolsa família, e falaram de fake news em campanhas.
Os ânimos estavam exaltados também entre os assessores dos dois candidatos que estavam presentes no estúdio. Por pelo menos duas vezes o debate foi interrompido para pedir que os representantes se comportassem e fizessem silêncio, para não atrapalhar as discussões ao vivo.
Diante das acusações ao longo do bloco, Lula pediu direito de resposta por sete vezes. Um deles foi aceito. O candidato teve um minuto para falar antes do intervalo.
Também citado por Bolsonaro, Bonner aproveitou para se posicionar, se defendendo de uma acusação de suposta defesa a Lula sugerida pelo candidato do PL.
Segundo bloco
O segundo bloco começou com o anúncio de um pedido de direito de resposta de Bolsonaro, que foi negado sob a alegação de que ele não teria sido citado por Lula.
Em seguida, o candidato do PT pôde escolher o primeiro tema a ser abordado. Ele, então, selecionou combate à pobreza. Durante os dez minutos da discussão, Lula pediu mais quatro direitos de respostas e Bolsonaro um. Nenhum deles foi aceito.
Respeito à Constituição foi o segundo tema discutido pelos candidatos, após ser escolhido por Bolsonaro. Depois das declarações dos dois candidatos sobre o assunto, Lula pediu cinco direitos de resposta e um foi permitido. Bolsonaro pediu um direito de resposta e não foi liberado.
Terceiro bloco
Lula começou o terceiro bloco com o tema saúde. Usando o assunto, o petista questionou a Bolsonaro sobre uma negligência na pandemia de Covid-19 apontada por ele. Bolsonaro se defendeu e fez acusações ao concorrente.
Além da pandemia, os candidatos também falaram sobre o programa Mais Médicos, que foi instituído no governo Lula e extinto por Bolsonaro para a implantação do Médicos pelo Brasil.
A visita ao Complexo do Alemão feita por Lula também foi abordada por Bolsonaro, que alegou que o concorrente teria ido à região fazer encontros com traficantes. Lula rebateu a afirmação e fez críticas a Bolsonaro, citando o apoio às armas do candidato como causa de violência.
O ex-deputado Roberto Jefferson também foi citado no bloco. Lula citou uma suposta relação entre ele e Bolsonaro, que se defendeu.
O episódio das malas com mais de R$ 50 milhões encontradas no apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador, também foi citado. Na ocasião, Bolsonaro sugeriu uma associação entre Lula e o partido com o baiano. O petista se defendeu.
Ao final do bloco, foi anunciado que cada candidato pediu dois direitos de resposta. Os quatro foram negados, segundo informou Bonner.
Quarto bloco
Bolsonaro começou o bloco falando. O tema escolhido foi criação de emprego. O candidato perguntou a Lula o que ele achava das ações do governo atual.
O petista afirmou que não conseguiu ouvir e pediu para que a pergunta fosse repetida. Neste momento, os assessores pediram para que o cronômetro fosse parado para que fosse repetido.
Bonner chegou a dizer que não seria feita a parada, mas o pedido acabou aceito e o debate deu prosseguimento.
Novamente, os assessores presentes no estúdio voltaram a atrapalhar o debate e foram repreendidos novamente por Bonner.
Lula escolheu o tem meio ambiente e perguntou a Bolsonaro sobre a política de preservação de florestas, citando desmatamento e incluindo a Amazônia.
Os dois candidatos pediram um direito de resposta cada, mas eles foram negados.
Considerações finais
Lula
"Eu quero agradecer a Deus essa oportunidade. Quero agradecer a você que está aí há muito tempo esperando terminar esse debate, ouvir os candidatos. Quero agradecer a Globo. E quero dizer pro povo brasileiro que, se depender de você, e se você quiser, eu poderei ser o próximo presidente da República, para reestabelecer a harmonia nesse país. Possivelmente, os melhores momentos que o país viveu, nessas últimas décadas, foi no tempo que eu governei esse país. Porque não tinha briga, não tinha confusão, não tinha ódio. O MEC era o maior vendedor de livro do mundo. Eram distribuídos 16 milhões de livros didáticos para o ensino médio. A cultura funcionava, a educação funcionava, o povo trabalhava, o salário aumentava. Durante o meu governo, o salário aumentou todo ano acima da inflação. E a gente pode reconstruir esse país. Depende única e exclusivamente de você ir votar no domingo. Eu espero que tenha merecido a sua consideração e peço para você votar no 13. Votar no 13 para a gente poder voltar a concertar esse país, fazer o país crescer, gerar emprego, distribuir renda e o povo voltar a comer bem".
Bolsonaro
"Eu quero agradecer a Deus pela minha segunda vida que ele me deu em Juiz de Fora, não permitindo que minha filha Laura fosse órfã. Também agradeço a ele pela missão de comandar esse país num dos momentos mais difíceis da humanidade. Muito obrigado, meu Deus, e se essa for a sua vontade, estarei pronto para cumprir com mais um mandato de presidente da República. Deixar bem claro, mais do que escolher um presidente da República, é escolher o futuro da nossa nação. Se nós viveremos em liberdade ou não. Se será respeitada a família brasileira. Nós somos 90% cristãos. Se o aborto continuará sendo proibido ou não no Brasil. Nós respeitamos a vida desde a sua concepção. Não queremos a liberação das drogas no Brasil. O outro lado quer defender as drogas. Não sabe o sofrimento de uma mãe com um filho nesse mundo. Nós respeitamos a propriedade privada. Nós somos as cores verde e amarela, da ordem e progresso, e não da bandeira vermelha. Tenho certeza que no próximo domingo venceremos as eleições. Vamos lá. O Brasil é nosso. Até a vitória. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos".
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Redação iBahia
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