No último domingo (2), mais de 120 milhões de brasileiros foram às urnas eleger os governantes dos próximos 4 anos para os cargos de presidente, governador, senador, deputados estaduais e federais. No cenário nacional, haverá 2° turno entre Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Já na Bahia, ACM Neto (União) e Jerônimo Rodrigues (PT) vão disputar o governo do estado.
Com o encerramento das apurações, possíveis cenários para o 2° turno começam a aparecer e ser analisados por especialistas. Quais as chances de vitória para Lula? E para Bolsonaro? Como a abstenção pode impactar nos resultado? Em quais cenários Jerônimo pode ser eleger? E ACM Neto?
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Cenário regional
De acordo com o cientista político, Cláudio André, o cenário do 2° turno é mais favorável ao candidato do PT. Ele explica que alguns fatores podem ajudar a concretizar a eleição do candidato, que obteve 49,45% dos votos no 1° turno.
"Essa projeção de Jerônimo na Bahia é colocada dentro de algumas questões, algumas características. Tem essa avaliação do governador Rui Costa, como um ponto importante. Tem a força de Lula como candidato conta. Teve também a força dos prefeitos, que foi testada ontem, e de fato Jerônimo venceu em 341 cidades. Eu entendo que, nesse momento, Jerônimo tem uma vantagem", analisa.
Mas, segundo Cláudio André, a eleição ainda estava em aberto.
"A eleição está em aberto. Mas, o candidato petista tem uma vantagem estabelecida, sobretudo, porque também vai ter eleição em nível presidencial e isso ajuda Jerônimo. E ele teve uma votação significativa, ele teve quase 50%, quase ele fatura a eleição no 1° turno. Então eu vejo que ele é o maior favorito".
Para o candidato ACM Neto vencer ou alcançar a mesma porcentagem de Jerônimo Rodrigues, é preciso conquistar os votos de outros candidatos que não avançaram para o segundo pleito.
"O maior desafio para ACM Neto vai ser atrair os eleitores de João Roma. Essa vai ser, talvez, a principal questão para gente ver o nível de competição, o nível de equilíbrio político nessa disputa de segundo turno", avalia.
O candidato João Roma ocupou a terceira colocação, com 9,08% dos votos, cerca de 738.311 votos do eleitorado baiano. Ainda segundo Cláudio André, ACM Neto deve analisar o cenário nacional e o qual alinhamento fazer frente a ele.
"Com esse cenário posto, até pela vitória de Jerônimo na maioria dos municípios, de fato, ACM Neto vai ter que, primeiro, pensar em um alinhamento nacional. Como ele pode ou não se posicionar no segundo turno. Atrair os eleitores de João Roma. Talvez, partir para uma posição mais propositiva, de disputa com Jerônimo. Pensar nas propostas, focar também nos debates. De fato, a posição que está posta, é que ele vai ter que ir aos debater junto com Jerônimo. Então, haverá essa propensão. É uma eleição desafiadora, mas há muito mais vantagem para Jerônimo, por conta dessas questões e por ter segundo também nas eleições presidenciais", pontua o cientista.
Quanto as abstenções, outros fatores podem incidir para aumentar ou diminuir o número, que, consequentemente, pode refletir no resultado das urnas no dia 30 de outubro.
"É algo imprevisível. Tem um cenário que está colocado, que é de tentar diminuir as abstenções, mas é algo imprevisível. O cenário de uma polarização ajuda, estimula a presença nas urnas. Eu também vejo que isso vai ser um foco de mobilização, nas cidades, das coordenações de campanha, de conseguirem focar na presença dos eleitores", analisa.
Na Bahia, dos 11 milhões e 200 mil eleitores aptos para votar, cerca de 2,5 milhões, o que representa 22% do eleitorado, não compareceu às urnas no último domingo (2). No Brasil, a abstenção chegou a 20,9%, a maior desde 1998, o que representou mais de 32 milhões de ausências.
O cientista político também pontua que as duas vias de polarização, com as bases ideológicas quanto lulista quanto bolsonarista, pode provocar uma redução no número de abstenções.
"Diante da polarização como está colocada, com duas bases ideológicas muito mobilizadas na sociedade, tanto o lulismo quanto o bolsonarismo, a tendência é termos uma abstenção menor. Obviamente isso depende de não ter um clima de violência, de polarização odiosa, que gere uma escalada de casos que de fato afaste os eleitores. Isso a gente vai ter que monitorar nesse 2° turno para entender como é que vai influenciar no cenário", destaca Claudio André.
Cenário nacional
Já na disputa presidencial, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o eleitorado. Por conta da polarização, o eleitor deve ser mais demandado a ter uma posição e comparecer às urnas.
O ponto central da estratégia para Lula são alianças e redução da diferença de votos no sudeste.
"Lula vai buscar acenar para construir um diálogo com o eleitorado de Ciro e de Tebet. Penso que esse é o foco principal, é o ponto central da sua estratégia. Penso também que ele vai tentar diminuir a diferença no sudeste. A coordenação de campanha de Lula deixou de vir ao Nordeste, para focar no sudeste. Veja que a decisão de vir a Bahia se deu, praticamente, no último dia de campanha. Então, eu vejo que eles vão buscar, novamente, reforçar uma estratégia de ocupar o sudeste", avalia.
Para o candidato Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição como Presidente da República, deve focar em ampliar o potencial que ainda tem no eixo sul e sudeste.
"Já Bolsonaro, eu acho que é um cenário colocado para que busque ampliar esse potencial que ele ainda tem, principalmente no sul e sudeste e, o que está colocado também nesse contexto, é que ele vai tentar manobrar ações de governo para ampliar sua popularidade, influenciando voto. Isso que ele fez hoje, por exemplo, de anunciar um 13° para o Auxílio Brasil, de antecipar o pagamento deste mês…então, vejo que haverá manobras para que as medidas de governo tenham mais impacto e ele possa aumentar as chances de virar o jogo nas eleições presidenciais", observa o cientista político Cláudio André.
Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), assim como Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União) começaram a pensar no 2° turno já nessa segunda-feira (3). O processo pleito acontece no dia 30 de outubro, onde serão definidos os cargos que ficaram em aberto nas 27 federações brasileiras.
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Redação iBahia
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