O documentário “Ilê Aiyê: a casa do mundo” será exibido nesta sexta-feira (1º), na hora da Sessão da Tarde, pela TV Bahia. Ele marca o início de uma série de conteúdos especiais produzidos pela emissora em comemoração ao "Novembro da Representatividade".
No ano em que o Ilê Aiyê comemora 50 anos de fundação, o time de jornalismo da TV Bahia entrevistou quase 60 pessoas - entre anônimos e famosos - para buscar nos seus arquivos e baús de memórias os melhores relatos, além de registros inéditos sobre o Mais Belo dos Belos e sua trajetória, marcada por muita resistência e luta, especialmente contra o racismo.
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Com duração de 1h30, o documentário é dividido em cinco capítulos e resgata momentos históricos do Ilê Aiyê, como o primeiro desfile, as influências dos fundadores nos anos 1970 e o contexto do bairro do Curuzu. Além disso, o filme apresenta imagens do Festival de Música do Ilê Aiyê e da Noite da Beleza Negra, onde são escolhidos a música-tema do Carnaval e a Deusa do Ébano.
Pré-estreia de documentário do Ilê Aiyê rueniu lideranças do bloco afro e convidados em Salvador
O filme, que tem trechos narrados pelos atores Lázaro Ramos e Taís Araújo, teve pré-estreia para convidados na última quarta-feira (30), no Cinemark do Salvador Shopping. A sessão reuniu entrevistados, lideranças do bloco afro, além dos profissionais envolvidos na realização do documentário.
Na sexta-feira (1º), data em que o bloco celebra seus 50 anos, o documentário será exibido na TV Bahia, no mesmo horário da Sessão da Tarde.
Documentário em homenagem ao Ilê Aiyê tem Gilberto Gil, Caetano Veloso Carlinhos Brown e mais
De Vovô do Ilê a Gilberto Gil, de Mestre Marí a Caetano Veloso, de Mãe Hildelice a Daniela Mercury, e de Lazzo Matumbi a Carlinhos Brown, dezenas de depoimentos buscam explicar como os tambores do Ilê se tornaram essenciais na formação de jovens da comunidade, além de influenciar diretamente o surgimento do samba-reggae e da axé music.
"Ilê Aiyê: a casa do mundo" tem coordenação de Alexandre Lyrio e Ricardo Ishmael; roteiro de Alexandre Lyrio; reportagem e produção de Ricardo Ishmael; edição e pesquisa de Sheliane Silva e edição de imagens de Gabriel Paz.
“Que honra para nós realizar um documentário que mostra a grande revolução que o Ilê se tornou. Uma revolução musical, rítmica e político social. O Ilê é a casa do mundo porque é ali que nascem os talentos que levaram seus tambores para todas as partes do planeta. O Carnaval não seria o mesmo se não fosse o Ilê, a axé music não existiria. O Ilê é a referência desse novo mundo que surgiu dele e bebe de sua fonte há 50 anos", afirma o jornalista Alexandre Lyrio.
“Um bom documentário é aquele que produz memória. Penso que, modéstia à parte, foi o que conseguimos fazer. Abrimos o 'baú de memórias' dos nossos entrevistados. O resultado é uma documentário forte, contundente, mas, ao mesmo tempo, sensível e poético. Mais do que recontar a história do bloco, transportamos as pessoas para dentro dessa história. Os telespectadores vão se sentir testemunhas das profundas transformações que o Ilê promoveu em nossa sociedade e que repercutem até hoje”, reforça o apresentador Ricardo Ishmael.
O roteiro do documentário tem como ponto de partida a Ladeira do Curuzu, no bairro da Liberdade, e explora as condições que levaram ao surgimento do Ilê. A narrativa abrange os 50 anos de história do grupo, culminando na turnê mundial realizada em julho de 2024, que começou na África, no Marrocos, e passou por 12 países da Europa. Além disso, o filme destaca o protagonismo das mulheres do Ilê, especialmente Mãe Hilda de Jitolu, mãe de Vovô e ialorixá do terreiro Ilê Axé Jitolu, onde tudo começou. Falecida em 2009, ela foi a mentora do bloco e de todos os seus projetos sociais.
“Quem chega à Bahia precisa conhecer sua cultura e toda a potência preta presente neste estado. E para este ano, a Rede Bahia está empenhada em produzir uma série de conteúdos especiais que discutam a questão racial ao longo do mês de novembro. Iniciamos com o documentário do Ilê Aiyê, reverenciando o papel do bloco na formação social e cultural da população brasileira, mas não vamos parar por aí. Teremos uma série especial sobre letramento racial no BATV e a estreia da quinta temporada do Conversa Preta. Enquanto veículo de comunicação, é nosso papel contribuir com a pauta a partir de reflexões na TV aberta”, detalha a diretora de jornalismo da Rede Bahia, Ana Raquel Copetti.
Redação iBahia
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