Em uma conversa recheada de risadas, Jessica Senra recebeu Érico Brás e Tânia Toko, eles falaram sobre a introdução do debate social por meio da risada, no episódio do talk show Diga Aí desta sexta-feira (31).
Os atores fazem parte do elenco de uma das relíquias do cinema nacional, o filme Ó Paí Ó, que apresentou a essência do Pelourinho com críticas sociais por meio da comédia. Érico falou sobre a importância do trabalho do ator como mensageiro e porta-voz de pessoas que precisam ser representadas.
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"Quando a gente faz um tipo de obra como Ó Paí Ó, a gente ta dizendo que podemos rir das coisas, mas precisamos saber do que a gente está rindo. Passamos o filme todo dando risada e quando chega no final, que duas crianças morrem, temos que nos perguntar: será que eu to rindo disso?"
Tânia Toko, criada na Cidade Baixa, complementou que a "tragicomédia" tem esse objetivo de trazer leveza à debates densos.
"Quando a gente chega para falar da morte dos meninos, da vida difícil da baiana (de acarajé), de Neuzão, além de todo mundo que trabalha. A gente tem que trazer uma leveza nessa discussão, não só coisa pesada do que é ruim, porque não é só a parte ruim".
Ambos os artistas cresceram envolvidos com o mundo da arte. Érico, que foi criado em Fazenda couto sentiu, desde cedo, que "a arte seria algo que levaria para a vida e que pagaria as contas com isso".
Tânia, seguindo a mesma linha, acompanhava novelas desde criança e já sentia que "com a arte iria falar bem e poderia se expressar através dela".
Ó Paí Ó no 'Diga Aí'
Os convidados foram atores no filme nacional que conquistou gerações em todo o territorio brasileiro falaram também que não imaginavam a proporção que a obra poderia tomar.
A atriz comentou que ainda hoje muitas pessoas chegam, de fora do Brasil, perguntando onde fica o bar de Neuzão, a banca da baiana e o cortiço da dona Joana, locais que foram cenários do filme.
"Nós ficamos até preocupados assim, será que vamos atingir o resto do Brasil, por ser uma linguagem tão regional, tão nossa, que só a gente entende enquanto baiano."
Como os atores já conviviam no teatro Olodum, o desafio da direção foi fazer com que os amigos de cena encerrassem a improvisação durante as gravações "se não a cena não acabava nunca, porque a gente continuava improvisando", disse Érico.
O episódio desta sexta foi o penúltimo da segunda temporada, é possível assistir todas as edições na Globoplay.
AUTOR
Mariana Barreto
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