Na última semana em “Segundo Sol”, Rochelle (Giovanna Lancellotti) acusou Roberval (Fabricio Boliveira) de tentativa de estupro. A vilãzinha arranhou o próprio corpo e rasgou as roupas para falsificar a situação. Gritou até toda a família aparecer em seu quarto. A sequência motivou uma onda de protestos na internet que ainda segue fazendo marola. Chegaram à coluna muitas mensagens de leitores contrariados. Em geral são comentários como: “Concordo com todos que detestam o festival de horrores contra as mulheres em ‘Segundo Sol’. Num país cheio de feminicídios, é difícil aceitar. Só fortalece o machismo e a agressividade”. Ou: “‘Segundo Sol’ está apresentando um desserviço às mulheres brasileiras com o falso estupro de Rochelle”. Mas será que não há um equívoco estrutural nessas reclamações?
Verdade que Rochelle está errada, erradíssima. Falsa acusação de estupro não é aceitável mesmo. Porém, há um detalhe fundamental nisso tudo: a patricinha é uma vilã. Ela não respeita ninguém, vive de cometer maldades. É interesseira, fútil, cruel. Não seria, por todas essas razões, a figura ideal para levantar dúvidas acerca de comportamentos errados? Alguém esperava que ela tivesse uma atitude exemplar? Desde quando vilão dá bom exemplo?
As novelas se alimentam do embate entre personagens positivos e negativos. É desse contraste que nascem os debates e as reflexões. Portanto, mostrar a falsa acusação de estupro de Rochelle não é desserviço. Ao contrário: é um serviço. “Segundo Sol” está mandando um recado: isso não se faz.
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Redação iBahia
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