— Estava ontem (quarta-feira) filmando em Petrópolis. Cheguei ao Rio na madrugada de hoje (ontem) porque tinha gravação da novela. Amanhã, volto para o filme. No domingo, desço a Serra, porque começo a semana gravando “Velho Chico”. É uma pauleira, estou bem cansado. Mas faço com o maior prazer do mundo. O dono de uma indústria que faço no longa estimula o padre da trama e vice- versa — conta Vereza, que termina a participação no filme na próxima quarta-feira.
Estar na novela das nove é uma mistura de sentimentos para o ator, que foi chamado às pressas, após a morte de Umberto Magnani, o padre Romão, na semana passada.
— Eu me sinto entrando em um transatlântico em alto-mar... É uma situação triste por ter sido a partida abrupta de um querido colega. Mas estou contente por trabalhar de novo com Luiz Fernando Carvalho. Desde “Rei do Gado” (1994) que não estávamos juntos em uma produção — diz Vereza, referindo-se à trama em que viveu o antológico senador Caxias.
Aliás, o ator vê semelhanças entre o padre e o político.
— Benício não é um padre omisso, se posiciona. Ele compactua com o pensamento do senador, que queria mesmo ajudar os outros, estava preocupado com as questões da terra — compara o ator, espírita há 27 anos, que encara seu quarto padre na ficção: — Fiz em “Além do tempo” (2015) e “Paraíso” (2009), e numa peça do Dias Gomes. Não há estranheza, porque o Mestre é o mesmo: Jesus.
Padre com atitude
Apesar de ser novo na paróquia de Grotas de São Francisco, padre Benício sabe bem quem são seus moradores e suas histórias.
— Ele conhece a atuação do coronel Afrânio (Antonio Fagundes), da rixa com os Rosa e a família de Santo (Domingos Montagner), do amor dele e de Tereza (Camila Pitanga). Por ser muito amigo de Romão, Benício frequentava as festas em Grotas e ficava sabendo das relações de seus moradores — explica Vereza.
Mas, afinal, quem é esse novo religioso?
— Benício é um padre franciscano, companheiro de estudos de Romão, que promovido a padre emérito, ingressou no seminário de São Francisco das Chagas, no papel de conselheiro. Benício chega a Grotas num momento de crise de fé e é um crítico ao sistema daquela região, ao que estão fazendo com o Rio São Francisco e a população ribeirinha. Ele se torna amigo de Santo e o incentiva a continuar na liderança da cooperativa a combater as ordens de Saruê — conta o ator, que diz ter sido muito bem acolhido por todo a equipe: — O momento foi difícil, mas todo mundo me recebeu bem. E é bom demais trabalhar com esse elenco que só tem fera e está bem afinado.
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