A socialite conhecida como Day McCarthy foi condenada pela Justiça por cometer racismo contra Títi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. A decisão saiu 7 anos após as declarações feitas pela influenciadora.
Os atores usaram as redes sociais nesta sexta-feira (23) para comemorar a sentença. A pena prevê 8 anos, 9 meses e 13 dias de prisão em regime fechado, além de pagamento das custas processuais.
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"Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo", detalharam Bruno e Giovanna em nota.
Segundo o documento divulgado ao gshow pelos advogados do casal, Juliana Souza e Diogo Josée, a socialite poderá recorrer, mas a decisão atual determina a execução imediata da pena.
"O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade", citaram os pais de Títi.
Relembre o caso contra Títi
O crime aconteceu em novembro 2017, quando Chissomo, nome oficial da filha do casal, tinha apenas 4 anos. Na ocasião, Day McCarthy chamou a criança de "macaca" e afirmou que ela tinha o "nariz feio".
Em agosto do mesmo ano, em meio a outras polêmicas, Day já tinha insultado a filha de Roberto Justus e Ticiane Pinheiro, Rafaella, que nasceu com uma condição que provoca a malformação óssea do crânio.
O episódio contra Títi causou uma onda de revolta nas redes e Giovanna Ewbank reagiu publicamente às ofensas. Nesta sexta, ela e Bruno agradeceram o apoio dos fãs e de outros internautas.
"Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar", desabafaram Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.
Depois da vitória na Justiça, o público voltou a se manifestar. Desta vez, comemorando a decisão nos comentários da publicação do casal.
"Nossa garotinha sempre me emociona. Ela não tem ideia da força que tem e do tanto que já fez mesmo sendo tão nova", escreveu uma internauta. "Precisamos de pessoas brancas parceiras que de fato lutem contra este sistema que perpetua a desigualdade com base na raça!", comentou outro.
Veja o posicionamento de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank na íntegra
"Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde.
Quando nossa filha Chissomo tinha apenas quatro anos, em 2017, foi alvo pela primeira vez do racismo. Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima assim como ocorre com toda criança preta. O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?
Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo. A pena? 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado.
Essa á primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade.
Seguimos confiantes na atuação consistente do judiciário para assegurar que crimes de racismo sejam devidamente reconhecidos e punidos – enaltecemos também a Procuradoria da República do Rio de Janeiro pela atuação firme e combativa. E somos gratos à advogada @julianasouzaoris e sua equipe que nunca nos deixou esmorecer.
Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar".
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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