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Com o repertório repaginado, o cantor Renatinho da Bahia começa nesta quinta-feira, 7, uma turnê especial dedicada ao público gay. Os shows acontecem na boate 1140, localizada no bairro da Praça Seca, Zona Oeste do Rio. No palco, acompanhado por cinco músicos, o ex-vocalista do É o Tchan declarou que pretende reforçar sua popularidade entre o fãs alternativos:“Começaram a rolar umas fofocadas sobre mim, coisa de gente que gosta de deturpar o negócio. Se tiver que virar o rei das bichas, colocar a coroa de rei das bichas, eu vou. A minha opção é heterossexual, mas cantar com o público gay vai mudar isso em quê? Tem que acabar com essa ignorância” disse Renatinho em entrevista ao Ego, que você confere abaixo.Como foi a iniciativa de preparar um show dentro do universo de uma boate gay?Renatinho da Bahia: Tenho um público gay muito grande e muita gente se sentia constrangida de ir aos meus shows em outros lugares, pois infelizmente ainda existe muita discriminação. Cantei em algumas boates, mas não era um show meu. Sempre dava uma canjinha aqui e outra acolá
O investimento no mercado alternativo foi uma estratégia proposital?Vou fazer o trabalho como se fosse para qualquer outro público. É importante ganhar nosso cachê, nosso dinheiro. Não penso que estou ganhando dinheiro à custa dos gays. Cada um tem a sua própria boca e fala o que quer. Para mim vai ser bom, e espero que meu público ache melhor ainda, independente de opção sexual. Existem artistas que fazem shows para o público gay, mas não têm essa coragem de falar com medo da aceitação do restante do público. Estou aqui dando a minha cara pra bater e doando o meu corpo e a minha alma para esse projeto. Como disse a Bruna Surfistinha no filme, eu não vou dar, vou distribuir meu corpo nesse projeto.
Na época do É o Tchan, como era o assédio do público masculino?Muitos caras chegavam para a agradecer a mim e ao Jacaré por causa dessa questão de estarmos quebrando preconceitos por causa da dança sensual masculina. Ele sofreu muito preconceito no começo com aqueles shortinhos apertados e rebolando com duas meninas. Era importante mostrar que nós homens também podíamos requebrar e ter molejo. Os gays gritavam mais do que as mulheres nos shows. A gente chamava no palco. O Cumpadre Washington sempre dizia que quando as bichas subiam no palco, sempre dava um frisson a mais nos shows. Era uma loucura e todos ficávamos contagiados com aquela alegria.
Você teve medo de cair no esquecimento quando deixou ‘É o Tchan’?Quando deixei o É o Tchan, fui pra cima, não parei. Mantive os contatos com os contratantes e mantive alguns shows. Em 2008, entrei para a faculdade de gastronomia e ficou faltando apenas um período para eu terminar. A gastronomia me deu uma visão muito grande de nível superior. Hoje posso falar que tenho o ensino superior incompleto.
Em poucas palavras, como você define esse novo momento na sua carreira?Considero esse novo momento um divisor de águas. Tenho um CD fantástico no mercado com músicas bem legais e agora esse novo show que está bem mesclado. É um show para agradar a gregos, troianos, heterossexuais e gays também.