Samara Felippo desembarcou em Salvador nesta sexta-feira (30) para três apresentações da peça “Mulheres que nascem com os filhos”, neste fim de semana.
Em entrevista exclusiva ao iBahia, a atriz falou sobre as inspirações para a criação do projeto que fala sobre maternidade e contou detalhes da relação que possui com Salvador.
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“Eu tinha uma idealização da maternidade que quando realmente ela se concretizou na minha vida um castelo caiu na minha cabeça, entendeu? O teto caiu na minha cabeça. Você romantiza tudo. Você é romantiza desde o parto, né? A gravidez inteira, todos os meses, o parto, até amamentação que vai ser incrível, aquilo tudo que é vendido para você num grande pacotão de plenitude, né? Mas o que ficou muito em dúvida pra mim era por que que ninguém falava sobre o outro lado da maternidade?”, iniciou.
“Da angústia, do medo, do cansaço, do caos, né? Que é principalmente quando uma mãe, uma mãe solo, como eu quando eu me vi separada e com dois filhos, com muitas demandas, com muitas coisas que eu tinha idealizado e muitas frustrações, né? Me culpando por basicamente tudo”, seguiu.
“E encontrei a Carol [Fiqueiredo], no meu caminho, que também era mãe de dois, tava num puerpério sofrendo as dores dela, porque cada uma de nós temos cortes e demandas de dores diferentes. Eu falei ‘por que que a gente não fala disso? por que que ninguém fala disso? a gente precisa fazer alguma coisa, a gente precisa fazer um livro uma série uma peça um o quê? Sabe?’ E aí começou a vir como que uma catarse mesmo de tudo aquilo que a gente sentia e que a gente ia silenciada e que a gente não pode falar porque se eu falo que eu não gosto de ficar grávida, eu vou ser julgada”, finalizou.
A peça que é apresentada no Teatro Jorge Amado na sexta-feira, sábado (01) e domingo (02), segue nessa ideia de desconstrução da maternidade e apresenta visões diversas para todos os públicos, incluindo os homens, que são filhos de mulheres que sentiram na pele as dúvidas da maternidade.
“Quando eu me vi na situação eu falei ‘gente eu eu preciso falar porque eu sei que eu não sou a única, Carol não é a única’, os homens precisam saber disso principalmente. Então essa peça não abraça só mulheres mães, abraça mulheres que não querem ser mães, né? Abraçam nossas mães. Nossas avós que vieram antes de nós e principalmente todo mundo que veio de um de um útero, que tem uma mãe, que tem uma irmã, que tem uma tia e que m tá em torno da vida dessa gestante. Essa peça é mais um modo de você trazer essas discussões”, explicou.
Apesar de amar Salvador e já ter curtido oito carnavais seguidos, Samara Felippo revelou que desde a maternidade não participa da maior festa de rua do planeta. Porém, a atriz afirmou que pretende vir curtir a folia baiana com as filhas em um futuro próximo.
Lucas Mascarenhas
Lucas Mascarenhas
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