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"Não vejo como sonho", disse Jhe Oliveira sobre 'Gabriela'

Em entrevista ao iBahia, o Negro Fagundes confessou que teve medo de fazer TV

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11/10/2012 às 15:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 5:27 - há XX semanas
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Momentos de alegria e realização para o ator Jhe Oliveira. No ar em 'Gabriela', onde interpreta o Negro Fagundes, o moreno nascido em Ilhéus, atua desde os 10 anos nos palcos da Bahia. Mas foi quando veio para Salvador, em 2004, que conseguiu realizar seus objetivos. Em entrevista ao iBahia, Jhe contou que fez curso de graduação em teatro e, já na capital baiana, o ator teve o apoio de sua madrinha, que o incentivou a lutar pelo seu sonho de interpretar. Viveu grande parte do tempo de apresentações em teatros. Mesmo nas horas vagas, quando trabalhava como comerciante, diarista e ajudante de cozinha, ele tirava o dinheiro para sustentar seu lado artístico. Filho de pescador e de baiana de acarajé, o ilheense participou do elenco de várias peças teatrais em Salvador, muitas delas dirigidas por grandes nomes do teatro brasileiro, como Luiz Marfuz. Foi no espetáculo 'A Outra Tempestade', na época apresentada no Teatro Castro Alves, que o ator recebeu a proposta de atuar na TV. "Um olheiro viu a peça e pediu que eu fizesse um vídeo. Nunca tinha pensado em fazer televisão. Sempre tive medo, porque é uma cobrança muito grande, mas agarrei a oportunidade sem imaginar que daria futuro", comentou o artista. Gabriela Jhe contou ainda como foi quando recebeu o telefonema da TV Globo sendo convidado para participar da novela: "Na época que fiz o vídeo não sabia que era para 'Gabriela'. Fui o último ator baiano a ser chamado, foi de supetão. Estava em cartaz em Ilhéus quando recebi a ligação da Globo. Eles me disseram sobre a novela e contaram que eu teria que estar lá no dia seguinte. Eu falei que seria impossível devido à apresentação. Eles marcaram no início da semana seguinte. Peguei dois ônibus de Ilhéus para Salvador, cheguei em Salvador e peguei o avião. Daí por diante minha vida mudou completamente".
"Nunca tinha pensado em fazer televisão. Sempre tive medo, porque é uma cobrança muito grande", diz Jhe Oliveira
Ele foi orientado a alterar o nome, pois seria mais fácil para o público se adaptar. "Me perguntaram se eu teria algum outro nome para assumir, até porque já existe muito Jefferson por lá. Daí sugeri Jhe, pois é um apelido de infância. Eles toparam na hora e no dia seguinte meu nome já tinha mudado". Sobre o personagem, o ator comentou: "Me disseram que eu faria o Negro Fagundes. Eu perguntei como seria o personagem. Soube que Fagundes teria um lado bom e um lado ruim. Ele seria matador. Eu fiquei completamente surpreso. 'Como assim? Nunca peguei em uma arma?' Foi aí que eles me explicaram que teria um workshop e que eu aprenderia tudo". Ele confessou ainda que, durante as gravações, houve uma alteração no perfil do Negro Fagundes: "O personagem ganhou uma proporção muito grande. Nem o próprio autor poderia imaginar. Os dois lados de Fagundes ganharam a aceitação do público, tanto o lado bom quanto o ruim. Com isso mudaram o perfil dele e deram maior destaque. Foi ai que consegui compreender o sentido da televisão. Você pode aparecer todos os dias e não marcar, mas o Fagundes está marcando muito", disse orgulhoso.
Laboratório Para compor o seu personagem, Jhe contou que teve que passar por várias experiências que, segundo ele, foram fundamentais para formar o jagunço de 'Gabriela'. "Passei alguns dias em Juazeiro e logo depois fui para o sertão de Piauí com outros atores. Não existe lugar como aquele. É uma mistura de sensações. Você anda e encontra uma caveira de um animal que acabou de morrer e logo em seguida você se depara com uma flor de cacto linda. Encontrei com uma senhora de mais de 70 anos, que me disse que já esteve em vários lugares do mundo, mas que não deixaria seu sertão por nada. Isso é gratificante e me auxiliou a criar o Negro Fagundes de hoje", pontuou. Rio de JaneiroSegundo o artista, a experiência de viver no Rio é muito diferente do que ele imaginava. "Na verdade tive que ir morar lá porque não suportei ficar indo e vindo. Era muito massacrante e eu tenho pavor de avião. Lá é tudo muito caro: o vestir, o comer. Fui gravar um dia e acabei ficando 15. Tive que comprar roupas e aí percebi quanto era caro morar lá. Não existe o mar como o da Bahia. Em quase sete meses no Rio, nunca pisei o pé no mar de lá. Acho ele lindo, mas não me convida", revelou. Que todo fã ataca seu ídolo isso é certo, e com Jhe não foi diferente. "Estava no shopping com minha irmã, quando surgiu do nada um monte de gente querendo me abraçar, tirar foto, pedir autógrafos. Eu fiquei completamente assustado. Não conseguia entender porque aquilo estava acontecendo. Foi ai que me lembrei da Tv", brincou o baiano.
Daqui pra frente Já com os dias contados para terminar a novela, Jhe contou alguns planos para o futuro. "Eu não gostaria de ter responsabilidade. Gostaria de fazer o meu trabalho como eu faço. Segundo alguns especialistas, eu já tenho trabalho para fazer lá dentro (Globo), mas nada muito certo", comentou ele. "Devido ao trabalho na TV, vou realizar um grande sonho que sempre tive que é fazer cinema. Já fiz alguns testes, mas nunca fui chamado. Agora vou fazer meu primeiro longa, que se chama 'Entre o morro e o asfalto', com um dos diretores da Globo. Estou muito feliz. Começo a gravar a partir do ano que vem. Tem também uma peça que eu escrevi chamada 'Balada de Loucos'. Quero montar essa peça junto com a Heloísa Jorge, que também está na novela. Recebi algumas propostas de outros diretores de teatro, mas quero focar em meu projeto pessoal e aproveitar o momento", confessou o ator. Dicas Quando questionado sobre o que os atores baianos podem fazer para conseguir chegar à TV, Jhe foi direto: "Não veja como sonho, veja como realidade! É muito fácil estar na Globo, o difícil é permanecer". O ilheense fez questão ainda de dar algumas sugestões para quem quer ingressar nesta carreira. "É só se dedicar, ter o DRT, porque é muito necessário, e focar no seu objetivo. O que mais rola é teste, mas é pouco divulgado, principalmente em Salvador. Se você for bom ator, tem uma boa fotografia, você consegue", ressaltou ele, que ainda completou: "Fazer o nosso teatro aqui mesmo em Salvador e fazer com que as pessoas te vejam. Procurar conhecer os nossos diretores e abraçar a causa. Se possível, se dedicar às oficinas de outras áreas como canto também é é interessante. Se você trabalha, se esforça, nada mais justo que seja reconhecido".
"Não veja como sonho, veja como realidade!", alertou o ator

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