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Na TV, ator baiano se destaca como jagunço de 'Gabriela'

Filho de baiana de acarajé e pescador, Jefferson nasceu e cresceu na cidade onde Gabriela é ambientada

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21/09/2012 às 9:40 • Atualizada em 27/08/2022 às 23:37 - há XX semanas
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Quem assiste Jhe Oliveira, 33 anos, em ação como o jagunço Negro Fagundes no remake de Gabriela, novela do Globo/TV Bahia, mal pode imaginar que ele já fez de tudo na vida. Entre as muitas profissões, o ator baiano, nascido em Ilhéus, já foi diarista, ajudante de cozinha e comerciante. “Eu tinha que ajudar minha família e quando fui para Salvador estudar teatro não tinha dinheiro para pagar o curso, então, tive que me virar”, conta o simpático Jhe. Filho de baiana de acarajé e pescador, Jefferson nasceu e cresceu na cidade onde Gabriela é ambientada. “Quando o elenco descobriu que eu era de Ilhéus, fizeram uma festa. Eu cresci com o clima que Jorge Amado (1912-2001) fala na obra dele. O ar de Ilhéus é diferente. A cidade deve muito a Jorge e ele à cidade, porque usou o nome de Ilhéus pra fazer muito sucesso”, afirma. A carreira de Jhe começou lá mesmo, no sul baiano, mas foi em Salvador que as boas oportunidades começaram a aparecer. A convite da diretora teatral Elisa Mendes, o ator se mudou para a capital, onde fez mais de 18 peças. Entre elas, destaque para As Velhas, de Luiz Marfuz, e Outra Tempestade, dirigida pelo cubano Luis Alberto Alonso. Gabriela “Me formei no curso livre com a peça Boca de Ouro (2005) e não parei mais. Trabalhei com grandes nomes do teatro baiano como minha madrinha Elisa Mendes, Paulo Dourado, Paulo Cunha e Luiz Marfuz”, enumera. O convite para Gabriela partiu de um olheiro da Globo. Jhe estava em cartaz com a peça Outra Tempestade no Teatro Castro Alves quando ficou sabendo dos testes. “Engraçado que ele foi me assistir no teatro e fez questão que eu participasse da seleção”, conta. O ator gravou o vídeo e, quando passava uma temporada em Ilhéus, recebeu a notícia que tinha sido aprovado. “É um personagem que tem duas personalidades, ele é bom, mas consegue ser ruim. Humanizar o sertanejo, mesmo que ele mate, é difícil. Acho que estou conseguindo, o personagem cresceu muito”, avalia. Em seu primeiro papel na televisão, na adaptação de Walcyr Carrasco, Jhe tem a oportunidade de dividir a cena com tantos outros nomes da Bahia. “Brincamos muito e aprendemos muito também, apesar de eu acabar não contracenando muito com meus conterrâneos. Estou feliz de conhecer o Harildo Deda, porque nunca tive a oportunidade de trabalhar com ele, e sou fã do Carlos Betão”, entrega. Quanto à participação de tantos baianos na trama, Jhe pontua: “A novela comporta bem os baianos, mas eu acho que deveria ter mais. Nós, hoje, somos vistos como atores talentosos em todo o país. Acho que conseguimos defender bem a nossa bandeira e abrimos portas para que os artistas baianos fossem vistos com outros olhos”. Últimas emoçõesGabriela está prevista para acabar no fim de outubro e Jhe grava até o próximo dia 9. O fim de Negro Fagundes, no entanto, ele não revela de jeito nenhum. “Eu espero que ele termine no caminho para o sertão. Posso adiantar que vai ter uma briga feia com Berto (Rodrigo Andrade) e que vai ser bem legal. Enfim, espero que ele tenha um fim poético, mesmo que morra”, conta ele, deixando no ar uma possível morte do fiel jagunço do coronel Melk (Chico Diaz).
Chico, por sinal, está na lista das amizades feitas durante as gravações. “Logo no começo, gravei muitas externas com Juliana Paes e Daniel Ribeiro e ficamos amigos. No primeiro dia de estúdio, o Mateus Solano me viu e fez a maior festa. O Chico e o Humberto Martins dão conselhos, é ótimo”, diz. “As pessoas me elogiam no Projac e isso pra mim é importante. A equipe da novela, de maneira geral, é muito carinhosa comigo”, completa. O romance com Lindinalva (Giovanna Lancellotti), no entanto, não deve vingar. “O amor dele é platônico. Ele sabe que, mesmo gostando dela, ele é do sertão”, avalia, acrescentando que seria muito difícil para o jagunço se adaptar a uma nova vida. Assédio Jhe confessa que já se adaptou ao ritmo puxadodas gravações - a cena, por exemplo, em que é perseguido por Mundinho Falcão, personagem de Mateus Solano, logo após errar o tiro encomendado pelo coronel Ramiro Bastos (Antonio Fagundes), durou 15 dias para ser gravada. “Me machuquei e o Mateus também. Não sei se faria novamente, talvez use dublê das próximas vezes, mas essa eu queria ter feito”, pontua. As maiores dificuldades do ator para dar vida ao personagem é pegar em arma e andar a cavalo. “O animal é sempre imprevisível”, diz. Só tem uma coisa com que ele ainda não se acostumou: o assédio dos novos fãs. “Eu nunca pensei nisso, porque eu imaginava que não ia trabalhar em televisão. Chega a ser assustador. Na semana passada, desisti de ficar num show porque não conseguia prestar atenção em nada”. Mas tudo tem o lado bom, né? “Me surpreendi quando fui abordado por um senhor no shopping. Ele me parabenizou pelo papel, explicando que é difícil ver atores negros e baianos que se destacam. Eu achei muito bacana a atitude dele e me emocionei de verdade”. Sonho e realidadeMorando atualmente no Rio de Janeiro, Jhe já tem planos para quando a novela terminar. Mas ainda faz mistério. “Eu não posso falar sobre isso. O que posso dizer é que muitas portas se abriram e estou satisfeito”. Na lista, um filme, dois convites para peças no Rio e um projeto na telinha. “Sei que vai rolar TV, mas não posso adiantar nada mesmo”.Assim que tiver um tempinho, ele quer dar um pulo em Ilhéus. “Saber que minha cidade se orgulha de mim nesse momento é muito importante. Nunca vou esquecer de onde eu vim”, afirma o ator, que tem três irmãos. Dois deles são dançarinos - um da banda Ivete Sangalo - e a outra irmã trabalha como policial. Será que ainda há espaço para outros projetos? “Eu desejo fazer faculdade de Gastronomia, já que minha mãe e minha avó eram quituteiras de mão cheia”, revela. No final do bate-papo, em tom quase confessional, Jhe diz que parece viver um sonho. “Às vezes, penso que é tudo mentira. Quando acontecem essas coisas, você vê o quanto batalhou para chegar até aqui”, afirma. Matéria Original: Jornal Correio Em estreia na televisão, ator baiano se destaca como jagunço de "Gabriela"

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