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Mario Cravo Jr. ganha biografia e documentário “Exu Iluminado”

O escultor tem vida e obra revisitada por nomes como Jorge Amado, Carybé e José Valladares

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17/08/2011 às 7:30 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:22 - há XX semanas
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O escultor baiano Mario Cravo Jr., 88, recebe, hoje, quarta-feira (17), uma homenagem, na sede da Odebrecht, que marca o lançamento oficial da biografia e documentário “Exu Iluminado”. O projeto teve a participação do cineasta André Luiz Oliveira, do pesquisador Péricles Palmeira, além dos filhos Kadi Cravo e Mario Cravo Neto, que morreu no transcurso da elaboração do projeto, e Cristian Cravo, neto do homenageado.
Mario Cravo Jr (Foto: Mario Cravo Neto)
Mario Cravo Jr. é reconhecido não só pela imponência das suas esculturas históricas como a ‘Cruz Caída’, no Pelourinho, ou o ‘Cristo Crucificado’, no alto da cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, mas também por expor as contradições arquetípicas do povo baiano e brasileiro, transgredindo os limites da arte, do concreto e o abstrato, do feio e o belo. Uma das marcas do artista plástico são as esculturas de Exus - inspiradas no orixá africano da comunicação e que representa "o movimento" -, esculpidas em metal e borracha - materiais estes garimpados em ferros-velhos e sucatas de Salvador. Livro e documentárioO projeto “Exu Iluminado” inclui um livro de 479 páginas e um documentário de 1h04 de duração, que versam sobre a vida e obra de um dos mestres da escultura brasileira. As obras serão lançadas pela editora Versal, com apoio cultural da Odebrecht.“Entendemos que era o momento de homenagear Mario Cravo Jr, um dos maiores artistas da Bahia e do Brasil”, afirma Márcio Polidoro, diretor de comunicação da Odebrecht. Ferreiro de ExuMario Cravo ganhou do amigo Jorge Amado a alcunha de “Ferreiro de Exu”: o mensageiro que trabalha com o ferro, o bronze e outros materiais derretendo–os, transformando–os em arte e pondo-os novamente em movimento.O artista segue à risca a máxima de que 'nada se perde!'. "Todos os materiais podem ser reciclados e transformados em arte. Utilizo borracha, madeira, metais e plásticos para construção de minhas esculturas, por exemplo. Adquiro este conteúdo com fornecedores de Salvador, como ferros-velhos locais. Procuro manter uma técnica experimental, que me proporcione uma construção sensorial da obra. Iniciei este processo em 1949, quando trouxe experiência das técnicas artísticas aprendidas nos Estados Unidos”, explica Mario Cravo Jr..
— "Todos os materiais podem ser reciclados e transformados em arte". Mario Cravo
Exu com tridente - recorte em ferro
Também conhecido como o “Poeta dos Materiais”, o escultor fala sobre o apelido. “Identifico minha arte com esse título em virtude do cunho experimentalista e da necessidade que sempre senti de inovação. Foi com este espírito que teve início minha busca por diferenciais, que se juntaram as pesquisas da cultural essencialmente baiana”, explica. “Exu Iluminado” A ideia de realizar o projeto Exu Iluminado nasceu a partir de iniciativa do cineasta André Luiz Oliveira para a conclusão da trilogia sobre o artista plástico. Oliveira já havia produzido dois filmes sobre o escultor, A Fonte, nos anos de 1970, e O Cristo de Vitória da Conquista, nos anos 1980. Péricles Palmeira, da Berimbau Filmes, convidado para encabeçar a pesquisa do filme, foi o realizador, responsável por ampliar o projeto, incorporando a produção do livro de arte e biografia do artista. A iniciativa contou com a parceria dos filhos Kadi Cravo, responsável pela coordenação de pesquisa, e Mario Cravo Neto, fotógrafo de reconhecimento internacional, que morreu no transcurso da elaboração do projeto e também é homenageado na obra. Com o falecimento de Mariozinho, em 2009, seu filho, o também fotógrafo Cristian Cravo e neto do homenageado, juntou-se ao grupo para a conclusão do trabalho. O resultado de todo esse esforço será visto hoje à noite, em um evento para convidados, em Salvador.
— “Mario Cravo Jr. tem assento garantido no panteão dos grandes mestres da arte brasileira”, diz o cineasta André Luiz Oliveira
Nuvens - relevo em cobre
Carreira Internacional Além de ser reconhecido como um dos mais importantes escultores brasileiros, Mario Cravo possui uma carreira consolidada fora do país, tendo obras expostas em quatro continentes.“Tenho trabalhos expostos na América, Ásia, Europa e Oriente Médio. Em grande parte, isso se deve também ao grande número de exposições ao ar livre que participei lá fora, além da minha interação com personagens relevantes da arte mundial, caso do próprio Ivan Mastrovic”, revela.

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