A pausa da banda Asa de Águia já está dando o que falar. Nesta segunda-feira (14), o líder do grupo, Durval Léllys,
anunciou que a banda vai parar "por tempo indeterminado", mas durante a pausa, ele continuará com seus projetos musicais. Tristes ao saberem da notícia, admiradores e fãs do Asa logo encheram a página oficial da banda no Facebook de mensagens.
Entre as declarações, muitos não conseguiram acreditar e lamentaram a nova fase enfrentada pela banda, que já possui 27 anos. Outros foram além e chegaram a chamar o Asa de "religião", alegando que Durval não pode abandonar seus seguidores.
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Página oficial da banda no Facebook |
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Fãs lamentando pausa da banda |
No entanto, houve também quem visse as coisas por outro lado, como o técnico em informática Marcos Reis. Em entrevista ao
iBahia, ele disse acreditar que a pausa foi ocasionada por problemas burocráticos. "Eu acho que isso é mais uma disputa burocrática envolvendo a marca. Pelo que eu entendi, Durval não vai parar. Ele vai continuar usando o nome dele e até tudo se resolver, a marca Asa de Águia que vai ficar afastada da mídia. Para mim, é mais burocracia", disse.
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Marcos tatuou logo do 'Cocobambu' no ombro |
Seguidor assíduo da banda, Marcos, de 36 anos, que tatuou a logotipo do bloco "Cocobambu" no ombro, deu sua opinião com relação a possibilidade de Durval deixar o grupo e revelou sua preferência, caso isso venha a acontecer. "Perde um pouco daquela magia da banda. A marca é tão forte que tem gente que tatua no corpo. Eu tenho uma tatuagem, mas não é nem por causa da banda em si, achei bonita a marca do bloco e eu coloquei. Durval Lellys é o Asa, não é? Não tem como deixar de associar uma coisa da outra, mas vou ficar com o Durval mesmo, que é quem faz a festa mesmo, é a cara da banda. O nome não importa", afirmou.
Mais crítico do que Marcos foi o estudante Luigi Ferranti, de 27 anos. Para o futuro engenheiro, Durval está seguindo os passos de Bell Marques por acreditar que a hora da aposentadoria está chegando. "É aquela coisa, Durval pegou Bell na rebarba do ano passado e está vendo que o Axé está caindo, que ele está ficando velho, sem espaço. Ele até botou o sobrinho (Vitor Kelsh) para tentar ver se conseguia substituí-lo, mas viu que não deu certo. O irmão dele (André Lellys) é aquilo ali sempre, não consegue inovar. Durval se sentiu acuado e sem alternativa, a música dele caiu, não é o mesmo de antigamente", disparou.
Segundo Luigi, os grandes artistas não estão mais ligando para a idolatria dos fãs e o retorno de Durval segue sendo uma incógnita. "Hoje em dia algum artista no cenário musical pensa no público? Alguns podem até pensar, mas com certeza o que move tudo isso é marketing, é a mídia, o que eles vão ganhar e o que vão perder. Eu estou confuso com isso. Ele vai manter a marca, mas em compensação vai dar uma parada. Tem que se perguntar como é que ele vai voltar. Quando ele voltar, como vai ser? Como o público vai reagir? Como ele vai tentar retomar a carreira? Acho que ele nem vai ter mais espaço. Ele vai acabar seguindo a carreira solo, fazer algumas participações e o Asa vai acabar por si só, com o tempo. Não vai retornar como antigamente, não vai ter aquela força", previu.
A solução para o estudante agora é relembrar as famosas canções do grupo para não perder a referência. "Eu vou continuar ouvindo o Durval, mas prefiro continuar ouvindo o Durval de antigamente. Asa para mim é o da década de 90. De lá para cá, ele realmente tem estado em uma decadência muito grande. Tudo aquilo que ele criou, as brincadeiras, cenas, bordões... Vou continuar seguindo ele, mas só se ele tentar inovar, mudar", avisou.
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Admiradores também criticaram postura de Durval Léllys |
Entretanto, houve fãs que viram a parada com otimismo, como foi o caso da fisioterapeuta Sinara Melo, de 29 anos. "Irei sentir falta, mas acredito que se for para a melhoria da banda e de Durval, fico feliz com a decisão. As vezes é necessário parar para se reestruturar. Só espero que esse tempo indeterminado não demore muito", pediu.
Ela acredita que a pausa se tratou de um momento para o líder do grupo ficar "mais livre para fazer as coisas com a sua cara", mas ficou na dúvida sobre quem irá seguir, já que Durval trabalhará sozinho e a marca do Asa seguirá circulando. "Eu gosto de Durval, que é a cara da banda, mas acho que um depende do outro para se manter", finalizou.
Com supervisão do editor-chefe Rafael Sena*