O cineasta Fernando Grostein Andrade, irmão do apresentador Luciano Huck, publicou uma série de fotos ao lado do namorado, Fernando Siqueira, que é 17 anos mais jovem, e escreveu um longo desabafo ao explicar o por que de participar da parada LGBTI+ em Los Angeles. O cineasta, de 37 anos, relembrou quando sofria preconceito na escola, contou que ouvia "piadas" até de alguns professores na adolescência e disse que foi demitido de uma agência de publicidade.
"Por que é importante? Quando eu era estudante ouvia piadas contra nos LGBTQs em todas escolas onde estudei. Vera Cruz, Santa Cruz e também na FGV onde me formei. Não eram todos, mas eram muitos alunos e até alguns “professores”. Na época em que dirigia publicidade, lembro de uma reunião numa grande agência onde a diversão de alguns publicitários foi passar um bilhete falando: “o diretor é viado”. Em outra, me demitiram do comercial de cerveja com o tema futebol depois de escutar minha voz e me acharem muito delicado na reunião", contou Fernando Grostein Andrade num longo texto em inglês e português.
Fernando Grostein já falou abertamente sobre ser gay em entrevista no programa "Conversa com Bial". Na ocasião, ele relembrou a reação do irmão e da família quando descobriram. O cineasta seguiu o desabafo na web citando que parada LGBTI é um ato político e não é só festa.
"Anos depois me assumi aqui na Internet, nos jornais e na TV, justamente por acreditar que não devemos e não podemos mais nos calar e precisamos nos posicionar. Recebi mensagens públicas e anônimas de apoio, mas também outras dizendo que deveria apanhar até a morte. Levando em conta que sou branco e nasci cheio de privilégios, imagino o quanto aqueles que não tiveram os escudos que eu tenho sofrem. Uma vez entrevistei um grande banqueiro que disse que privilégio deve ser exercido com responsabilidade. Por isso continuo e vou continuar a levantar a bandeira LGBTQ com orgulho. Parada não é farra, não é só festa. Parada é para mostrar: estamos aqui, somos fortes, não vamos recuar e vamos avançar. Institucionalizaram a homofobia na politica, educação e no esporte. Com o avanço dos promotores de ódio, deixo claro nossa posição: somos muitos e não vamos nos curvar", escreveu o irmão de Luciano Huck.
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Redação iBahia
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