Do iBahia, por Camila Almeida
Atração da próxima edição do Reggae Power Festival, o anglo-jamaicano Geoffrey Chambers conversou com o iBahia sobre a diversidade de sua música, suas influências culturais e sua relação com a Bahia, onde reside hoje. Definitivamente um artista multifuncional - Chambers é também um premiado artista plástico e roteirista, o cantor fala sobre seus principais ídolos brasileiros e conta detalhes do seu novo projeto com o baiano Luiz Caldas. "Luiz é um músico único, além de criar um gênero sozinho, ele e muito dedicado e sensível", declara Chambers, que divide o palco com atrações como SOJA (Soldiers of Jah Army), Groundation e o jamaicano Max Romeo no próximo dia 7 de dezembro. Confira entrevista!

Ibahia - Por que você escolheu a Bahia e os músicos baianos para formar sua banda? Qual a diferença entre a formação anterior e a atual, essencialmente feminina? GC - Com o passar do tempo surgiram novas idéias, novos objetivos e influências do jazz com drum and bass, Garage e Grime, e uma toque maior da música urbana dos Estados Unidas, África, Europa e Austrália, resolvemos mudar um pouco. Não fazemos mais a base com guitarra, para uma performance mais solta e para que possamos explorar mais a voz. Da antiga formação, permanece apenas Maurício. Agora temos três mulheres maravilhosas no backing vocal, Camila, Jeane e Juliana, que emprestam sonoridade, sensibilidade e um espírito totalmente diferente à banda. Elas cantam muito e cheias de energia. Ter um coro feminino é realmente positivo. No baixo temos Marcos Calmon (antigo Morrão Fumegante e Remanescentes), as linhas e a forma que ele toca refletem o sangue do reggae baiano. Na bateria, Valdir Batera, que é, para mim, o melhor baterista do reggae no Brasil. Além de Maurício, nas guitarras temos Milano, grande músico. Os motores da banda agora são Ricardo e Tiago, dois tecladistas sem igual nas bases, moog e piano. Ibahia - Luiz Caldas é o novo músico baiano com o qual você vai gravar. Do que fala o trabalho de vocês? Como aconteceu esse encontro? GC - A idéia para fazer a música era uma aposta com Djalma Oliveira que achava que eu não ia conseguir. A participação de Luiz Caldas surgiu em uma partida de dominó, quando fomos apresentados por um amigo em comum. Descobri que ele era músico e, para brincar, eu cantei para ele 'Custe o que custar', de Roberto Carlos, sem saber que o Luiz é o pai do axé na Bahia. Luiz pirou e me disse que queria gravar essa música comigo. O resultado realmente reflete uma mistura de estilos e culturas. Luiz é um músico único, além de criar um gênero sozinho, ele e muito dedicado e sensível. Vou também aparecer no novo disco de reggae dele, que será um disco maravilhoso. Ibahia - Fale mais sobre o "Song of the ages", seu novo álbum. Qual a principal diferença entre ele e o Loveshine / By me? GC - Wesley Rangel, dono do WR/Bahia, me deu um conselho, dizendo que o disco é um registro do momento na sua vida. Loveshine era cheio de provas, eu pude cantar, compor, produzir e programar todo o disco. Eu, na verdade, dirigi toda a produção do disco. Loveshine/By me foi um presente que a Bahia me deu. Song of the ages é diferente. Eu não preciso provar nada e por isso é mais tranqüilo, além do que eu não tenho tantas demandas, não preciso fazer tudo. Minha tarefa foi respirar fundo a energia da Bahia, a potência de Yemanjá, a magia do Oxalá e passar essa energia transformadora e positiva. Song of the ages estará no Reggae Power Festival e, além disso, faremos show no Festival de Verão, e temos nosso projeto do Carnaval Espresso Reggae, que é novo lance do reggae. Um bloco independente que vai levar uma vibe bacana e diferente às ruas.Veja também:
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