Luciano Huck foi o primeiro da família a saber que o irmão, o cineasta Fernando Grostein, de 40 anos, é gay. A notícia, contada pelo próprio em 1999, deixou o apresentador, então com 28 anos, em "choque". Esse episódio é narrado em detalhes no recém-lançado livro "De porta em porta", que Huck escreveu durante a pandemia. "'Eu sou gay', disse assim, na lata, o meu único irmão, Fernando", inicia o apresentador, num capítulo inteiro dedicado ao assunto.
"Quando Fernando, aos 20 anos, marcou sua posição e falou, 'olha, eu sou gay', essa é minha vida, isso não é uma escolha, esse é o meu ser, é como eu sou', eu disse: 'o.k.'. Mas, num primeiro momento, tive um certo choque - por razões que têm a ver com a forma obtusa, estúpida e quase desumana como o mundo dita as regras de comportamento, mas também porque você quer que a vida da pessoa que ama seja uma estrada asfaltada, sem buracos e pouco sinuosa. (...) No mundo em que vivemos, (...) embora isso esteja mudando, assumir-se gay ainda significa, infelizmente, enfrentar uma dose pesada de preconceito", admite o novo apresentador do "Domingão" no livro.
No relato emocionado e cheio de lições de vida, Luciano abre o coração e admite, inclusive, que tinha preconceitos.
"A 'libertação' começou naquele dia em que Fernando me mostrou que não éramos nem tão parecidos nem tão próximos quanto eu imaginava. (...). Hoje, vejo o quanto os anos e anos em que fui submetido a uma espécie de pós-graduação machista - que assolou e assola minha geração e muitas outras - me tonaram incapaz de enxergar os preconceitos que pensei, disse e fiz, e, pior ainda, as coisas importantes que deixei de pensar, dizer e fazer. (...) Hoje sei que também tive medo de enfrentar meus próprios preconceitos".
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Redação iBahia
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