Dona Déa, mãe do ator Paulo Gustavo, viralizou na web neste domingo (26) ao falar do ensaio nu do jogador baiano Vampeta, que participava do Futebol Solidário, na TV Globo. A ação estava sendo realizada em prol da tragédia no Rio Grande do Sul e Dona Déa estava como repórter do 'Domingão'.
No estádio do Maracanã, a amiga de Luciano Huck compartilhava a tela com o repórter Marcelo Courrege. Eles entrevistaram Edilson Capetinha e Vampeta. Em um dado momento, ela disparou: "Minha família era toda palmeirense, mas no dia que você fez umas fotos e botou a 'vampeta' de fora, ficou todo mundo apaixonado por você! Todo mundo passou a ser corintiano."
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A pergunta gerou reação do jogador e de todos os presentes. Vampeta teve uma crise de riso e lembrou: "Vampetão". Do estúdio, Luciano Huck completou: "Interdita a Dona Déa!", disse ele orientando: "Dá um beijo no Edilson, porque ele não falou nem 'oi' com a gente".
Dona Déa falando ao vivo na Globo de quando o Vampeta posou pelado pra uma revista 🗣️
— Central Reality (@centralreality) May 26, 2024
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Cachê do ensaio nu foi para recuperação de cinema antigo na Bahia
Em janeiro de 1999, a G-Magazine produziu a capa icônica de Marcos André Batista Santos, o Vampeta, pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira de futebol em 2022. Mas, o curioso é que a estrela da edição usou o cachê integralmente para revitalizar o Cinema Rio Branco – um dos mais antigos do Brasil, localizado na cidade natal chamada: Nazaré das Farinhas. O espaço da sétima arte foi fundado em 1927 e segue em funcionamento. Mas, ele está em condições precárias. Com a baixa estrutura, o Rio Branco passou a abrir apenas para exibições públicas.
O Cinema pertenceu a uma das famílias mais tradicionais de Nazaré, os Ribeiro Soares. Entre as décadas de 1970 e 1990, o equipamento foi desativado diversas vezes por falta de manutenção e riscos à estrutura. No final de 1998, um dos restauradores do cinema pediu ajuda a Vampeta.
Hoje, o Rio Branco é administrado por uma das tias do ex-atleta, dona Beta Alves. Beta, que é de Salvador, mora na cidade desde 2000, quando foi para Nazaré gerenciar o cinema que passou a ser da família. Foi ela quem revelou a história pouco falada por trás do ensaio nu do ex-jogador na primeira revista abertamente voltada para o público gay do país.
"O restaurador, seu Uriel – que inclusive já faleceu –, procurou ele e pediu ajuda para consertar o telhado, que estava para cair. Nessa conversa, ele [Vampeta] descobriu que a Igreja Universal estava querendo comprar o espaço para abrir outra unidade, mas ele queria preservar o legado da cultura do local, que era um dos mais antigos do país. Então ele resolveu comprar".
Vampeta estava decolando na carreira. O volante estourou e ganhou notoriedade em 1993 e passou a jogar fora do Brasil já em 1994, quando construiu fama na Europa. Quatro anos depois ele voltou para o Brasil e foi campeão brasileiro duas vezes com o Corinthians: 1998 e 1999.
Segundo informações do g1, a notoriedade motivou o convite da revista. Sem vergonha da própria nudez, Vampeta aproveitou a oportunidade para usar o cachê de R$ 80 mil e recuperar o Cinema Rio Branco.
"Quando surgiu a proposta de sair na revista, e era uma proposta muito boa, o dinheiro foi para a restauração do cinema. Eu gosto de cinema para caramba mesmo. Na época foi uma chance de recuperar um patrimônio histórico, mas também de construir um patrimônio, porque o cinema me pertence também", destacou Vampeta em entrevista ao g1.
"No total eu investi quase R$ 500 mil para revitalizar. Eu restaurei o cinema todo com recursos próprios, com meu salário de jogador".
"Durante três anos eu fiquei na luta, depois entreguei para minhas tias administrarem, porque eu não tinha como ficar lá. Elas, tia Beta e Edna, sempre que tocaram os projetos do cinema, sempre foi tudo feito através delas, e eu agradeço muito", disse o ex-atleta.
A admiração por Beta é mútua. A tia de Vampeta é muito orgulhosa da decisão do neto, tomada para salvar o maior patrimônio cultural da cidade de Nazaré. "Aquela atitude dele foi uma atitude desesperada, ele chegou a ser condenado por algumas pessoas por ter posado nu, só que não sabem que o cachê foi usado todinho para o cinema. É um patrimônio histórico muito importante, mas que requer muito recurso", ponderou Beta.
Reabertura e necessidade de nova restauração
Depois da compra do cinema, foram três anos de restauração até que o cinema tivesse condições de ser reinaugurado e aberto ao público. Em 2007 houve a última reforma e, desde então, o Cinema Rio Branco mantém as portas abertas apenas para exibições destinadas aos estudantes de escolas públicas – a exemplo da apresentação do documentário 'Bicentenário da Independência: heróis e heroínas da liberdade', da Rede Bahia.
Sem patrocínio, a administração do cinema precisa de apoio financeiro para restaurar a estrutura e manter o equipamento em funcionamento.
"A gente está precisando de apoio principalmente pelo estado físico do cinema, a parte estrutural mesmo. Tem que trocar telhado, reparar paredes, fazer muita coisa. Um monumento desse, em qualquer outro canto, seria bem mais valorizado. A história no cinema jamais pode ser destruída".
Mayra Lopes
Mayra Lopes
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