Nos primeiros segundos de 2015, Deborah Secco estava dentro do mar. Ali, no balanço das ondas, ela levou um papo sério com Deus. Até aquele ponto, aos 34 anos, a atriz havia se realizado plenamente na profissão. Conquistou dinheiro e prestígio. Mas a vida pessoal passava por uma maré baixa.
O sonho de construir uma família parecia distante. “Se eu sou merecedora, me ajuda, Deus?”, rogou. Feita com fé, sua prece foi atendida. Em pouco tempo, a loura se apaixonou pelo modelo Hugo Moura, de 25. Da união, nasceu Maria Flor, seu sonho em forma de gente. “Nunca imaginei ser tão feliz”, admite a estrela às vésperas de voltar ao trabalho como a Tânia de “Malhação — Pro dia nascer feliz”, que estreia dia 22.
Realização
“Quando era criança, desejava ser atriz da novela das oito. Depois, queria fazer um filme que todo mundo visse. Fiz o ‘Bruna Surfistinha’! Estava faltando essa parte da família. O Brasil me acompanhou nessa luta para ser feliz. Sonhava ter uma filha, um companheiro... Agora, já conquistei todos os meus sonhos.”
Maria Flor
“Não fiz a menor questão de esconder a minha filha. Quando você faz isso, a procura é maior. Quis mostrá-la logo para ninguém ficar correndo atrás dela. Prefiro ter o rosto da Maria Flor exposto do que ter alguém perturbando nosso dia a dia. Minha ideia é desgastar a imagem da Maria a ponto de ninguém querer mais publicar.”
Fama
“Eu sou atriz, mas trabalho como celebridade também. Se pudesse voltar no tempo, acho que não teria optado em ter uma vida tão pública. Mas agora não tem jeito. Se voltar atrás, vou ser tipo Ana Paula Arósio. A menina famosa que desistiu da carreira, mas que, se for à praia, todo mundo vai tirar foto. Então, faço o jogo do contente. O que isso me traz de bom? Tenho pessoas queridas, gente que torce por mim e ainda ganho um dinheirinho”.
Casamento
“Foi rápido. Estava numa fase em que meus passos estavam cautelosos. Depois de todos os meus erros, não sabia o que queria, mas sabia o que não queria. Exemplo? Um cara que sai muito à noite. Não rola comigo! Homem que tem muitos amigos e gosta de gente em casa. Não! Eu sou chata! Quero ficar juntinha. É preciso aceitar o meu grude, minha possessão (risos).
Superação
“Tive medo, não pelo sonho de ser mãe, porque, se não tivesse filho, adotaria. Mas temia não realizar o sonho da família. Queria dividir essa história com um cara legal. Maria Flor cresce rodeada de amor. Hoje, eu quero voltar logo para a casa, porque sei que lá tem duas pessoas que precisam de mim, e eu deles. Nenhum de nós três fica em pé sem o outro.”
O Conselho
“Minha mãe sempre diz uma frase: ‘Você vai saber como seu marido vai te tratar vendo a forma como ele age com a mãe dele’. Aliás, foi isso que me fez acreditar na nossa união. Eu me lembrei de meus relacionamentos anteriores. Todos tinham relações conturbadas com as mães. Hugo trata a dele com muito amor, e é assim comigo também.”
Melhor deslize
“Achava que ia demorar para engravidar por causa da minha idade. Parei de tomar pílula para congelar meus óvulos, porque o médico da minha irmã recomendou. Maria veio num deslize. A gente chegou até a cogitar tomar a pílula do dia seguinte, mas eu debochei: ‘Tenho 35 anos. Não é assim’ (risos). Quando o teste deu positivo, foi a sensação mais louca que senti. Fiquei em transe.”
Mais filhos
“Tenho muita vontade de ter o Bento. Hugo prefere esperar um pouquinho. Eu emendaria (risos). Mas acho que não demoro mais do que dois anos, não, porque talvez eu desista. Ficar grávida é um trampo.”
Paixão
“Ele é louco por mim, e eu por ele. Não falamos ‘eu te amo’. A gente diz ‘eu te sou’. Não é só amor. Eu sou ele. Não tem mais o ‘eu’. Tem o ‘nós’. Quando você encontra alguém que divide esse sentimento, é maravilhoso. E, de fato, uma noite sem ele é um tormento. Eu choro, não durmo. Tem gente que diz que é porque só temos um ano e meio juntos. Acredito que não. A gente se encontrou.”
Ciúme
“Hugo fez uma série para a internet (‘O quarto ao lado’). Para mim, é mais difícil assisti-lo com outra mulher. Ele está iniciando nessa profissão. Não sei como entende essa parte física. Hoje, eu venho para o estúdio e visto a personagem. Mas fiz confusões no meu início. Quando o ator tocava em mim, eu questionava: ‘Ele está se aproveitando de mim?’ ou ‘Será que ele está gostando de mim?’. Devia ter uns 16 anos. Normal de acontecer. Agora não... Depois de Bruna Surfistinha, então... Você vê que não dá para se envolver. O que sinto hoje é preguiça (risos).”
Sobrinhos
“Lembro que a minha irmã (Bárbara Secco, de 35 anos) queria engravidar. Eu também. Falei para ela: ‘A gente perdeu a hora’. Pensava: ‘Cara, tenho uma irmã bem-sucedida, advogada, sinistra... Eu também sou. Erramos no cálculo’. No réveillon de 2015, eu pedi mesmo a Deus. Tive a Maria, e Bárbara engravidou, teve gêmeos. Nossos maridos se dão bem. Nossas famílias almoçam juntas no domingo. Milagres acontecem!”
Volta À TV
“Foi complicado aceitar que eu teria que retornar, entender que tenho que sair de casa, que minha filha vai ficar ali e não vou poder acompanhar o dia dela. Admitir que eu precisava de uma babá, que eu não tinha. Adaptei tudo para que seja mais leve, mas sei que não será.”
Malhação
“Um dia após o fim da minha licença-maternidade, me ligaram falando que Emanuel Jacobina (autor) queria que eu fizesse ‘Malhação — Pro dia nascer feliz’. Por ironia do destino, minha mãe havia falado duas horas antes que queria que eu voltasse fazendo ‘Malhação’. Foi conexão. O público adolescente é o que mais me interessa atualmente. O pessoal da minha faixa etária sabe quem eu sou. Essa turma nova, não.”
Personagem
“Tânia é uma mulher real, mãe de dois adolescentes. É aquela guerreira que pega ônibus, cuida dos filhos e não tem dinheiro. Tenho andado de ônibus para conhecer essas mulheres de verdade. Pego em pequenos trajetos, ali na Praia da Barra. Vejo que são todas heroínas.”
Envelhecer
“Não existe nada que eu possa fazer quanto a isso. Só não envelhece quem morre cedo. Eu espero ficar bem enrugadinha, porque quero ver minha filha crescer, os meus netos... É óbvio que, se eu soubesse o que vem depois da vida, teria uma maior calma para envelhecer, porque tenho medo da morte. Essa ideia do fim me amedronta.”
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Redação iBahia
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