Caso Anitta: conheça artistas baianos que são adeptos ao Candomblé

A divulgação do novo clipe de Anitta trouxe à tona a discussão sobre intolerância religiosa. No audiovisual da canção "Aceita", a estrela internacional dividiu vivências em um terreiro de candomblé e recebeu uma enxurrada de comentários maldosos acerca do assunto.

A divisão de opiniões foi tamanha que ela perdeu pouco mais de 200 mil seguidores em poucas horas. A cantora é praticante da religião de matriz africana desde 2013. Ela frequenta o terreiro localizado em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

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Veja abaixo a lista de artistas baianos que seguem o Candomblé:

Ivete Sangalo

A mãe de Marcelo, Marina e Helena é regida por Mãe Carmen do Gantois. Em 2019, a artista baiana integrou o álbum "Obatalá", de Gilberto Gil. O projeto, cantado apenas em iorubá, reúne nomes como Alcione, Mateus Aleluia e mais. O álbum foi indicado ao Grammy Latino em 2020 na categoria de Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa.

"Porque sou de Yansã e Xangô, porque o Candomblé me traz de volta a um mundo de verdade, de gente de verdade, que ama de verdade, sorri de verdade, canta, goza e chora de verdade e mais que isso, junto dos Orixás", disse ela em 2013 em uma entrevista compartilhada pela página Casa de Candomblé.

"Nada é separado, somos todos um! Antes de mais nada, o Candomblé é uma filosofia. Todos deviam ao menos conhecer e no mínimo, respeitar", finalizou Ivete.

Carlinhos Brown

Respeito à ancestralidade - é assim que Carlinhos Brown define toda a carreira. Não existe o Cacique sem as músicas que entoam os orixás, batuques e principalmente o àsé. Não existe Brown sem a relação dele com a ancestralidade e o candomblé.

Antônio Carlos Santos de Freitas foi iniciado no candomblé ainda jovem. Ele é filho do orixá Ogum, que é representado sob a figura de um guerreiro, que sempre vai em busca dos objetivos.

A fonte criativa de Carlinhos Brown é inesgotável e um grande marco na carreira do artista é fazer o Brasil e até o mundo cantar em iorubá. Sucessos como "Asanshu", "Dandalunda", "Maimbê Dandá", "Muito Obrigado Axé", "U-Maracá" e "Ginga de Balé" são alguns exemplos.

Mariene de Castro

Filha de Oxum, a cantora sempre faz questão de exaltar a religião que segue. "Eu sou uma pessoa espiritualizada. Ela caminha, sai de casa, chega ao teatro comigo… A música é uma forma de se conectar com o sagrado", disse ela em entrevista ao portal Por dentro da África.

Tia Má

Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, é uma das artistas que divide sempre registros especiais no Candomblé. Em uma publicação feita em 2020, a artista já frisou que "nasceu com caminho para ser yalorixá".

"Eu sou uma mulher de axé! Eu sou de candomblé! Como dizem as mais velhas, sou iniciada, feita, raspada, adoxada, com todas as minhas obrigações arriadas, e já sou uma Egbomi, que significa irmã mais velha", escreveu ela no post.

"Faço questão de falar da minha fé para que quem decidiu me acompanhar por aqui, nas redes sociais, saibam exatamente quem eu sou! A minha religiosidade não me define, mas me complementa! E eu preciso falar da minha ancestralidade para contar a minha história! Sendo eu, uma religiosa de candomblé, uma mais velha no axé, poderia falar da minha religião com professoral, e usar as redes sociais para “ensinar” cânticos, banhos, e outras lições que tive das minhas àgbás (mais velhas das mais velhas, as grandes senhoras), mas não esperem isso de mim", finalizou ela.

Daniela Mercury

A "Rainha Má" - apelido carinhoso de Daniela dado pelos fãs - é adepta ao Candomblé há anos. Ela foi iniciada quando adulta e é filha de Oxalá e Oxaguiã, um orixá idealista, que também manifesta sua força de trabalho através da defesa dos direitos humanos. A cantora sempre cantou a ancestralidade e deixa explícita a devoção a religião na canção "Senhora do Terreiro".

Maria Bethânia

A voz de "Reconxevo" segue a cultura do Candomblé desde 1981. Ela já revelou em entrevista que é filha de orixás como Iansã e Oxum. "Estou rezando cada dia mais. Candomblé, sim. Guerreira, mais amorosa, forte, vem de Iansã. E quando abrange mais pessoas do que meu sentimento, é mais Oxum", disse ela à revista "Época".

A Dama

A cantora Alanna Sarah, mais conhecida como A Dama, também segue a religião do Candomblé. "Eu posso falar isso com muita convicção que eu sou a prova viva de que o Candomblé me salvou, a minha religião me salvou", disse ela em uma publicação no Instagram.