'Além do Tempo', novela das 18h da Globo/TV Bahia, entra em sua nova fase a partir de quarta-feira e os personagens terão nova chance para alcançar seus desejos e também rever erros do passado. Com a passagem de 150 anos, a história vem para os dias atuais e continua investindo em romance e espiritualidade.
Para entender um pouco sobre esse segundo momento da novela, o CORREIO entrevistou a autora Elizabeth Jhin, que conta o que espera dessa nova fase. A autora fala ainda da crise de audiência das novelas, entrega autores que mais gosta e não descarta futuramente escrever uma novela que não tenha a temática espírita.
(Foto: TV Globo/João Miguel Júnior) |
A temática espiritual já é uma marca do seu trabalho. Como e quando começou a se interessar pelo tema?
Na verdade, sempre me interessei pelo assunto ‘espiritualidade’. Sou uma pessoa muito curiosa e procuro ler muito sobre o assunto. Não lembro exatamente quando comecei a me aprofundar ainda mais neste mundo, mas sempre foi algo que despertou a minha atenção.
Além do Tempo terá o grande diferencial de avançar 150 anos e quem é ruim deve voltar bom e 'pagar suas dívidas' e vice-versa...o que podemos esperar dessa nova fase da novela e como surgiu essa ideia?
O salto será de cerca de mais de um século. O público pode esperar uma trama bem interessante neste segundo momento, visto que teremos a oportunidade de ver como as atitudes do passado vão refletir no futuro dos personagens. Sobre a ideia, eu sempre mostrei o passado dos meus personagens através de sonhos ou flashbacks. Desta vez, tive a ideia de fazer uma novela diferente. Em um primeiro momento, mostrar toda a trama dos personagens no passado. Depois, praticamente em uma nova novela, mostrar como é a vida atual deles.
Como fará para o público entender essa transição?
Desde o início, falamos da novela neste formato. Para facilitar a transição, os personagens voltam com os mesmos nomes e teremos algumas cenas de flashback também.
Com uma passagem de 150 anos, ganharão uma nova oportunidade de se redimir dos erros do passado(Foto: Divulgação/TV Globo) |
O que podemos esperar da nova fase?
Acredito que podemos esperar uma trama muito envolvente e interessante.
Sua parceria com o Rogério Gomes é antiga. Afinidade de outras vidas? risos.
É verdade! Eu adoro trabalhar com o Rogério. Brinco dizendo que ele é a minha alma gêmea do trabalho (risos). Tanto ele, como toda a equipe dele, é muito bacana e responsável.
O triângulo central é formado por três jovens e prestigiados atores. Quando cria os personagens você já pensa em quais atores vão dar vida a eles ou deixa isso para o diretor?
Geralmente, o elenco é formado em conjunto com a direção. Não costumo pensar em nomes determinados, pois sempre gosto de conversar com o diretor para tomarmos as decisões em comum.
A novela está indo muito bem na audiência. Esperava isso? Acredita que em tempos de tanta violência e temáticas pesadas em novelas, o público está mais a fim de uma novela clássica, romântica como a sua?
Acredito que há sempre espaço pra se contar boas histórias e isso é o mais importante. Posso lhe dizer que, de verdade, eu e minha equipe procuramos fazer sempre o melhor em nossos trabalhos.
Muito se fala em crises nas audiências das novelas. Você acredita nisso ou apenas acha que é um movimento normal com o avanço da internet, tv paga...
O mundo está em constante mudança, assim como os hábitos das pessoas. Mas não acredito que estamos vivendo uma crise, propriamente, afinal as novelas ainda são os produtos mais vistos em toda a televisão brasileira!
Essas novas concorrências mudaram o jeito de muitos autores escreverem novelas, tornando-as mais agéis. Isso mudou ou não a sua maneira de escrever novela?
Não penso nisso na hora de escrever. Tenho o meu jeito próprio e procuro sempre fazer o melhor que eu posso em todos os meus trabalhos.
Quando começou sua carreira, você se inspirou em quem? E hoje, dessa nova safra de autores, quem você gosta?
Comecei minha carreira na televisão em 1990 através de uma Oficina de Roteiros que havia na época. Mas antes já gostava das novelas de Janete Clair, Ivani Ribeiro, Gilberto Braga, Walther Negrão, sempre fui uma noveleira assumida. Hoje em dia eu destaco, entre outros excelentes, o trabalho de Licia Manzo, me identifico muito com ela.
Você foi colaboradora de Caminho das Índias, no ar atualmente no Vale a Pena Ver de Novo. Como foi sua contribuição na época? Consegue ver, ao menos um pouco, da novela hoje?
Foi muito bacana trabalhar em Caminho das Índias, a Glória é uma pessoa muito talentosa e especial, sou fã da novelas dela. Infelizmente, por conta da correria, não consigo ver a novela hoje.
Falando nisso...você consegue acompanhar seus trabalhos pela TV já prontinhos?
Amo ver meus trabalhos no momento em que estão no ar, o trabalho de direção e produção é maravilhoso, me surpreende e encanta a cada dia. Vejo Além do Tempo diariamente. E se eu não puder ver na hora, coloco para gravar e vejo depois!
Sua dramaturgia está associada a novelas espiritas...sempre será assim ou pensa em partir para outro pensamento?
Na verdade, não são novelas espíritas. São novelas que falam sobre espiritualidade em geral. Pretendo continuar nesse caminho, sim, mas não me fecho para novas oportunidades e desafios.
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