Após polêmica, Sheron Menezes defende 'Sexo e as Negas'

A estreia de 'Sexo e as Negas', que aconteceu na noite da terça-feira (16), deu o que falar nas redes sociais. Apesar de não estar na atração, a atriz Sheron Menezes, uma das estrelas da Globo, decidiu comentar sobre a série e mostrou ser contra as acusações de racismo feitas pelas lideranças negras. No perfil do Instagram, Sheron usou um texto de sua mãe, Veralinda Menezes, para elogiar a série de Miguel Falabella. "Já reservei meu lugar no sofá pra assistir hoje a estreia do novo programa da Rede Globo, Sexo e as Negas! Polêmica em torno do programa? Muitas! Gente contra e gente a favor? Muitas também!(...) Parece que o primeiro impulso das pessoas negras é rejeitar o programa, porque deverá mostrar mulheres negras das classes 'C' e 'D' em um cotidiano FICTÍCIO, que pode remeter o imaginário a situações reais. Mas Por quê não gostar? As classes A e B existem, mas também as C, D e E ! E no seu cotidiano, as mulheres dessas classes trabalham, se divertem e buscam seus amores! E em sua maioria são negras e pardas!", iniciou ela na mensagem."É claro que existem mulheres negras nas classes A e B, que talvez não venham a ser retratadas nesse seriado, e provavelmente seja contra isso que muitas pessoas estejam se insurgindo. Precisamos sim mostrar mulheres negras intelectuais, elegantes, chiques e bem sucedidas. Mas isto é uma outra história e talvez para um outro seriado ou novela!(...) ESTE DEVE SER NOSSO OBJETIVO: OCUPAR CADA VEZ MAIS ESPAÇO, MAS TENDO PRESENTE QUE UMA COISA NÃO ELIMINA A OUTRA! PRECISAMOS CADA VEZ MAIS DE CONTRAPONTOS POSITIVOS PARA VALORIZAR A NOSSA IMAGEM ESTÉTICA, QUE É O GATILHO QUE DESPERTA O PRECONCEITO CONTRA NÓS! Ser protagonista é um grande avanço! E falar de sexo não diminui a mulher negra, ou somente a mulher branca é sexuada? As lideranças negras que me desculpem, mas o Ibope é quem vai dizer se esse seriado ficcional tem ou não a aprovação das mulheres negras em geral. QUE VENHA FALABELLA E SEU 'SEXO E AS NEGAS', POIS DEPOIS VAMOS QUERER MUITO MAIS!", concluiu. Mas Sheron não foi a única a defender a atração. Internautas usaram as redes sociais para mostrar apoio ao elenco, que conta com quatro protagonistas negras. "Gente, aquela treta todinha com 'Sexo e as Negas' falando que era racista e blá blá blá...Tô vendo nada disso e a série é super divertida", comentou um. "#Racismo é ter cotas exclusivas p/ negros e ñ uma série de TV q os coloca como protagonistas! #liberdadedeexpressão #sexoeasnegas #igualdade", escreveu outra.Outros, no entanto, reclamaram do contexto da série. "Vocês acham mesmo que é coincidência o 'protagonismo' de atrizes negras estar ligado a papéis que tem sexo ou subempregos?", questionou uma moça. "'Sexo e as Negas' não representam minha mãe, minhas tias e muito menos as mulher negras!", disse outro internauta no Twitter. "Tem gente falando que preconceito tá na cabeça das pessoas, mas está exposto em rede nacional, como formador de opinião", protestou o terceiro. Polêmica A polêmica envolvendo 'Sexo e as Negas' começou mesmo antes da série ir ao ar na telinha da Globo. A Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial recebeu três denúncias de racismo contra a atração. Várias organizações do movimento negro iniciaram na internet uma campanha com a intenção de boicotar o programa. Além do título, o enredo da trama, que aborda o universo de quatro amigas negras do subúrbio do Rio de Janeiro, também é questionado pelos movimentos. Após a repercussão, Miguel Falabella se pronunciou sobre acusações através do perfil no Facebook. "'Sexo e as Negas' não tem nada de preconceito. Fala da luta de quatro mulheres que sonham, que buscam um amor ideal. Elas podiam ser médicas e morar em Ipanema, mas não é esse meu universo na essência", disse o autor.As protagonistas da atração também resolveram se posicionar à respeito da polêmica. "São quatro mulheres objetivas, que vão atrás de seus ideais. Somos negras, neguinhas, pretinhas, pretas. Muita gente que tem dificuldade em chamar o outro de negro, acha que isso é pejorativo. Queremos mostrar que ser negra é lindo, ter cabelo crespo é lindo. Não só as negras, todas as mulheres, todas as pessoas são bonitas", afirma Corina Sabbas, em entrevista ao site oficial da Globo. "Já gravamos cinco episódios e não vou falar como mulher negra, mas como mulher, porque o seriado trata de questões basicamente femininas. Mulher é mulher, seja ela negra, branca, rica ou pobre. Espero que as pessoas entendam a proposta", completou Karin Hils, que também integra o elenco da minissérie.