"Peu Sousa (1977-2013) Peu Sousa era um devoto do sonho. Alguém que viveu a arte em tempo integral e deixou uma assinatura reluzente. Praticava a entrega incondicional nos palcos e, não raro, nos registros fonográficos. Entendia que o transe era a parte que lhe cabia no latifúndio estético. E, ao empunhar seu instrumento, deixava isso evidente em fraseados sedutores, timbragens insanas e afinações repletas de personalidade." (Peu Sousa, in memoriam)
Na última segunda-feira (5), fez um ano que o guitarrista, compositor e produtor musical Peu Sousa foi encontrado morto em seu apartamento no bairro de Itapuã, em Salvador. Para celebrar a memória do músico baiano, foi lançado um site em homenagem a ele com depoimentos de amigos e célebres artistas da música nacional, além de gravações musicais inéditas produzidas pelo instrumentista.
Peu Sousa, in memoriam traz relatos de Luiz Galvão dos Novos Baianos, de quem o cantor e compositor era enteado, Edgard Scandurra (Ira!), Marisa Monte, Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), Pitty, Edu K (Defalla), Jorge Mautner, Ana Cañas, entre diversos outros parceiros de vida, palco e estúdios de gravação do artista. Fãs e demais internautas também podem deixar registrados seus relatos e a cada atualização da página, as mensagens serão adicionada a listagem.
Com projeto gráfico assinado por Thales Magno, ilustração da cantora e artista plástica Rebeca Matta, a página conta ainda com quatro temas inéditos intitulados 'Estudos para primeiro álbum', experimentos praticados por ele na busca da sonoridade do que seria seu primeiro álbum solo. A foto de capa é um registro da fotógrafa Sora Maia e Rodrigo Carneiro é o responsável pelo texto biográfico, pela revisão e comunicação.
Peu começou sua carreira na década de 1990 e atuou no cenário musical brasileiro até sua morte, em 2013. Ao longo da trajetória, tocou com Carlinhos Brown, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Ivete Sangalo, além das bandas de Pitty, Trêmula e Nove Mil Anjos, ao lado de Júnior Lima. Em Salvador, chegou a fundar três bandas: Dois Sapos e Meio, Diga aí Chefe! e Candy Dandy Bandy, sua última banda.
Luto no rock baiano: relembre a trajetória do músico Peu Sousa
Confira alguns trechos dos relatos:
"Em 1998, eu fui a Salvador com o [Carlinhos] Brown e o Tom Capone. Eu estava produzindo "Omelete Man" do Brown. Convidamos a banda dele, Dois Sapos e Meio, por acharmos que a sonoridade seria perfeita para a música "Cachorro Louco", uma espécie de vinheta furiosa bem pesada." (Marisa Monte)
"Sua guitarra tinha sua assinatura e dava pra reconhecê-lo nas musicas que tocava. Poucos guitarristas conseguem isso." (Edgard Scandurra)
"Eu já era fã de Peu antes mesmo de encontrá-lo pela primeira vez!" (Edu K)
"Os acordes e melodias simplesmente escorriam por entre seus dedos. Eu gostava desse jeito caótico e desencanado de compor, fazia um bem danado pra minha personalidade obsessiva e meticulosa. Convivendo com ele aprendi a confiar cada vez mais na intuição musical." (Pitty)
"Seu talento não ficava só na imensidão da música, mas na capacidade de sua comunicação, e comunicação é comunhão." (Jorge Mautner)
"Eu estava no trânsito quando ouvi-lo tocar com a Pitty no rádio pela primeira vez, e a sensação que tive foi alívio. Alívio por achar que a geração seguinte do rock brasileiro estava em boas mãos." (Dinho Ouro Preto)
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